Desculpem a vaidade-benigna, mas quem tem 80 anos, cabeça boa, antenado com tudo, e – por que não? – muitos planos, ainda que a curto/médio prazo, quer compartilhar com amigos as coisas prazerosas. Recebi, até agora, mais de 100 e-mails falando dos cinquenta anos da Rede Globo (que, atenciosamente, além de me colocar na lista dos fundadores, me deu uma a placa, mas tive que recusar o convite para a festa da emissora, por causa de minha deficiência física e do meu temperamento “bicho do mato”).
Confesso: fiquei serenamente amuado (pois tristeza e passadismo, eu deleto), porque a “turma” do atual Fantástico sequer citou meu nome, nem os nomes dos que, como eu, foram pioneiros; trabalharam sob o cerco da censura da maldita ditadura militar, e, mesmo assim, fizeram do novo programa o ponto de partida para mudanças em todo o visual da Globo (o conteúdo, com relativa exceção dos “entretenimentos” , era limitado pelos censores). E mais amuado fiquei: até os nomes do genial e severo Boni e do multicriador Borjalo foram subestimados. E os do Armando Nogueira e da Alice-Maria tiveram citações menores do que uma vírgula. E há outros.
Agora, vejam o que saiu na coluna digital/semanal de Moacir Japiassu (um dos esquecidos, e que também assina outra, sob o pseudônimo de Janistraquis) e na coluna de Márcia Lobo – as três superlidas (ver aqui).
“Janistraquis e o colunista estranharam a ausência do nome de José-Itamar de Freitas nas comemorações dos 50 anos da Rede Globo. Foi Itamar, um dos maiores profissionais de todos os tempos, quem transformou o Fantástico num programa jornalístico de grande audiência.”
Digo eu: é evidente o exagero das minhas qualidades. Mas – com os mais de 100 e-mails que recebi – bateu direto no meu jovem coração.
Paz e bem.
***
José-Itamar de Freitas é jornalista