O jornalista Alexander Sdvizhkov, editor do jornal independente Zgoda, foi condenado a três anos de prisão por ter reproduzido os polêmicos cartuns do profeta Maomé – publicados originalmente na Dinamarca, em 2005. Os 12 desenhos do fundador do Islã – incluindo uma imagem de Maomé com uma bomba no turbante – provocaram protestos de muçulmanos em diversos países. Mais de 50 pessoas morreram em violentas manifestações no ano seguinte.
As autoridades de Belarus fecharam o Zgoda em março de 2006, na mesma época em que outros jornais europeus também começaram a reproduzir os cartuns. Foi iniciada no país uma investigação sobre o tema depois de reclamações de muçulmanos – que representam entre 2 e 3% da população de 10 milhões do país. Sdvizhkov foi condenado em uma sessão fechada na sexta-feira (18/1), por incitar o ódio religioso e nacional. Sua advogada afirmou que irá apelar da decisão.
Perseguição
Miklos Haraszti, representante para liberdade de imprensa da Organização para Segurança e Cooperação na Europa, formada por 56 países, condenou a prisão de Sdvizhkov, classificando o caso de ‘chocante’. ‘A perseguição a jornalistas que tentam informar o público sobre questões importantes é feita com base no mau uso das leis contra crimes de ódio’, declarou ele, de Viena. ‘De fato, o governo de Belarus usou a controvérsia internacional gerada em torno dos cartuns como pretexto para eliminar uma voz crítica da vida pública’. Informações da Reuters [18/1/08].