Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Juiz repreende divulgação de documento a jornal

Um juiz federal americano determinou que documentos confidenciais da empresa farmacêutica Eli Lilly devem ser devolvidos à companhia por um advogado e um médico que planejaram vazá-los para a imprensa. Os papéis dizem respeito ao medicamento Zyprexa, usado no tratamento de esquizofrenia e distúrbio bipolar.


A Eli Lilly havia se envolvido em um processo judicial em Nova York, onde foi acusada por pacientes de não informar adequadamente que o Zyprexa pode causar diabetes e outras doenças. Os reclamantes alegavam também que a empresa fazia promoção do medicamento para usos não autorizados pela agência governamental Food and Drug Administration (FDA).


O tribunal ordenou que os documentos fossem lacrados e proibiu sua divulgação. Mas duas matérias sobre seu conteúdo foram publicadas no New York Times. Nelas, é afirmado que os papéis detalham os esforços da Eli Lilly para comercializar o Zyprexa para outras enfermidades além de esquizofrenia e distúrbio bipolar.


Conspiração


De acordo com o juiz, o repórter do Times Alex Berenson sugeriu que o médico David Egilman, testemunha no processo movido pelos pacientes, teria entrado em contato com o advogado James Gootstein. O médico teria conseguido uma brecha para passar os documentos ao advogado e os papéis foram repassados a Berenson. O juiz entendeu que ‘o médico, o advogado e o jornalista conspiraram para obter e publicar documentos mesmo sabendo da proibição de fazê-lo’.


A Eli Lilly, com sede em Indianopolis, concordou em pagar US$ 1,2 bilhão para ressarcir mais de 26 mil usuários de Zyprexa. O medicamento é o carro-chefe da companhia: em 2005, as vendas globais chegaram a US$ 4,2 bilhões, cerca de 29% do total de vendas da Eli Lilly naquele ano. Informações de Patricia Hurtado [Bloomberg News , 14/2/07].