Horas após o anúncio da misteriosa morte de Anna Nicole Smith, enquanto centenas de produtos ligados a ela eram colocados à venda na internet, emissoras de TV americanas já preparavam ampla cobertura sobre o assunto. Não faltaram programas especiais com títulos dramáticos como ‘Anna Nicole: Beleza Trágica’. ‘Isso é realmente uma festa para alguns, especialmente na internet’, analisa Larry Pryor, professor de jornalismo da Escola de Comunicação Annenberg.
De fato, no fim da semana a agência Splash News publicou em seu sítio uma filmagem granulada de paramédicos tentando reanimar Anna Nicole em um quarto de hotel na Flórida. A agência afirmou que vendeu os direitos das imagens por US$ 500 mil para um comprador que não quis se identificar, e elas foram parar em diversos sítios de internet e em um canal de TV alemão.
Vida polêmica
A ex-coelhinha da Playboy, de 39 anos, ficou famosa ao se casar, aos 26, com o bilionário texano J. Howard Marshall II, 60 anos mais velho que ela. Ele morreu um ano depois do casamento, e ela, até hoje, lutava pela herança. No ano passado, três dias após o nascimento de sua filha, seu filho de 20 anos morreu de overdose. Na mais recente confusão, a ex-modelo estava envolvida em um processo com um ex-namorado que reivindicava a paternidade da menina, hoje com cinco meses – pelo menos três homens, entre eles o marido da atriz Zsa Zsa Gabor, reivindicam a paternidade da pequena Dannielyn.
As polêmicas que permeavam a vida de Anna Nicole parecem ter dado o tom de sua morte. Emissoras americanas viram seus índices de audiência aumentar com a cobertura sobre o ocorrido. Na Fox News, por exemplo, houve crescimento de pelo menos 400 mil telespectadores comparado a uma noite de semana típica. O tráfego em sítios de entretenimento e celebridades subiu 54% comparado ao dia anterior à morte da ex-modelo, afirmou a empresa Hitwise, que monitora a audiência de páginas de internet. Mais de 14 mil blogs divulgaram informações e opiniões sobre a morte da loira exuberante na quinta-feira (8/2), dia da morte, de acordo com o serviço de monitoração de sítios Technorati.
Manobra
Os jornais impressos tentaram ser menos enfáticos em sua cobertura – mas, ao que parece, era apenas uma tentativa de manter as aparências. Enquanto o Los Angeles Times e o Washington Post deram a notícia em suas primeiras páginas, o New York Times publicou a história na página 12 de seu caderno principal e, no fim de sexta-feira, já havia removido Anna Nicole de sua página principal na internet.
O jornal comprou, entretanto, um link patrocinado com o termo ‘Anna Nicole Smith’ no Google. Isso significa que, se o nome da ex-coelhinha fosse digitado no sítio de buscas, levaria a um link para o NYTimes. ‘Eles podem chamar atenção para uma história em sua página sem parecer chamativos’, sentencia o professor Pryor. Informações de James Rainey [Los Angeles Times, 10/2/07] e da Reuters [9/2/07].