[do release da editora]
Em seu novo livro, Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE), registra experiências de empresas que apostaram em projetos de conservação de sua história, analisa novas possibilidades para que as organizações construam sua responsabilidade histórica e faz considerações sobre a nova forma de olhar o campo das relações públicas.
Relações Públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória institucional das organizações ressalta a importância do investimento em projetos de documentação e preservação da memória empresarial, definindo-os como um novo campo de atuação para os profissionais de relações públicas.
Segundo o estudo do autor, o resgate de sua história proporciona às organizações brasileiras o melhor entendimento de suas origens, o que possibilita o aprimoramento do trabalho atual, respeitando tradições e solidificando uma responsabilidade e um compromisso social histórico em relação às comunidades em que estão instaladas.
De acordo com Margarida Kunsch, professora-titular da ECA-USP e presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (Abrapcorp), que assina o prefácio do livro, ‘acredita-se que somente com uma filosofia e uma política de comunicação integrada as organizações conseguirão passar para a sociedade o que estão fazendo e provar, mediante ações concretas e relatos documentais, que os seus compromissos ultrapassam as fronteiras do lucro e dos interesses individuais dos proprietários, acionistas e investidores’.
Além disso, no nível interno, no que diz respeito à relação com os funcionários, preservar e valorizar a memória da empresa origina e potencializa um sentimento de pertencimento, e é neste sentido que devem atuar juntas as relações públicas e a comunicação organizacional. ‘É perceptível que os redesenhos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais por que passaram as empresas brasileiras estremeceram principalmente a confiança dos empregados. […] Diante do enfraquecimento das formas tradicionais de relações públicas e de comunicação com o objetivo de envolver os empregados e outros públicos, a história organizacional começou a se afirmar como uma nova perspectiva para o reforço, principalmente, do sentimento de pertencimento dos empregados, como protagonistas fundamentais das realizações, dos bens, dos serviços e da própria sustentação dos empreendimentos’, afirma Paulo Nassar.
Os capítulos
No primeiro capítulo, o autor discorre sobre o surgimento das relações públicas e o desenvolvimento pelo qual passou a área, levando-a alcançar a abrangência e a importância social nela identificada atualmente. Analisa as idéias de seus principais protagonistas, confrontando-as com os desafios políticos, sociais, culturais, tecnológicos e econômicos que comuns à sociedade contemporânea.
Em seguida, discute as relações públicas no contexto brasileiro, traçando um panorama da área e de suas perspectivas. No capítulo 3, faz considerações sobre a história empresarial e sua vinculação com as relações públicas, num contexto orientado para a criação e consolidação, nos públicos, do sentimento de pertencimento a uma organização.
No quarto capítulo, apresenta a pesquisa sobre projetos de história organizacional nas empresas brasileiras, descreve sua metodologia, avalia resultados e comprova as hipóteses inicialmente levantadas.
Por fim, conclui seu estudo com uma reflexão sobre as interfaces entre relações públicas, comunicação organizacional e história empresarial, ressaltando que, na configuração da identidade e da intersecção (cruzamento) dessas áreas, o moderno não devora a tradição, o amplo não elimina o singular e a inclusão é um gesto permanente e elemento de sua natureza. Para isso, trabalha metaforicamente com o mito romano de Jano, guardião das entradas e deus dos começos, cuja imagem, colocada sempre nas portas principais das casas, era representada por dois rostos, um olhando para frente e outro para trás.
‘É tentador propor como representação para as relações públicas brasileiras, metaforicamente, a imagem e o trabalho de Jano: abrir portas, pontes e diálogos entre quem está exercendo e quem já cumpriu algum papel dentro de uma empresa ou instituição, além de estendê-lo em relação aos outros públicos e sociedades’, explica Nassar.
O autor
Paulo Nassar, graduado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é mestre e doutor em Ciências da Comunicação, na área de Relações Públicas, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), onde também é professor. É autor de A comunicação da pequena empresa, O que é comunicação empresarial e Tudo é comunicação, além de ter organizado diversas obras e publicado mais de duzentos ensaios, artigos e capítulos de livros. Sua tese de doutorado, defendida em 2006 na ECA-USP, deu origem ao presente livro.
É presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e membro da International Association of Business Communicators, da Public Relations Society of America e do Conselho da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Também é diretor da revista Comunicação Empresarial, publicada pela Aberje.