O YouTube confirmou que havia apagado erroneamente um vídeo – que já está de novo no sítio – de John McCain, um dos pré-candidatos republicanos à presidência dos EUA, no qual ele teria sugerido um ataque a bomba ao Irã. Durante um comício na Carolina do Sul, ao ser questionado sobre as ambições nucleares de Teerã, McCain cantou, trocando a letra da música Barbara Ann, do grupo Beach Boys, que os EUA deveriam bombardear o Irã. O vídeo, que parece ter sido gravado por alguém no fundo da sala com um celular equipado com câmera, arrancou risadas dos presentes.
Um porta-voz do YouTube justificou a confusão. ‘Nós apreciamos a rápida resposta de nossa comunidade em relação ao vídeo de McCain. Ele foi classificado por alguns de nossos usuários como ‘inapropriado’, nós o revisamos e ele foi erroneamente removido. Já revimos a situação e desde então recolocamos o vídeo no ar’. O sítio de compartilhamento de vídeos permite que os usuários denunciem clipes considerados impróprios.
A revista New Yorker divulgou em fevereiro que, embora a administração Bush declare publicamente que não tenha intenção de atacar o Irã, o Pentágono teria planos secretos para conduzir bombardeios, caso estes sejam autorizados pelo presidente. McCain afirmou que bombardear o Irã, que é acusado de ajudar insurgentes iraquianos, pode ser necessário para proteger Israel.
Vídeos removidos
Esta não é a primeira controvérsia sobre remoção de vídeos políticos no YouTube. A Electronic Frontier Foundation (EFF), entidade americana que defende os direitos políticos dos cidadãos na rede, alega que outros vídeos já foram deletados do sítio.
A EFF abriu um processo contra a Viacom em nome do grupo militante MoveOn.org, que se articula em grupos de discussão e mobilização pela internet, e da produtora Brave New Films, afirmando que uma sátira do programa de comédia The Colbert Report havia sido retirada do YouTube após uma reclamação ‘sem fundamento’ de violação de direitos autorais.
‘Está na hora de estabelecer um limite para deixar claro que retirar vídeos políticos primeiro, para depois explicar os motivos para tal, é um comportamento absolutamente inaceitável’, afirma Adam Green, diretor de comunicação cívica da MoveOn.org. Informações de Declan McCullagh [CNET News, 20/4/07].