Depois da controvérsia que levou ao pedido de demissão do editor da seção de opinião do Los Angeles Times, o jornal decidiu acabar com o projeto em que convidados fariam o papel de editores de opinião nas edições de domingo. Como a escolha do primeiro editor convidado acabou virando um fiasco, o publisher David Hiller decidiu cancelar a iniciativa.
A confusão começou quando o então editor da página de editoriais, Andres Martinez, escolheu como primeiro editor convidado o produtor de Hollywood Brian Grazer, que por sua vez é representado pelo escritório de relações públicas onde trabalha Kelly Mullens, namorada de Martinez. A princípio, quando a relação entre os envolvidos foi revelada, os editores acharam que bastava que fosse publicada, junto com o trabalho de Grazer, uma explicação aos leitores – para deixar tudo às claras. Mas, depois de reclamações de funcionários do próprio jornal, Hiller resolveu não publicar a seção feita pelo produtor hollywoodiano, temendo alimentar a aparência de um conflito de interesses.
Martinez, enfurecido com a atitude, pediu demissão. Hiller, por sua vez, afirmou ter acreditado que Grazer, que produziu longas como O Código Da Vinci e Apollo 13, havia sido escolhido por seu próprio mérito, mas mesmo assim achou melhor não publicar a seção.
Para evitar confusão
Dado o tamanho da polêmica interna, Hiller cancelou o plano de convidar outras celebridades para editar a seção de domingo. Martinez já havia feito convites ao ex-secretário de Defesa americano Donald Rumsfeld, ao ex-jogador de basquete Magic Johnson e a Melinda Gates, mulher do fundador da Microsoft que coordena a Fundação Bill e Melinda Gates.
O publisher também pediu que fosse feita uma pesquisa interna para determinar se, no passado, relações pessoais ou profissionais influenciaram de maneira imprópria conteúdo das páginas editoriais. Informações de James Rainey [Los Angeles Times, 27/3/07].