O correspondente do jornal americano Chicago Tribune em Cuba, Gary Marx, foi informado esta semana de que sua credencial de imprensa não será renovada e que ele não poderá mais reportar da ilha. Marx trabalha em Havana desde 2002. ‘Eles [autoridades cubanas] disseram que eu fiquei aqui por bastante tempo e que eles sentem que meu trabalho é negativo’, conta o jornalista, ressaltando que não foi lhe dado nenhum exemplo deste ‘trabalho negativo’.
Um repórter do South Florida Sun-Sentinel ficará na sucursal da Tribune Company na capital cubana, e o governo disse a Marx que a companhia poderia inscrever um novo correspondente para o Chicago Tribune. O processo para tal pode ser demorado e complexo: novas regras para jornalistas estrangeiros estipulam, inicialmente, a renovação da credencial a cada 30 dias. Outras organizações americanas, como CNN e AP, também possuem correspondentes em Havana.
Flexibilidade
‘Nós ficamos muito desapontados e preocupados pela notícia de que o governo cubano decidiu não renovar a credencial de nosso correspondente e pediu que ele e sua família deixassem a ilha’, desabafou o editor do Tribune George de Lama. ‘Gary Marx é um jornalista veterano que tem oferecido aos nossos leitores uma cobertura precisa, incisiva e profunda de Cuba, trabalhando muitas vezes sob condições difíceis’, completou o editor, que ajudou a criar a sucursal de Cuba em março de 2001. Lama disse ainda que o jornal está analisando a melhor maneira de lidar com a nova situação, mas que o Tribune continuará empenhado em ‘cobrir Cuba e seu povo’.
Autoridades informaram que Marx tem 90 dias para deixar o país. Como ele e sua mulher têm dois filhos em idade escolar, o governo teria prometido ser ‘flexível’ e deixar que as crianças terminem o período letivo, em junho. Informações de Phil Rosenthal [Chicago Tribune, 22/2/07].