Dois correspondentes estrangeiros detidos no Zimbábue na semana passada por falta de permissão oficial para trabalhar no país foram libertados na segunda-feira (7/4) após o pagamento de fiança no valor de 300 milhões de dólares do Zimbábue – o equivalente a US$ 10 mil. O correspondente do New York Times Barry Bearak e o jornalista britânico Steven Bevan receberam ordens, no entanto, para comparecerem à corte na quinta-feira (10/4).
Presos em uma batida policial em um hotel na capital, Harare, eles chegaram a ficar quatro noites atrás das grades e foram acusados de violar as regras de credenciamento de mídia. Bearak, que venceu o prêmio Pulitzer em 2002 por reportagens no Afeganistão, recebeu ordens de ficar em uma clínica médica depois de ter escorregado e machucado as costas na prisão. Já Bevan permanece na embaixada britânica.
Além deles, dois sul-africanos, técnicos da empresa de TV por satélite Globecast encarregados de instalar equipamentos, foram acusados de trabalhar sem a credencial de mídia e também de obstruir o trabalho da justiça. Segundo o CEO da Globecast, Alan Hird, eles devem comparecer ao tribunal duas vezes esta semana. Ambos tiveram que pagar fiança de 200 milhões de dólares do Zimbábue cada, antes de serem soltos.
Censura
Autoridades do Zimbábue proibiram a maior parte da mídia de cobrir as eleições presidenciais, parlamentares e municipais ocorridas em 29/3. Os resultados ainda não foram divulgados oficialmente e há suspeitas de fraude. Ainda assim, alguns jornalistas trabalharam disfarçados no país. Às vésperas das eleições de 2002, o veterano presidente Robert Mugabe aprovou uma lei que lhe dava direito de expulsar correspondentes estrangeiros do Zimbábue. Informações da AFP [7/4/08].