Finalmente, a novela terminou. Foi aprovada a não obrigatoriedade do diploma no curso de Jornalismo. Ou pelo menos é o que parece. O dia 17 de julho de 2009 é um dia que vai ficar marcado na história e na mente de alguns estudantes e profissionais de jornalismo, que ainda se preocupam em cumprir o seu dever de honrar, valorizar e dignificar sua profissão.
A notícia, com certeza, já havia se espalhado, mas fiquei sabendo através do Jornal Nacional da Rede Globo. A informação foi noticiada como um dos destaques, mas a reportagem só foi exibida no último bloco. Se considerarmos a questão de relevância das informações e o interesse público – sinto muito –, minha nota é zero para o telejornal, que preferiu supervalorizar uma notícia sobre Barack Obama matando uma mosca.
O que me deixa mais chateada é ter que concordar com o presidente Luís Inácio Lula da Silva, se referindo a outra reportagem, a de que ‘a imprensa deveria estar preocupada em não deixar que sua reputação fique desacreditada’. E já não está?
Essa decisão me deixou indignada, por isso parabenizo o ministro do STF Marco Aurélio Mello, um dos únicos que voltou contra a não obrigatoriedade do diploma.
Muita coisa ao mesmo tempo
Também vou aproveitar para louvar a atitude da mídia, em todos os lugares do mundo, jornalistas que de alguma forma contribuíram para que essa situação chegasse ao extremo. Meus parabéns a todos que agiram com falta de ética, tripudiaram em cima de dossiês e acordos com lobistas, priorizaram o sensacionalismo, a audiência barata e sobrepuseram qualquer interesse políticos ou econômico à atividade jornalística. Esses sejam diplomados.
Diante de tudo isso, e dos interesses que estão acima de qualquer motivo já banalizado, como ferir a liberdade de imprensa, numa coisa só tenho a concordar: o que falta é um jornalismo de caráter, de ética, palavras que são tão desvalorizadas pelo ser humano.
Estudantes e profissionais de jornalismo: acordem !!! Agora, se já não passou, agora é a hora de lutar para fazer a diferença.
Sem generalizar, aplaudo aqueles que conseguiram enxergar a tempo que temos uma responsabilidade muito grande. E ficam algumas questões: será que algum dia existirá finalmente um jornalismo com o compromisso com a verdade e sem interesses? Como podemos mudar essa realidade? Será que qualquer pessoa estará preparada para repassar informações? Dúvidas e mais dúvidas.
Sinto muito, ministro Gilmar Mendes, jornalismo não é só arte e literatura. Para aqueles que levam a sério, é responsabilidade, é agir com ética, é chegar o mais próximo da verdade, é uma forma de conhecimento, é muita coisa ao mesmo tempo e hoje é mais uma atividade de incertezas.
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Estudante de Jornalismo do 2° ano, Londrina, PR