Jornalistas palestinos anunciaram, no domingo (1/4), uma greve de três dias em protesto ao que chamaram de ‘resposta inadequada’ de seu governo ao seqüestro do jornalista britânico Alan Johnston, correspondente da BBC. O boicote, durante o qual não serão cobertas atividades do governo, tinha início marcado para terça-feira (3/4) com uma passeata de jornalistas locais e estrangeiros na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
Johnston foi levado por homens armados na Faixa de Gaza há três semanas. Os seqüestradores não fizeram contato desde então e nenhum grupo assumiu a autoria do crime. Com o passar do tempo, sem notícias, os colegas do repórter começam a temer por sua vida. ‘Estamos muito preocupados’, afirmou o presidente do Sindicato de Jornalistas Palestinos, Naim Tubasi.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o grupo Hamas, maior partido no governo conjunto, condenaram publicamente o seqüestro de Johnston e pediram pela libertação do jornalista. Mas Tubasi diz que resposta do governo, até agora, foi inadequada. ‘A Autoridade Palestina e o governo […] não fizeram esforços suficientes. O que estão esperando? Onde estão os serviços de segurança e as autoridades? Onde está a polícia palestina?’, questionou.
Jornalista experiente, Johnston, em Gaza há três anos, é o principal correspondente da BBC na região – e um dos poucos profissionais de imprensa ocidentais que ainda se arriscam nela. No ano passado, cerca de 20 estrangeiros foram seqüestrados em Gaza. Antes de Johnston, o maior período em cativeiro tinha sido enfrentado por dois jornalistas da rede de TV americana Fox News, em agosto. Informações da AFP [1/4/07].
Na Inglaterra, 300 assinaturas pela libertação
Na edição de segunda-feira (2/4) do jornal britânico Guardian, executivos de mídia e jornalistas pedem pela libertação de Johnston em um anúncio de página inteira. Organizada pela BBC e publicada na seção de mídia, a peça traz 300 assinaturas, incluindo as do veterano apresentador Sir David Frost, do diretor geral da BBC Mark Thompson e da correspondente internacional da CNN Christiane Amanpour.
Todos os editores de jornais nacionais também assinaram o anúncio, entre eles Alan Rusbridger, do Guardian, Robert Thomson, do Times, John Witherow, do Sunday Times, Patience Wheatcroft, do Sunday Telegraph, Will Lewis, do Daily Telegraph, Paul Dacre, do Daily Mail, e Richard Wallace, do Daily Mirror.
Diretores de emissoras como a ITV News e o Channel 4 também participaram do documento. ‘Nós pedimos a soltura imediata do correspondente da BBC em Gaza Alan Johnston’, diz o anúncio. ‘Pedimos a todos com influência nesta situação que aumentem seus esforços para garantir que Alan seja libertado depressa e sem danos’. Informações de Mark Sweney [MediaGuardian, 2/4/07].