Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Em NY, Lula defende a liberdade de imprensa

Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 23 de setembro de 2008


 


PRESIDENTE
Tânia Monteiro


Lula diz que é fruto da liberdade de imprensa


‘Ao receber ontem um prêmio da agência de notícias IPS, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez veemente defesa da liberdade de imprensa. ‘Ao trilharmos o caminho da justiça social, a pluralidade, a liberdade e a independência das fontes são fundamentais para um diálogo democrático, equilibrado e esclarecedor’, afirmou. ‘O acesso livre e desimpedido da informação é fundamental para se construir um mundo mais justo e próspero.’


As afirmações de Lula apontam para direção contrária do que vem fazendo sua equipe. Está em preparação um projeto de lei que criminaliza o vazamento de informações sigilosas, responsabilizando quem fornece os dados e quem os publica. O texto está em análise na Casa Civil e na semana passada foi apoiado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Em depoimento à CPI dos Grampos, ele afirmou ser necessário discutir se a imprensa não seria co-autora dos vazamentos de informações sigilosas.


Em seu discurso, Lula afirmou ser resultado direto da liberdade de imprensa. ‘Eu sou resultado da democracia. Eu sou resultado da liberdade de imprensa. Eu não teria chegado à Presidência se não fosse a democracia e a liberdade’, disse. Lula foi premiado por sua atuação pela justiça social.’


 


 


GOVERNO
Leonencio Nossa


Gasto com publicidade será de R$ 187 mi


‘A Secretaria de Comunicação (Secom), responsável pela imagem da Presidência da República, extrapolou em mais R$ 37,5 milhões a estimativa de gastos com as três principais agências de publicidade contratadas pelo governo. Uma mudança no contrato de 12 meses firmado com a Matisse, Propeg e a 141 Brasil permite que a despesa chegue a R$ 187,5 milhões, 25% a mais do que era estimado no processo de licitação.


O aditamento, garantido por uma brecha do contrato, será repartido entre as três empresas contratadas para fazer campanhas publicitárias no período de março de 2008 a março de 2009. No início do ano, as agências foram escolhidas numa lista de 30 empresas para dividir um bolo de R$ 150 milhões.


A Matisse, do publicitário Paulo de Tarso Venceslau, fez a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 1989 e trabalha com o governo desde 2003. A Propeg, do publicitário baiano Fernando Barros, se especializou em campanhas do ex-senador Antonio Carlos Magalhães e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Barros, que sempre foi atacado pelos petistas da Bahia, é visto como uma pessoa de boas relações com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Já a 141 Brasil, de Mauro Motoryn, fez campanhas da Central Única dos Trabalhadores e do Ministério do Turismo. A agência chegou a ser citada na CPI dos Correios.


O governo argumenta que aditou em 25% o contrato de publicidade para desenvolver campanhas de órgãos sem agências, como o Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos e a Secretaria de Juventude, de onde sairão os recursos. As novas campanhas vão abordar temas como a redução de mortes no trânsito com a Lei Seca, o ProJovem e o registro civil de nascimento.


Um dos projetos contemplados com o aditamento, o ProJovem terá uma campanha de R$ 10 milhões. O governo espera que, pelo menos na publicidade, o programa saia do papel. O ProJovem é visto pelos próprios assessores do governo como projeto difícil de ser aproveitado no marketing de Lula.


A campanha publicitária da Lei Seca vai custar R$ 15 milhões e do registro civil de nascimento, R$ 6 milhões. ‘As campanhas não são da Secom, mas de outros órgãos’, disse José Vicentine, secretário de Normas da secretaria. ‘A única coisa que é da Secom é o contrato.’ Vicentine disse que a estimativa de gasto pode ficar abaixo dos R$ 187,5 milhões. Ele ressalta que o orçamento da Secom neste ano previa um gasto com publicidade de R$ 174 milhões. A dotação orçamentária e um contingenciamento de recursos reduziram o valor para R$ 127 milhões.’


 


 


TELES
O Estado de S. Paulo


Sindicatos questionam compra da BrT pela Oi


‘Por orientação da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações (Fittel), mais cinco sindicatos de trabalhadores do setor entraram com representação no Ministério Público Federal de seus Estados questionando a compra da Brasil Telecom pela Oi: Distrito Federal, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. Semana passada, foi a vez da Paraíba e do Rio Grande do Sul. ‘Não somos contra o negócio, mas queremos que suas conseqüências sejam melhor avaliadas’, diz o secretário-geral da Fittel, João Moura. A maioria dos 20 sindicatos do setor deve fazer o mesmo até sexta-feira.’


 


 


LITERATURA
Ubiratan Brasil


Jabuti inicia corrida pelo glamour


‘A partir das 14 horas de hoje, estará aberta a temporada dos grandes prêmios literários de 2008. Nesse horário, a Câmara Brasileira do Livro divulga os vencedores de 20 categorias do Jabuti, inclusive as mais nobres como romance, poesia e contos e crônicas. Trata-se do mais prestigioso prêmio das letras nacionais, hoje mais interessante pelo valor histórico (essa é a 50ª edição) que pelo dinheiro ofertado – meros R$ 3 mil, quantia ínfima se comparada aos R$ 200 mil prometidos pelo Prêmio São Paulo de Literatura, instituído neste ano pela Secretaria Estadual de Cultura (confira valores no quadro).


Em seguida, em outubro e novembro, o Brasil e o mundo serão inundados por listas diversas, todas apontando os melhores de sua época, privilégio que pode alterar a carreira de muitos escritores. É o caso da irlandesa Anne Enright, vencedora no ano passado do Man Booker, o mais importante prêmio literário da comunidade britânica. Ilustre desconhecida, ela conseguiu que o foco de todas as câmeras se concentrasse em seus grandes olhos e no cabelo joãozinho ao vencer com o romance O Encontro, tirando da mira o olhar enigmático de Ian McEwan e o tímido sorriso de Lloyd Jones, então grandes favoritos.


Há prêmios também que mudam radicalmente a rotina de certos escritores. Como o Nobel de literatura – José Saramago, vencedor em 1998, disse que, tão logo seu nome foi anunciado, sua tranqüilidade simplesmente deixou de existir, trocada por uma série de viagens pelo mundo que só diminuíram com o anúncio do premiado do ano seguinte. É uma fase tão tumultuada que o autor não pode exercer sua função básica, ou seja, escrever.


Alguns não se deixam contaminar, como a austríaca Elfriede Jelinek, vencedora do Nobel de 2004 – ‘Estou sentindo mais desespero que alegria. Não me sinto preparada para fazer frente à opinião pública. Sinto-me ameaçada’, reagiu ela, ao ser informada da escolha. Vivendo no interior de seu país, ela permaneceu lá e não se deixou contaminar pela glória do Nobel.


No Brasil, o crescimento do número de prêmios provocou a curiosa situação de alguns nomes figurarem em várias listas. Entre os dez finalistas do Prêmio Portugal Telecom, por exemplo, cinco também estão na reta final do Jabuti: Bernardo Carvalho, Beatriz Bracher e Cristóvão Tezza, entre os romances, Julián Fuks, entre os contos e crônicas, e Paulo Henriques Britto, na poesia. Segundo Selma Caetano, da curadoria do Portugal Telecom, as coincidências não são tão expressivas, uma vez que o Jabuti tem 200 finalistas, em 20 categorias, contra apenas dez do prêmio no qual participa.


O que importa para os escritores é a possibilidade de ganhar também uma boa quantia pela sua obra. A situação melhorou quando foi criado, pela Secretaria Estadual de Cultura, o Prêmio São Paulo de Literatura, que concederá R$ 200 mil para o autor do ‘melhor livro’ e o mesmo valor para o ‘melhor livro de autor estreante’, ambos publicados em 2007.


Mas nem sempre a glória de ser distinguido como o autor da melhor obra em um determinado ano se transforma em prestígio e dinheiro. Duas vezes ganhador do Jabuti, o mineiro Carlos Nascimento Silva percebeu que a esfera do prêmio se resumiu ao valor financeiro, cumprimentos e diversos tapinhas nas costas. ‘Mas não garantiu a publicação do livro seguinte’, observa. ‘Passada a euforia, tive de retomar a luta por uma editora interessada em meus escritos.’


Segundo ele, um prêmio como o Jabuti representa um ato de sobrevivência, graças à dificuldade que os escritores encontram para publicar livro no Brasil. ‘Assim, quando se é editado e, melhor ainda, premiado por esse trabalho, o contentamento é muito grande.’


Foi o que aconteceu com o lançamento da obra seguinte, A Menina de Cá (Agir, 184 páginas, R$ 34,90), editado depois de ganhar o Jabuti do ano passado com o romance Desengano. Trata-se de uma seleção de contos que Nascimento escreveu antes de publicar seus romances.


O título revela uma de suas inspirações declaradas, Guimarães Rosa, autor do conto A Menina de Lá. ‘Mas o meu texto é uma antítese, pois, enquanto a menina de Guimarães é mais etérea, a minha é mais terrestre’, conta Nascimento, que prepara um novo romance. ‘Um terço do texto está escrito, mas não me imponho prazo pois continuo sem editora.’


A busca é reforçada para a edição de outro livro de contos, já preparado e com título escolhido: Las Meninas. Com dois Jabutis na prateleira, ele torce para que a espera seja curta.


Os Principais


JABUTI – Lista sai hoje, com premiação de R$ 3 mil (Livro do Ano premia com R$ 30 mil, no dia 30 de outubro)


PRÊMIO VIVALEITURA – Vencedores no dia 1.º de outubro (R$ 30 mil)


NOBEL – Outubro, em data a ser definida (US$ 1,5 milhão)


MAN BOOKER – Vencedor sai no dia 14 outubro (US$ 100 mil)


PORTUGAL TELECOM – Vencedores no dia 29 de outubro (R$ 100 mil)


GRANDE PRÊMIO DA ACADEMIA FRANCESA – Anúncio sai em 30 de outubro ( 7,5 mil)


PRÊMIO GONCOURT – Lista sai dia 10 de novembro ( 7,5)


PRÊMIO SÃO PAULO DE LITERATURA – Lista sai dia 23 de novembro (R$ 200 mil)


APCA – Dezembro, em data a ser definida (apenas troféu)’


 


 


TELEVISÃO
Gustavo Miller


Sem surpresas


‘O 60º Emmy, que aconteceu no último domingo, fez a festa de quem apostou algum dinheirinho nos bolões da vida. Foram poucas as surpresas do Oscar da TV americana, que neste ano completou 60 anos de vida.


As favoritas Mad Men e 30 Rock faturaram as principais estatuetas em jogo, como muita gente já apostava. O primeiro seriado levou na categoria de melhor série e roteiro de drama. Já a comédia de Tina Fey foi arrebatadora: levou para casa os prêmios de melhor série cômica, melhor atriz de humor (Tina) e melhor ator de comédia, para o veterano Alec Baldwin.


A grande surpresa da noite foi a vitória de Bryan Cranston, por Breaking Bad, que ganhou como melhor ator em série dramática, desbancando peixões como Michael C. Hall (Dexter) e Hugh Laurie, o Dr. House.


Jean Smart, de Samantha Who?, também foi outra grata surpresa, ao levar a estatueta de melhor atriz coadjuvante em série de comédia.


Os grandes momentos da noite foram as homenagens às atrações que marcaram os 60 anos da premiação. A apresentação de Josh Groban, que cantou várias aberturas de seriados clássicos, foi divertida.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 23 de setembro de 2008


 


EFEMÉRIDES
Cássio Schubsky


Os doutores do povo


‘ESTE ANO de 2008 está se celebrizando pela enorme quantidade de efemérides, de datas que ensejam reflexão ou comemoração. O que é bastante animador, sobretudo em um país estigmatizado pela memória curta, pela amnésia coletiva, pelo vergonhoso descaso com a preservação do patrimônio histórico e cultural.


O cardápio de marcos históricos contempla variados gostos: dos 200 anos da chegada da família real portuguesa, passando pelo cinqüentenário da conquista da Copa da Suécia de futebol, sem falar no centenário da imigração japonesa, incluindo os 50 anos da bossa nova, os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos ou os 20 anos da promulgação da Constituição e os 40 anos da decretação do hediondo ato institucional nº 5 -para resumir os exemplos.


Alguns centenários recaem sobre expoentes da cultura brasileira. Ainda em setembro, irão se completar os cem anos da morte de Machado de Assis, caso em que os festejos poderiam até ser dispensados, pois a comemoração da obra do escritor é permanente, não carece de data redonda -Machado é sempre cultuado.


Em outubro será a vez de celebrar o centenário de nascimento do cantor e compositor Cartola. Este, sim, legítimo representante do que se poderia chamar de ‘bossa velha’, merece mais festa e, até agora, quase nada, apenas um sambinha aqui, outro ali… Machado de Assis e Cartola, em artes distintas, têm em comum a origem humilde e o autodidatismo radical -não freqüentaram escolas ou as freqüentaram muito pouco. Apesar disso, se destacam pela elevada qualidade artística no manejo da palavra. Cariocas da gema, os dois são exímios intérpretes da alma humana, com um refinamento intelectual que dá realmente o que pensar. Longe de mim a blasfêmia, mas parece que a qualidade da elaboração lingüística dos dois gênios da cultura brasileira não resulta de inspiração divina -ao menos não só dela. Tampouco da educação formal obtida em sala de aula. De todo modo, se a verve é fruto da sensibilidade, o vocabulário escorreito é proveniente de algum esforço de aprendizado -se não por meio de livros, por outro qualquer, transmissão oral, talvez.


Há quem especule que, no caso de Machado de Assis, a esposa, Carolina, teria sido uma boa professora -além de revisora de seus livros. O escritor, que foi fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, conviveu com luminares da inteligência nacional, com quem certamente pôde enriquecer seu repertório cultural. Pouco importa. Quem, afinal, saberá explicar o dom do gênio? E quanto a Guimarães Rosa, cuja data de nascimento completou cem anos também em 2008? Não é justamente o contrário de Cartola e Machado, com sua linguagem empolada, intrincada, cheia de salamaleques? Lembremos que o autor de ‘Grande Sertão: Veredas’ era um poço de erudição, homem bem-nascido e bem-criado, diplomata, poliglota, médico. Como diria Riobaldo, um dos mais notáveis personagens do autor mineiro: ‘É fácil pensar mal, pois essa vida é embrejada’. Quer dizer, o que é não é só o que parece que é.


João Guimarães Rosa floreava seus textos com riqueza de neologismos e influência de línguas estrangeiras, mas a seiva de sua linguagem residia na sabedoria popular de Manuelzão, Riobaldo, Augusto Matraga e de tantos outros tipos literários inspirados em gente de carne e osso, cujas idéias e modo de falar sertanejo o escritor transplantou para suas obras. Em certa medida, é possível dizer -como Cartola- que o Rosa não fala, porque quem fala mesmo, em seus livros, é o matuto.


Por tudo isso, tendo nascido ou morrido há cem anos, Cartola, Machado e Guimarães Rosa são, verdadeiramente, doutores do povo brasileiro. Ou, melhor dizendo, doutores em povo brasileiro.


Noel Rosa -centenário de nascimento daqui a dois anos- cantou em versos a supremacia da inspiração popular, ensinando que, ‘na Vila Isabel, quem é bacharel não tem medo de bamba’. Estudante de medicina, Noel sabia que ‘batuque é um privilégio, ninguém aprende samba no colégio’.


O Brasil é um país abençoado em termos de sensibilidade artística e talento intelectual, um celeiro de Cartolas, Machados e Rosas. Com mais estímulo educacional, crescerá a chance de aparecerem exímios artistas em série, e não como fenômenos de desassombro pessoal.


Seja como for, os doutores do povo brasileiro, inspirados e criativos, espalhados pelo país afora, tirando leite de pedra, labutando no dia-a-dia, merecem nossas melhores homenagens.


Com centenários ou sem centenários.


Entendeu, seu dotô?!


CÁSSIO SCHUBSKY, 43, formado em direito pela USP e em história pela PUC-SP, editor e historiador, é co-autor, com Miguel Matos, do livro ‘Doutor Machado – o Direito na Vida e na Obra de Machado de Assis’.’


 


 


CAMPANHA
Folha de S. Paulo


Aprovação a Kassab na TV cresce 8 pontos


‘Enquanto a avaliação da propaganda de Geraldo Alckmin (PSDB) na TV oscilou três pontos negativamente, a aprovação a Gilberto Kassab (DEM) deu um salto de oito pontos, entre os paulistanos que dizem ter assistido ao horário eleitoral ou a inserções ao longo do dia na TV.


Desde que a propaganda teve início, em 19 de agosto, o Datafolha registrou uma ascensão da aprovação a Kassab. Na primeira pesquisa, em 29 de agosto, ele era o candidato que se saía melhor para 20%. No início de setembro, foi para 24%. Hoje são 32%.


Apesar do crescimento, Marta Suplicy (PT) segue na dianteira: tem a aprovação de 35% -mesmo índice da pesquisa anterior.


Alckmin, que registrou 17% nos dois primeiros levantamentos, hoje é considerado o candidato que se sai melhor para 14%. O índice, porém, é bem menor que a sua intenção de voto total -22%, diz o Datafolha da semana passada.


A explicação está no histórico do tucano, que governou São Paulo de 2001 a 2006, diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino. ‘Há eleitores de Alckmin que têm a percepção de que o programa dele não é bom, mas dizem votar nele pelo que conhecem do candidato. Foi um governador muito bem avaliado, personificou o anti-Lula em 2006.’


Com Kassab acontece o contrário -se sai melhor na TV para 32%, mas tem 22% das intenções de voto. Segundo Paulino, eleitores de outros candidatos avaliam que o programa do prefeito é o melhor.’


 


 


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Programa de Kassab diz que comportamento de Alckmin é ‘feio’


‘No horário eleitoral, um apresentador enalteceu o ‘respeito político e a coerência de [Gilberto] Kassab’. Após listar o apoio do hoje prefeito a candidatos do PSDB -exibindo fotos de Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Mario Covas- disse: ‘Apoiou até o Geraldo Alckmin para governador e para presidente. Então, por que será que o Alckmin está atacando tanto o Kassab nessa eleição? Será que é porque o Kassab já está em segundo e continua subindo?’’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


6,8%


‘No enunciado dos portais e depois dos telejornais, ‘14 milhões subiram de faixa social’ no Brasil, dos quais ‘3,6 milhões passaram da classe intermediária para a classe mais alta’.


Disputando com o Ipea as manchetes e escaladas, o CNT/Sensus confirma agora a ‘aprovação recorde’ do governo e de Lula. Com 6,8% de avaliação negativa, o presidente virou ‘o maior cabo eleitoral do país’, no destaque da Reuters Brasil.


Não demorou para sites reagirem, em manchete, que Lula pode até bater recorde, ‘mas não transfere votos a Dilma’, que segue atrás de José Serra, Aécio Neves, Ciro Gomes etc.


Mas o blog de Fernando Rodrigues no UOL alerta para ‘o que há de mais relevante’ na pesquisa, a dois anos da eleição: Dilma Rousseff alcança entre 8,4% e 12,3% das intenções, enquanto o ‘mito’ petista de Marta Suplicy fica entre 5,9% e 8,8%.


LULA E O MUNDO


Imediatamente antes de George W. Bush, Lula fala hoje nas Nações Unidas. E vai, segundo o blog de Josias de Souza na Folha Online, abordar o ‘naufrágio’ financeiro e a ‘irresponsabilidade’ dos especuladores -e defender o debate ‘político’ da crise nos organismos multilaterais, como ONU, Banco Mundial, FMI.


Ao chegar a Nova York, ontem, confirmou para Globo, BBC e demais que vai falar ‘um pouco sobre a crise, sem criar crise’. Indicou que vai defender ‘controlar e regular o sistema financeiro mundial’.


‘HELP’


O colunista Roger Cohen, do ‘New York Times’, destacou a frase ‘What crisis? Go ask Bush’, de Lula, como prova de que os ‘novos centros de poder’ (Brics e ‘os países do Golfo’) não se importam com a crise que ‘depena os EUA’. E cobra que ‘talvez seja hora de todos ajudarem um pouco os americanos’.


‘HOPE’


Jim O’Neill, do questionado Goldman Sachs, voltou a escrever da ‘esperança dos Brics’, no ‘Financial Times’. Citando a demanda de China e Brasil, diz ser ‘a melhor hora para os EUA e o mundo enfrentarem’ a crise.


MEIRELLES VS.


Na Reuters, ‘Henrique Meirelles insiste que o Brasil tem condição de enfrentar crise’. Declara que ‘existe impacto, sim, mas o importante é que estejamos saudáveis para enfrentá-lo’.


CARLOS LESSA


O ex-presidente do BNDES, na Agência Brasil, até concorda que ‘o Brasil está em situação melhor do que em outras crises’, mas: ‘Estou espantado com os anúncios, quase arrogantes, de que o Brasil tem como enfrentar a crise’. Diz não ver ‘nenhuma movimentação para mudar a política econômica e segurar o pior deste processo’.


DIALÉTICA


Luis Fernando Verissimo recorda Karl Marx, em meio à crise financeira mundial, mas trata de responder de bate-pronto com a ironia de Machado de Assis


‘NÃO É O BASTANTE’


Os sites de ‘NYT’, ‘WSJ’ e outros atravessaram o dia reproduzindo as pressões sobre os democratas, para a aprovação do pacote.


Fim do dia e a manchete on-line do ‘FT’ apresentava outra versão para os fatos do dia. Wall Street e o dólar caíram e ‘nomes antes poderosos se voltaram ao Japão para salvaguardar seu futuro’ por causa dos ‘temores de que o plano de US$ 700 bilhões não é o bastante’. O ‘NYT’, depois, ecoou a avaliação.


A IMAGEM


Um blog europeu reuniu 45 capas -e nem eram todas- com a mesma foto da crise, dia 16. Ecoou pelo mundo até chegar ao Blue Bus como exemplo de jornalismo ‘clone’. Na origem, a imagem era relacionada com outra, de 1936, que se tornou símbolo da Grande Depressão


OUTRA FROTA


A BBC Brasil destacou ontem que ‘navios de guerra da Rússia começaram a se deslocar para a Venezuela, para um exercício conjunto das marinhas dos dois países’ programado para novembro.


A frota, liderada por um ‘navio nuclear’ de nome Pedro, o Grande, partiu de uma base no Ártico na madrugada de ontem. E nesta semana o venezuelano Hugo Chávez deve visitar Moscou.


DEFESA, AFINAL


De sua parte, o ministro Nelson Jobim, da Defesa, deixou de lado as maletas para informar Reuters Brasil e outros que o Plano Nacional de Defesa será anunciado, afinal, no mês que vem. E que o presidente francês Nicolas Sarkozy visita Brasília em dezembro para assinar o acordo de cooperação militar.


Quanto à frota russa e seus exercícios, ‘isso é um problema da Venezuela’.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Ministério Público pede fim de game na TV


‘O Ministério Público Federal de São Paulo recomendou à Rede TV! que tire do ar o game show ‘GamePlay’, produzido pela Action Media, empresa da multinacional Endemol, dona do formato de ‘Big Brother’.


O ‘GamePlay’ pertence a uma nova categoria de game shows caça-níqueis, como o ‘Hyper QI’ (fora do ar em SP).


Esses programas prometem prêmios e estimulam o telespectador a telefonar para um celular do Paraná. Ganham dinheiro com telefonia.


Quem liga para o ‘GamePlay’ passa por uma bateria de perguntas, fora do ar, e acumula pontos. Segundo a Action Media, a pontuação não é o único critério para entrar no ar e concorrer a até R$ 10 mil.


Para o procurador da República Márcio Schusterschitz da Silva Araújo, o ‘GamePlay’ se caracteriza como ‘jogo de azar’ e ‘prática comercial abusiva’.


Ele baseou sua recomendação em reclamações de telespectadores. Um deles relatou ter ficado mais de uma hora respondendo a perguntas, o que lhe custou R$ 130.


Daniela Busoli, diretora-geral da Action Media, diz que o ‘GamePlay’ é transparente e que ‘está dentro da lei’. Segundo ela, a ligação ‘demora o tempo que o telespectador quiser’.


A empresa e a Rede TV! afirmam que, até o início da tarde de ontem, não tinham recebido a recomendação. Se não acatarem, deverão sofrer ação do Ministério Público na Justiça.


LOMBADA 1


Um dos trunfos do SBT, o ‘Programa Silvio Santos’ perdeu para a Record (principalmente para o ‘Tudo É Possível’, de Eliana) a disputa pela vice-liderança no Ibope, anteontem. Marcou 9,5 pontos, contra 10,8 da concorrente.


LOMBADA 2


Graças ao programa do dono do SBT, a emissora passou a Record aos domingos. Neste último, no entanto, as duas TVs empataram na média do dia.


ONDA CURTA


Apesar do bom começo, a nova novela das sete da Globo, ‘Três Irmãs’, deu menos audiência do que sua antecessora na primeira semana. ‘Beleza Pura’ marcou 30,1 pontos na Grande São Paulo com seus seis primeiros capítulos. ‘Três Irmãs’ fechou com 29,9.


RETORNO


O canal Sony anuncia para novembro as estréias das segundas temporadas das séries ‘Ugly Betty’, ‘My Boys’ e ‘Samantha Who?’ e da quarta de ‘Everybody Hates Chris’. E confirma a exibição, também em novembro, das inéditas ‘90210’ (a nova ‘Barrados no Baile’) e ‘Private Practice’.


RONCO


Com uma transmissão burocrática, a Globo ficou atrás da Record durante a transmissão da Stock Car, domingo.


CHECAGEM


Executivos da rede mexicana Televisa passarão a próxima segunda-feira no RecNov, a central de estúdios da Record no Rio. A primeira novela da parceria deverá ser uma versão brasileira de ‘Rebelde’, cujo original fez sucesso no SBT.’


 


 


Cristina Fibe


Séries ‘Mad Men’ e ‘30 Rock’ são destaques de Emmy morno


‘A série ‘Mad Men’, ambientada na Nova York dos anos 60, fez boa estréia, anteontem, no 60º Emmy Awards, o principal prêmio da TV americana. Considerada o melhor drama, derrotou concorrentes de peso como ‘Lost’ e ‘House’.


‘Mad Men’ ganhou ainda o troféu de roteiro de drama. Mas perdeu os prêmios de direção de série dramática para ‘House’ (Greg Yaitanes, único premiado da série), de ator para Bryan Cranston (‘Breaking Bad’) e de ator coadjuvante para Zeljko Ivanek (‘Damages’). Somando prêmios técnicos, ‘Mad Men’ levou seis Emmys.


Melhor resultado teve ‘30 Rock’, considerada a melhor série de comédia pelo segundo ano -superando indicados como ‘The Office’, ‘Two and a Half Men’ e ‘Entourage’.


Seus protagonistas, Alec Baldwin e Tina Fey, também saíram premiados. Fey venceu, entre outras, America Ferrera (‘Ugly Betty’), ganhadora do Emmy em 2007, e foi premiada como roteirista de comédia.


á Baldwin superou concorrentes como Steve Carell (‘The Office’) e Charlie Sheen (‘Two and a Half Men’). No total, ‘30 Rock’ ficou com sete troféus.


A única categoria, dentre as principais, em que foi indicada e perdeu foi a de direção de comédia. Barry Sonnenfeld foi o escolhido (‘Pushing Daisies’).


Outro destaque foi o ator coadjuvante Jeremy Piven, premiado pelo terceiro ano seguido por seu papel como agente de Adrian Grenier na comédia ‘Entourage’, que não levou mais nenhum Emmy.


A minissérie histórica ‘John Adams’, que chega ao Brasil em outubro (HBO), também foi uma estréia importante. Ganhou os prêmios de minissérie, roteiro, ator (Paul Giamatti), atriz (Laura Linney) e ator coadjuvante (Tom Wilkinson). Ficou com 13 troféus, o melhor desempenho deste Emmy.


Entre as séries que perderam destaque estão ‘Grey’s Anatomy’, ‘Ugly Betty’ -nenhum troféu-, ‘Lost’ e ‘Desperate Housewives’ -um prêmio cada uma, fora das categorias principais.’


 


 


Folha de S. Paulo


‘Miami Ink’ retorna sem tatuadora


‘Ambientado em um estúdio de tatuagens, ‘Miami Ink’ chega hoje à sua terceira temporada na TV paga brasileira -nos EUA, o reality show está em seu quarto ano.


Tendo como protagonistas quatro tatuadores e um iniciante no ofício, o programa une o dia-a-dia dos seus artistas com depoimentos dos clientes do estúdio, que contam as histórias por trás de suas tatuagens.


A temporada começa com a saída de Kate von D, a única mulher na equipe dos tatuadores do programa, que troca Miami, cenário do reality show, por sua Los Angeles natal, depois de uma discussão com Ami James, dono do estúdio.


A saída foi, na verdade, estratégica -ou bem aproveitada.


Kate abriu seu próprio estúdio na cidade, que rendeu uma franquia para o reality show, ‘LA Ink’, recheado de mulheres tatuadoras.


É hora então de o estúdio achar uma substituta, enquanto o bar recém-inaugurado por dois dos tatuadores, Ami e Cris Nuñez, anda exigindo muito tempo deles. Dois profissionais convidados chegam para suprir suas ausências.


O People + Arts, que apresenta a série no Brasil, promete exibir ainda este ano ‘Rio Ink’, especial gravado no Rio -com chances de virar série-, que gira em torno de um estúdio de tatuagem em Ipanema.


MIAMI INK – 3ª TEMPORADA


Quando: estréia hoje, às 20h


Canal: People+Arts


Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos’


 


 


PUBLICIDADE
Mônica Bergamo


É ou não é?


O Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) está analisando denúncia contra o i9, bebida que a Coca-Cola lançou como ‘hidrotônico’ -um repositor de sais que, ao contrário dos isotônicos, seria indicado para quem não pratica esportes de alto rendimento. A empresa é acusada de fazer publicidade apresentando incorretamente as características do produto, induzindo o consumidor ao erro.


ENERGÉTICO


A categoria ‘hidrotônico’ não é reconhecida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que classificou o i9 como ‘composto líquido pronto para consumo’, a mesma classificação do energético Red Bull. As duas bebidas têm o mesmo componente principal, a substância chamada inositol.


JAMES BOND


A Coca-Cola diz que cumpriu a legislação ao informar no rótulo as restrições ao consumo do i9. E considera o questionamento apresentado por um consumidor ao Conar uma ‘abordagem não comum’ -o que pode indicar que algum concorrente da Coca esteja por trás da representação.’


 


 


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Crediário


‘O comércio varejista é o maior anunciante das rádios brasileiras: responde por 43,8% das inserções publicitárias do meio. Os anúncios governamentais, somados, atingem 17% -6,4% dos governos estaduais, 6% dos municipais e 4,6% do governo federal. As empresas de telecomunicações, impulsionadas pela popularização do celular, têm 7,6%. Os dados estão no ‘Perfil Sócio-econômico do Setor de Rádio no Brasil’, que a Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV) lança hoje, em Brasília.’


 


 


 


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