O governo palestino afirmou na terça-feira (13/3) que ‘está trabalhando’ pela soltura do correspondente da BBC em Gaza, Alan Johnston. O governo, dirigido pelo Hamas, afirmou conhecer os responsáveis pelo seqüestro. ‘A solução desta questão está encaminhada, se Deus quiser. Nós temos informações definitivas sobre as pessoas por trás do seqüestro’, afirmou o porta-voz do governo Ghazi Hamad.
Ele não identificou, entretanto, o grupo que alega ser responsável pela abdução do jornalista. Algumas gangues locais têm seguido, nos últimos meses, uma linha de seqüestro de jornalistas estrangeiros e trabalhadores de organizações humanitárias em Gaza. Elas pedem, em troca dos reféns, dinheiro, empregos ou armas e munição às autoridades palestinas.
‘Na maioria das vezes, eles querem emprego, ou armas e balas’, diz Khalel Abu Hilal, porta-voz do Ministério do Interior. ‘Eu acho que desta vez não vai ser diferente’. Apesar destas gangues serem bem conhecidas pelas autoridades, afirma Hilal, a rivalidade entre facções (Hamas e Fatah) em que se apóia a política palestina impede que ações como estas sejam evitadas.
Carro abandonado
Johnston, de 44 anos, foi arrancado de seu carro em Gaza na tarde de segunda-feira (12/3). O carro, alugado pela BBC, foi encontrado abandonado na rua logo depois do seqüestro. O chefe da sucursal da rede britânica no Oriente Médio, Simon Wilson, viajou a Gaza na terça-feira para se encontrar com o primeiro-ministro Ismail Hanyieh, do Hamas, e com oficiais de segurança. Ele também tinha encontros marcados com líderes do Fatah.
Johnston era o único jornalista estrangeiro vivendo em Gaza, de onde reportou nos últimos três anos. Ele estava em Jerusalém no último fim de semana para uma consulta no dentista e retornou à cidade na manhã de segunda-feira. Informações de Rory McCarthy [The Guardian, 14/3/07].