A briga entre roteiristas e estúdios de TV e cinema está prestes a prejudicar as duas maiores premiações da glamourosa indústria de Hollywood. O sindicato Writers Guild of America, que representa os roteiristas insatisfeitos, proibiu os profissionais de abrir uma brecha na greve para escrever para as cerimônias do Globo de Ouro e do Oscar.
Os dois eventos ocorrem em janeiro e fevereiro, respectivamente. A paralisação dos roteiristas teve início em novembro. Eles reivindicam participação nos lucros pelos programas exibidos em mídias digitais. A decisão do sindicato elevou ainda mais o tom da discussão – uma tentativa de diálogo no início de dezembro já havia esquentado o debate e piorado ainda mais a disputa.
Como o sindicato dos atores apóia a greve dos roteiristas, não se sabe quantas estrelas hollywoodianas aceitarão posar de apresentadores nas duas cerimônias. O comediante John Stewart – ele próprio membro do sindicato dos roteiristas – foi anunciado como o apresentador principal do Oscar de 2008. Até agora, Stewart, que protagoniza o programa The Daily Show no canal Comedy Central, não furou a paralisação. Nas últimas sete semanas, a emissora tem exibido reprises do programa.
Sem acordo
Diversos indicados ao Globo de Ouro – anunciados na semana passada – afirmaram que esperam participar da cerimônia, mas temem não poder fazê-lo se até lá o impasse continuar sem solução. Na segunda-feira (17/12), o sindicato dos roteiristas divulgou uma carta rejeitando o pedido da Associação de Imprensa Estrangeira, responsável pela premiação, para uma brecha na paralisação. Segundo o sindicato, abrir esta exceção não ajudaria na luta contra os estúdios pela negociação de um novo contrato.
Em carta separada à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, o sindicato não permitiu o uso de clipes de filmes e programas antigos que seriam mostrados durante a cerimônia. A Academia havia feito seu pedido anual, padrão, para o uso deste tipo de material.
A greve dos roteiristas levou à interrupção da produção de diversas séries de TV americanas e ao adiamento da produção de longas. Com as filmagens paradas, outros profissionais da indústria temem perder seus empregos. As emissoras têm exibido reprises dos seriados e programas de entrevistas, mas a audiência, como era de se esperar, vem caindo – o que põe em risco também a receita publicitária. Informações de Lynn Elber [AP, 18/12/07].