Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O olho gordo preocupa

FEDERAIS EM FESTA

Victor Gentilli

Os equipamentos de vídeo e fotografia para os cursos de Jornalismo continuam chegando. Como já foi informado aqui, Minas Gerais e Brasília anunciaram a chegada. Seguiram-se Sergipe e Santa Catarina. Agora, Pernambuco e Goiás também contam que os pacotes aportaram também por lá.

Uns são mais assediados, outros um pouco menos. Reitoria, pró-reitorias, o olho gordo em cima dos equipamentos dos cursos de Jornalismo cresce em intensidade antes mesmo de os pacotes serem abertos. Por que tantas câmeras de vídeo? Por que tantas ilhas de edição? Onde instalar tantos equipamentos?

Os responsáveis ouvem atônitos perguntas desse tipo, sobre projetos feitos pelos cursos de Comunicação em 1996. Só agora, quase sete anos depois, estão chegando os aparelhos.

A tão polêmica avaliação das condições de oferta dos cursos realizada em outubro e novembro de 1999 deixa hoje tudo claro e explícito. Na época, nenhum curso de universidade federal obteve sequer conceito regular em instalações. O MEC fiscalizador observava a penúria das instituições cujo provedor era o próprio MEC. Muitos estranharam. Praticamente todos os cursos vinculados a universidades federais obtiveram conceito insuficiente, o mais baixo de todos, no quesito instalações.

Mas quando, em 2001, os coordenadores de curso puderam expor essa realidade e as demandas dela decorrentes ao Inep e, logo depois, ao ministro Paulo Renato, perceberam o nexo.

O fato é que a licitação para os cursos de Jornalismo foi ampliada em 25%, diante da clareza das evidências. A expressão pode parecer truísmo, mas quem visitar um curso de universidade federal vai entender o sentido.

A resistência será coletiva por parte do chamado grupo das federais organizado no Fórum de Professores de Jornalismo. A luta é do grupo, a conquista foi do grupo e os equipamentos são dos cursos de Jornalismo.

Nos anos em que tudo parecia simples miragem ninguém acreditava, não havia assédio algum. Os professores que insistiram em sonhar, lutar, persistir e não desistir eram vistos com ironia. Agora que a realidade está aí, todos querem uma lasquinha.