Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tempo de remodelação (e demissões) no FT

O britânico Financial Times está perto de completar uma remodelação em sua estrutura editorial. O objetivo é unir as redações da versão impressa e de internet, e esta junção pode levar à redução de alguns cargos. Hoje, o jornal conta com 500 funcionários editoriais.

A reorganização teve início há dois anos com a construção de um sistema editorial conjunto englobando internet e impresso, que será concluído em breve. Ao mesmo tempo, os executivos planejam a remodelação da redação, o que deve culminar em pelo menos 40 demissões.

Ao longo dos cinco últimos anos, o FT já diminuiu sua equipe, passando por diversos programas de demissão voluntária. Uma porta-voz do jornal não quis comentar as especulações sobre o corte de cargos, dizendo apenas que a reformulação editorial pode levar ‘a algumas mudanças no modo como trabalhamos’.

Analistas pessimistas

O FT pertence ao grupo Pearson, maior editora educacional do mundo e dono também da Penguin Books. Este mês, analistas do Deutsche Bank divulgaram uma nota onde sugerem ao grupo para ‘explorar seriamente’ a possibilidade da venda do jornal. Segundos os analistas, mesmo que o FT tenha voltado a apresentar lucros recentemente após anos de prejuízos, ele teria que lutar muito arduamente para conseguir obter resultados satisfatórios. ‘Na nossa visão, isso não é realista levando-se em consideração a erosão da circulação e a perda de leitores e de anunciantes para a rede’, observaram. A nota do Deutsche Bank é pessimista sobre perspectivas de crescimento para toda a indústria de jornais. ‘Nós acreditamos que este [modelo de] negócio está destruído ou em processo de enferrujar’.

Além do FT impresso e do sítio na internet, os negócios próximos englobam a companhia de análise Internet Data Corporation e diversos jornais e revistas, incluindo uma fatia de 50% da Economist. O presidente do Pearson, Glen Moreno, afirmou recentemente que gostaria de ver o FT voltar à ‘lucrabilidade de verdade’. Na ocasião, Moreno disse também se preocupar com a dependência financeira do grupo na América do Norte para a maior parte de seus negócios. Informações de Dan Milmo [The Guardian, 3/7/06].