Mais de 38 milhões de americanos viram o discurso de Barack Obama no último dia da Convenção Democrata, na quinta-feira (28/8), segundo dados do Nielsen Media Research. Classificado de ‘histórico’ mesmo antes de começar, o discurso em que o senador de Illinois aceitou a indicação para representar o partido nas eleições presidenciais pode ter sido, até onde se tem registro, o mais assistido de todos os tempos. Em 2004, quando aceitou a indicação ao Partido Republicano para tentar um segundo mandato, George W. Bush atraiu pouco mais de 27 milhões de telespectadores.
O discurso de Obama tinha tudo para se tornar um marco na história da política americana, menos pelo que o candidato tinha a dizer, mais pelo contexto em que foi inserido. Obama é o primeiro negro a ter chances reais de chegar à presidência dos EUA. O partido Democrata transformou a última noite de convenção em Denver, no Colorado, em um show à parte, lotando um estádio de futebol com cerca de 85 mil pessoas para ver o candidato. Por fim, a data marcava o aniversário do famoso discurso ‘Eu tenho um sonho’, de Martin Luther King.
Números
Segundo o Nielsen, a audiência registrada na última noite de convenção democrata é a mais alta de qualquer noite e qualquer partido desde 1996. Em 2004, o público do discurso do democrata John Kerry foi de 24,4 milhões de pessoas. A audiência média dos quatro dias de convenção, de 30,2 milhões de telespectadores, também pode ser considerada alta. Em 2000, este número foi de 20,6 milhões.
As comparações entre as convenções de anos diferentes não são completamente precisas, entretanto, já que o Nielsen costuma mudar seus parâmetros de pesquisa. Em 2004, por exemplo, foram medidas as audiências de seis emissoras – as grandes ABC, CBS e NBC e os canais a cabo Fox News, CNN e MSNBC. Este ano, foram incluídas mais quatro emissoras – BET, TV One, Univision e Telemundo. Além disso, também entraram na contagem as pessoas que viram os discursos mais tarde, mas no mesmo dia, através de gravadores digitais. Com informações de Steve Gorman [Reuters, 29/8/08].