Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas criam grupo de monitoração no Oriente Médio

Para lutar contra o que chamam de ‘crescentes restrições a profissionais de imprensa’ no Oriente Médio, 20 jornalistas de cinco países árabes resolveram criar uma espécie de observatório da imprensa na região. Profissionais do Egito, Arábia Saudita, Marrocos, Síria e Líbia irão lançar, em junho, o Free Media Workers Union, com sede no Cairo.


A iniciativa terá o apoio logístico do sociólogo e ativista pelos direitos humanos Saad Eddin Ibrahim, que tem dupla cidadania egípcia-americana. Ibrahim, que em 2001 foi sentenciado a sete anos de prisão por ‘manchar a imagem do Egito’, dará assistência à organização através de seu centro de pesquisa Ibn Khaldun. Ele passou um ano na cadeia antes de ser libertado sob apelação.


Pela pluralidade


‘Nós encorajamos este projeto porque precisamos de mais pluralismo em nossas sociedades – a situação está cada vez pior’, afirmou à AFP [8/5/07]. Segundo o fundador da organização, o jornalista Yussef Abdel Latif, o objetivo é ‘mapear e denunciar as violações à liberdade de expressão, e contribuir com os atuais esforços para abolir legislações que restrinjam esta liberdade’. O grupo, financiado pelos próprios membros, também dará apoio financeiro a famílias de jornalistas encarcerados.


Na semana passada, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas listou o Egito e o Marrocos entre os 10 países onde a liberdade de imprensa mais foi danificada nos últimos cinco anos. ‘Ameaças judiciais têm sido usadas em muitas destas nações’, dizia o relatório do Comitê, citando 85 queixas criminais abertas contra jornalistas no Egito entre 2004 e 2006. O próprio Ibrahim foi condenado por publicar um artigo crítico ao presidente Hosni Mubarak e a seu governo.