Três anos após a cidade iraquiana de Faluja ter sido praticamente destruída pelas forças americanas, seus moradores encontraram um meio de expressar suas opiniões e transmitir mensagens de esperança através de programas próprios de rádio e TV, noticia Yasser al-Halbusi [AFP, 26/12/07]. A cidade, um dos principais centros da insurgência iraquiana, tornou-se um pólo de transmissão jornalística no qual dezenas de pessoas trabalham na produção de conteúdo para duas emissoras de rádio e um canal de televisão da Iraqi Media Network, rede de comunicação financiada pelos EUA.
Mesmo com poucos recursos e falta de experiência, a equipe está determinada a produzir programas que expressem ‘liberdade’ e ajudem a conter o que classifica de ‘ideologia da al-Qaeda’. ‘Nossos programas são preparados pelos moradores de Faluja. Eles lidam com assuntos locais e diferenciados’, conta Abdul Majid Dahham, gerente da emissora de rádio Faluja FM, com transmissão de 16 horas diárias. Já a estação Faluja Sawt al-Hur (Voz Livre de Faluja) conta com 12 pessoas e fica no ar por seis horas diárias. O canal de TV tem um espaço de duas horas no horário noturno, antes de ir ao ar a programação do canal estatal al-Iraqiya.
Força da mídia
Ainda há partes de Faluja em ruínas após a invasão de forças americanas, em 2004, para capturar insurgentes sunitas e membros da al-Qaeda. Assim como outras cidades da província de al-Anbar, a população sunita virou-se contra os então aliados da al-Qaeda no ano passado. Para o líder político Amir Lateef, a Faluja TV ajudou a encorajar os jovens a ficarem longe da influência extremista islâmica de membros da al-Qaeda que ainda atuam na cidade. ‘A emissora tem uma influência positiva nas crianças afetadas pela violência e pela ideologia da al-Qaeda’, afirma.