Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Pesquisa tenta traçar interação ideal na rede

Não se pode negar: a internet transformou o jornalismo tradicional, derrubando o muro que dividia tão claramente jornalistas e leitores. Os dois lados hoje se mesclam – mas será que sabem qual a melhor maneira de fazê-lo? ‘Muitos de nós já reconheceram que a era do `Nós reportamos e você lê´ acabou’, resume Howard Finberg, diretor de aprendizagem interativa no Instituto Poynter, na Flórida. ‘O público quer muito mais’.


Foi para tentar entender como deve ser este ‘muito mais’ que o grupo Associated Press Managing Editors e o Instituto de Jornalismo Donald W. Reynolds da Universidade do Missouri realizaram o Estudo de Credibilidade no Jornalismo Online. O estudo foi projetado com o objetivo básico de traçar as prioridades e práticas que devem guiar os jornais em um momento em que eles unem suas operações impressa e online. Segundo os coordenadores, os resultados devem levar a mais pesquisas e debates nas redações.


Foram entrevistados por telefone, entre agosto e outubro do ano passado, 500 membros do público e 1.251 editores das versões impressa e online de jornais diários americanos. Descobriu-se que leitores e editores concordam nos aspectos básicos que fazem ‘um bom jornalismo’, mas, enquanto os editores são mais cautelosos, o público gostaria de regras menos rígidas para o diálogo online.


Vale para todos


Cerca de 70% dos editores pesquisados disseram que exigir que os comentaristas se identifiquem ajuda a prática do bom jornalismo; entre os leitores, este número cai para 45%. Segundo esta mesma linha, 58% dos editores afirmam que permitir que jornalistas participem de debates online e expressem opiniões pessoais prejudica o jornalismo, posição corroborada por apenas 36% do público.


Quando se fala nas práticas básicas do jornalismo, como a garantia de informações precisas e a correção de eventuais erros, leitores e editores estão de acordo: ambos defendem a imparcialidade da cobertura jornalística e a distinção clara entre fato e opinião. As duas categorias também concordam quando o assunto é o aprofundamento de matérias online; para eles, é desejável que haja links para outros artigos e bancos de dados ou informações adicionais que possam ser exploradas pelos internautas. Leitores e jornalistas acreditam ainda que conteúdo noticioso produzido por leitores na internet deveria obedecer aos mesmos padrões respeitados pelos jornalistas profissionais – na apuração e na escrita do texto. Informações de Anick Jesdanun [AP, 8/4/08].