Proprietários de cibercafés na Faixa de Gaza pediram às forças de segurança da Autoridade Palestina (AP), na semana passada, que sejam tomadas providências severas para impedir os ataques recorrentes a suas lojas. No dia em que os comerciantes fizeram o apelo, uma bomba havia explodido em um cibercafé na cidade de Jabalya. Ninguém ficou ferido no ataque – o terceiro do tipo em menos de uma semana e o 48º nos últimos cinco meses –, mas o local foi completamente destruído.
Além dos cibercafés, lojas que vendem fitas-cassete, DVDs e CDs também passaram a ser alvo de violência. As forças de segurança da AP alegam que um grupo radical islâmico que começou a atuar na Faixa de Gaza no ano passado, chamado Suf al Haq Islamiya (algo como ‘Espadas da Honra Islâmica’), é o responsável pelos incidentes. Acredita-se que o grupo seja uma ramificação da al-Qaeda.
Assassinos
Nem mulheres foram poupadas da violência: algumas chegaram a ser atacadas por membros do Suf al Haq Islamiya que consideraram que estavam vestidas de maneira inadequada. ‘Este é um grupo perigoso de assassinos que está usando o Islã como pretexto para realizar seus crimes’, afirmou um funcionário da AP na Cidade de Gaza. ‘Estas pessoas estão distorcendo a imagem do Islã’.
O ministro da Informação da AP, Mustafa Barghouti, afirmou que o governo realizaria uma reunião urgente para discutir o crescente estado de anarquia, particularmente na Faixa de Gaza. Majed Abu Shamaleh, do partido Fatah, informou que escolas e faculdades também foram alvos de ataques nos últimos meses. ‘Os ataques a cibercafés são um sinal de deterioração cultural e intelectual na Palestina. A internet se tornou uma fonte barata e fácil de educação’, opina. Informações de Khaled Abu Toameh [The Jerusalem Post, 5/4/07].