Para o “New York Times”, o digital é o futuro. Mas seu diretor executivo, Mark Thompson, afirma que “não vai desistir do impresso”. Após divulgar os resultados do “NYT” no primeiro trimestre, Thompson afirmou em entrevista à agência de notícias Reuters que o jornal vai se dedicar a “ilhas de crescimento” na sua versão impressa.
O jornal teve um prejuízo de US$ 14 milhões no primeiro trimestre, puxado por gastos extraordinários com uma ação na Justiça e por uma queda no lucrativo segmento de publicidade impressa. O resultado operacional melhorou e ficou em US$ 59 milhões, contra US$ 57 milhões em igual período do ano passado.
– O digital é a principal área de crescimento. Mas onde podemos investir no que chamamos de “ilhas de crescimento” na versão impressa, nós investiremos – explica o executivo.
A circulação digital média do NYT cresceu 14,2%, para 1,55 milhão. A circulação digital do domingo subiu 10,7%, para 1,48 milhão. No impresso, a média de circulação de segunda-feira a sexta-feira caiu 6,8%, para 625.951; aos domingos, caiu 5,2%, para 1,15 milhão. O número de assinantes digitais subiu 20%, para 957 mil.
Segundo o executivo, o jornal mantém seus planos de cobrar assinatura no seu aplicativo para celulares e tablets, hoje gratuito, a partir de maio.
A versão em papel do jornal ainda representa mais de dois terços da receita total de publicidade. No impresso, a seção Casa e Automóveis foi descontinuada recentemente. Mas nasceu a seção mensal “Men’s Style”, focada em moda e estilo de vida para homens, no mês passado. Em fevereiro, o NYT relançou a “New York Times Magazine”. A revista e a “T: The New York Times Style Magazine”, vêm ampliando receita, afirmou Thompson.
– Estamos determinados a fazer tudo o que podemos para preservar a publicidade impressa – disse Thompson.
O “NYT”, como outros jornais, vem sofrendo pressão para encontrar novas vias de crescimento num momento em que a receita da propaganda impressa está encolhendo e se desloca em direção aos anúncios digitais, que custam menos e oferecem retorno rápido e mensurável.
A receita com a venda de anúncios impressos caiu 11% no período, enquanto a do digital subiu 10,7%. No total, a receita com publicidade recuou 5,8%.