O governo chinês sentenciou a dois anos de prisão o repórter Li Yuanlong, aumentando a lista de escritores encarcerados por expressar suas opiniões na internet. Yuanlong, que trabalhava no jornal Bijie Daily, na província de Guizhou, foi preso em setembro do ano passado e acusado formalmente, em fevereiro deste ano, de divulgar artigos que ‘fabricavam, distorciam e exageravam fatos, incitavam a subversão e objetivavam derrubar o sistema socialista’.
Os tais artigos ofensivos foram enviados por e-mail a sítios de notícias em língua chinesa, entre maio e agosto de 2005, sob o pseudônimo de Lobo da Noite. Os sítios em questão são administrados a partir dos EUA e, considerados hostis ao governo de Pequim, bloqueados para grande parte dos internautas chineses. Os textos tratavam de temas sensíveis, como desemprego e pobreza no campo. ‘Eu penso que isso é muito injusto. Dar uma sentença tão pesada apenas por alguns textos não é aplicar a lei. Não é justiça’, protestou a mulher do jornalista após a condenação.
Apenas mais um
Yuanlong é apenas mais um entre dezenas de cidadãos chineses presos por ter coragem de se expressar na internet. Em 2003, Zhao Changqing foi sentenciado a cinco anos de cadeia sob as mesmas acusações depois de participar de uma carta aberta online endereçada ao parlamento da China. Em março deste ano, o professor Ren Ziyuan foi condenado a 10 anos por divulgar posições contrárias ao governo na rede.
O advogado de Yuanlong afirmou que seu cliente irá apelar da sentença, mas admitiu que, levando em consideração o rígido sistema judiciário do país, a pena pode até ser vista como leve. ‘Legalmente, condená-lo a até um ou dois dias é errado, mas dado o ambiente judiciário da China, [a sentença] não foi tão ruim como poderia ter sido’, observou. Informações da Reuters [13/7/06].