Há esperança no futuro dos jornais? Para 435 editores-chefes que participaram da primeira pesquisa Barômetro da Redação, a resposta é positiva. Realizado pelo World Editors Forum e pela Reuters, o estudo revelou que 85% dos entrevistados dizem estar ‘muito otimistas’ ou ‘um pouco otimistas’ quanto ao futuro dos jornais onde trabalham.
O formato dos jornais no futuro divide as opiniões dos editores: 40% acham que, em 10 anos, suas publicações serão lidas com mais freqüência na internet, enquanto 35% acreditam que os impressos continuarão como veículo dominante.
A pesquisa mostrou também que oito em cada 10 editores vêem as novas plataformas de mídia como uma adição bem-vinda ao jornalismo. Grande parte dos que responderam assim, entretanto, trabalham em veículos que têm grande atuação na internet. Aproximadamente 200 dos 435 participantes trabalham em jornais europeus, a maioria dos quais tem presença significativa na rede.
Especulações
Dois terços dos editores entrevistados disseram acreditar que a importância das páginas de opinião e análise crescerá. Quase a metade (48%) crê que grande parte das notícias – tanto no meio impresso quanto online – será gratuita no futuro.
Metade dos participantes também acredita que a qualidade do jornalismo deve melhorar nos próximos 10 anos. Ainda assim, um quarto deles acha que os padrões irão piorar com o aumento no número de fontes alternativas de informação.
Três quartos dos editores vêem a crescente interatividade entre organizações de mídia e o público como algo positivo para o jornalismo, enquanto 8% classificam esta interação como algo negativo.
Transição
‘Eu acho que o otimismo pode ser medido e parte dele reflete o fato de que esta é uma pesquisa com 435 editores, e não com 435 publishers‘, destacou George Brook, presidente do World Editors Forum. O resultado do estudo destoa das normalmente desanimadoras previsões sobre o futuro dos jornais, baseadas na crise financeira – com a queda de leitores e anunciantes – enfrentada hoje pelos impressos.
Segundo Brook, apesar das dificuldades encontradas pelos publishers nos negócios, muitos editores vêem a situação atual como um momento de transição – com possibilidade de melhoria quando os meios impresso e digital encontrarem seu ponto de equilíbrio. Informações de Oliver Luft [Journalism.co.uk, 27/3/07].