Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Tiago Dória Weblog

INTERNET
Tiago Dória

Nem tudo será gratuito na web, 25/1

‘Como um banho de água fria em quem defende o conteúdo gratuito na rede, Rupert Murdoch disse ontem, em uma mesa-redonda no Fórum de Davos, que o conteúdo do The Wall Street Journal, um dos últimos ícones do conteúdo pago na rede, não será totalmente gratuito. Mas conforme revela Rex Hammonck, a frase de Murdoch foi mal interpretada.

O conteúdo do site do jornal será aberto, mas somente alguns relatórios ‘business-to-business’ de tendências, que são utilizados para tomadas de decisões, terão acesso restrito. Ainda não está claro, mas é certeza que dados da Dow wire e da Factiva, por exemplo, vão continuar protegidos pelo paredão de conteúdo pago. É algo que comentei em entrevista ao BlogueIsso!.

Existe um tipo de informação que por muito tempo será paga e restrita – newsletters, relatórios de tendências e de datamining para investidores e executivos. É o tipo de informação que existe apenas porque é restrita. Enquanto existir mercado de ações e competitividade entre empresas, esse tipo de conteúdo exclusivo e muito bem pago sempre vai existir.’

 

BLOGOSFERA
Tiago Dória

Entrevista com Marimoon, da internet para a TV

‘Para alegria de blogueiros, fotologgers e afins, de dois anos para cá, parte da chamada grande mídia e algumas empresas passaram a ver a web como uma vitrine de talentos.

Quem acompanha este blog sabe da ida constante de profissionais que fizeram nome nas novas mídias para as mídias tradicionais.

Neste sentido, a fotologger e blogueira Marimoon, 25, é um bom exemplo de uma pessoa que está fazendo essa ponte entre velha e novas mídias.

Nesta segunda-feira, dia 28, às 19h30, ela estréia como VJ do programa Scrap MTV, que seguirá com a dinâmica de um blog, com dicas, entrevistas e a participação dos telespectadores pela web e telefone.

A fotologger é também uma típica representante da ‘geração faça você mesmo’, que se potencializou com a internet. Em 2003, montou o seu próprio fotolog. No boca a boca da internet foi ficando conhecida.

E, pouco tempo depois, conseguiu conquistar e falar diretamente para o seu próprio público. Montou uma grife de roupas própria. E hoje, é tanto o interesse pela Marimoon que a sua loja online vende até a tinta para cabelo que ela utiliza.

Na entrevista que segue abaixo, a Mariana, digo, Marimoon fala sobre a sua ida da web para a TV, como montou a sua própria grife de roupas, problemas com copyright, entre outros assuntos. Confira!

1 – No ano passado, nos EUA, Amanda Congdon, que era apresentadora de um videocast na web, foi contratada pela ABCNews para apresentar um programa na TV. Enfim, ela seguiu o caminho da web para a TV.

Agora, no Brasil, temos você que está indo para a MTV. Você acredita que isso seja uma tendência que veio se consolidar? Pessoas que fizeram nome nas chamadas novas mídias serem contratadas pelas tradicionais?

Antigamente era muito mais difícil encontrar as pessoas, seja para o trabalho que fosse. Como a internet é uma mídia totalmente democrática, na qual todo mundo pode ter seu espaço e divulgar melhor seu trabalho, as grandes mídias têm mais facilidade de encontrar pessoas e trazê-las para os seus canais.

2 – O seu programa na MTV seguirá bem a dinâmica de um blog. Você participou da concepção do projeto? Quais são as suas expectativas?

Eu acompanhei e acompanho. Estou sempre sugerindo coisas para o programa. A equipe tem uma noção muito boa do que faz, são super profissionais e ao mesmo tempo super divertidos de se trabalhar. Já estamos há um tempo gravando pilotos e esse ano já fizemos filmagens externas, estou adorando tudo. É um ambiente e um trabalho muito delicioso.

3 – E você estará na CampusParty, no começo de fevereiro, em São Paulo. Como será a sua participação neste evento?

Boa pergunta! Eu ia fazer um chat lá, mas não sei se ainda está de pé.

4 – Como surgiu esse seu lado empreendedor, mais especificamente a idéia da sua grife de roupas? Foi devido a pedidos de fãs que perguntavam quais roupas você usava nas fotos?

Exatamente. Eu postava fotos no fotolog usando peças que eu mesma havia criado para uso pessoal e as pessoas perguntavam onde eu tinha comprado. Comecei participando de feiras de anime, onde eu vendia coisas manufaturadas que eu mesma fazia e a coisa acabou rolando legal.

Eu me diverti muito vendo as pessoas usando as peças que eu fazia e acabei indo atrás de outros produtos que elas me pediam, como tinta de cabelo, coturnos, outras coisas que não tinha como eu mesma produzir.

Aí acabei montando uma loja virtual, onde vendo minhas criações entre outras coisas bacanas. Fui descobrindo como as coisas funcionam na raça e ainda tenho muito o que aprender.

5 – Pelo que percebi você tem uma presença forte na rede, quase onipresente – perfil no Fotolog, Flickr, YouTube, Orkut, MySpace e no Suicide Girls. Você acredita que, atualmente, seja importante para a vida social de uma pessoa estar presente em diversas redes sociais?

No fundo, eu não atualizo nem uso direito nenhuma dessas contas. Os mais atualizados são o Fotolog e o Flickr, pois eu curto muito o feedback das minhas fotos. Mas se estamos falando de uma ‘vida social virtual’, o ideal é ter menos contas e em lugares mais específicos, que tenham mais a ver com você.

Se você curte fotografia, melhor ir atrás do Flickr. Com certeza, você encontrará outros fotógrafos para trocar idéias. O que facilita na hora de socializar são os grupos/comunidades, pois você já encontra direto pessoas que se interessam por um mesmo tema.

6 – Em tempos de Web 2.0, como você vê essa questão do copyright? Você já teve algum problema – suas fotos serem usadas sem autorização ou o devido crédito?

A internet é uma imensidão, um chinês pode ver uma ilustração de um cara e vendê-la para uma grande marca, por exemplo. Acontecia muito antes da internet, depois então a coisa virou um problemão.

Infelizmente é difícil garantir o copyright de tudo, tem que registrar cada trabalho. E, no fim das contas, para você impedir o uso de uma imagem sua que está num profile fake é muito difícil, pois depende do website ter um responsável que retire aquela conta do ar.

Se você procurar por marimoon no orkut, vai encontrar umas 400 contas e muitas delas são de pessoas dizendo ser eu, pessoas que tiram o ‘www.marimoon.com.br’ que eu deixo no canto das fotos e colocam um novo endereço ou um nome por cima.

Não tem como controlar, por isso eu somente peço aos fakes que dêem créditos pelo uso das minhas imagens, com um link para o meu site ou fotolog e que todos tomem cuidado quando acharem que estão falando comigo pelo orkut ou MSN, pois pode muito bem ser alguém mal intencionado.

7 – Quais são atualmente seus sites preferidos?

IMDB [cinema], Last.fm [música], Flickr [fotos] e MTV [novidades].

8 – Para encerrar, gostaria que você desse alguma dica para pessoas que querem publicar suas fotos na rede, num fotolog. E indicasse trabalhos de outros fotologgers que sejam interessantes de acompanhar.

Um fotolog pode ser recheado de fotonovelas, fotos temáticas [ex: pessoas estranhas no busão], desenhos que você faz na aula, fotos do seu dia a dia e muito mais. Use a criatividade! Lembrando que na internet qualquer pessoa pode ver suas fotos, desde o porteiro até a tia da cantina. Cuidado sempre com o que vai publicar e divirta-se!’

 

LOCALIZAÇÃO
Tiago Dória

O que aconteceu na esquina?, 24/1

‘Não era isso que faltava no Google News? Por meio do Poynter, conheci o EveryBlock, um site que busca notícias por meio de CEP e endereço.

Ou seja, as notícias são classificadas por localização e não pelas tradicionais editorias – esportes, economia, cultura etc. Por enquanto, está disponível somente para as cidades de Nova York, Chicago e São Francisco.

O site foi criado por Adrian Holovaty, responsável pela criação em 2005 do ChicagoCrime, um dos projetos pioneiros a utilizar o Google Maps no jornalismo.’

 

FERRAMENTA
Tiago Dória

The New York Times investe no WordPress, 23/1

‘A informação que circulou em alguns blogs nesta terça-feira está confirmada hoje no blog do fundador do WordPress [WP]. A ferramenta de blogs ganhou, por meio da Automattic, empresa por trás do WP, um novo financiamento, desta vez no valor de US$ 29 milhões. O investimento será usado para aumentar a infra-estrutura da empresa.

Mas o que está chamando a minha atenção é o fato da The New York Times Company, empresa que administra o jornal de mesmo nome, ser uma das responsáveis por essa bateria de investimentos. Ao lado do WSJ, CNN, Fox, Time, People, o The New York Times é um dos grandes sites de notícias que resolveu usar a ferramenta de código aberto em seus blogs.

Um dos possíveis interesses da The New York Times Company é, no futuro, agregar os posts de blogs que estão no WordPress.com ao site do NYT, dentro do conceito de ‘terceirização dos comentários’.

Ou talvez não seja nada disso, aquisições podem estar a caminho. De um jeito ou de outro, o NYT já vê os blogs como negócio sério.’

 

TV NA INTERNET
Tiago Dória

Antes de ler o livro, assista à série na internet, 25/1

‘Michael Eisner, ex-CEO da Disney, prepara o lançamento de um projeto que promete dar um gás, ou, pelo menos, apontar caminhos interessantes para a indústria de livros.

Lançará em maio uma série feita exclusivamente para web, baseada no livro ‘Foreign Body,’ de Robin Cook, autor consagrado de obras que já viraram filmes ou seriados – Coma e Terminal.

A websérie será um prelúdio à história do livro, que é de suspense, sobre mortes inexplicadas que acontecem em um hospital. Serão produzidos 50 episódios de 2 minutos cada, que irão ao ar [na web] de segunda a sexta durante 10 semanas.

No dia seguinte ao último episódio, o livro começará a ser vendido nas livrarias. A intenção é atrair o interesse de leitores mais jovens para o livro.

É esperar para ver no que vai dar esse experimento de Eisner. Sua empresa, a Vuguru Studios, especializada em vídeos online, já produziu projetos de sucesso como a Prom Queen, uma série feita exclusivamente para a MySpace.’

 

MÚSICA
Tiago Dória

O novo blog do fundador do Engadget, 25/1

‘Hoje conseguir ver com mais calma o novo blog de Peter Rojas, co-fundador de dois dos blogs de gadgets mais famosos do mundo, Engadget e Gizmodo.

O RCRD LBL é um blog de música que permite a qualquer pessoa baixar de graça as músicas dos artistas comentados nos posts.

Além de fornecer um widget que permite criar uma rádio online relacionada aos artistas preferidos que estão no blog, uma das diferenças em relação a sites concorrentes é que o conteúdo do blog é licenciado e os músicos/gravadoras ganham com os downloads.

Na verdade, são remunerados via publicidade no site, cuja receita é dividida com os artistas. Ou seja, o download gratuito é sustentado pelos anúncios. O que chama a atenção é que grandes empresas estão entre os anunciantes – Virgin, Nikon, BMW e Puma.

Será que esse modelo de blog de música tem futuro? Pelo visto, Rojas soube vender muito bem a idéia de seu novo projeto.

 

COBERTURA
Tiago Dória

O furo de reportagem na morte de Heath Ledger, 23/1

‘Já comentei algumas vezes por aqui, no blog, que ‘furo de reportagem’ é um negócio mais que nasce e morre na cabeça de jornalista. Nunca vi alguém deixar de ler um jornal porque ele tomou um furo de outro.

Vejo as pessoas pararem de ler um site, blog ou assinar um jornal por outros motivos – mudança de layout, linha editorial [principalmente em época de eleições], ritmo de atualizações.

Esse conceito de ‘furo de reportagem’ fica ainda mais sem sentido na internet, onde a diferença de publicar uma informação antes de outro site acontece em questão de minutos ou até segundos.

Gothamist trouxe fotos do local

Ontem, durante a cobertura da morte do ator Heath Ledger, isso ficou bem evidente. O primeiro blog a publicar alguma coisa sobre a tragédia foi o City Room, do NY Times, depois o TMZ, da AOL, seguido pelo Gothamist.

A diferença de tempo de publicação entre um e outro foi de minutos. Não deu nem para perceber o almejado furo. Em uma visão mais tradicional, o NYT se deu bem. Publicou antes a informação.

Mas, às vezes, nos blogs jornalísticos não é bem assim. Não se destaca quem dá a informação primeiro, mas quem contextualiza, escreve melhores ‘suítes’ e tem condições de mobilizar, em questão de minutos, uma equipe em torno de um assunto.

Até fotos do apartamento, o TMZ fuçou e encontrou na internet

Neste sentido, o TMZ fez a melhor cobertura. Em questão de minutos, montou diversas ‘vídeos-reportagens’ com imagens direto do local da tragédia – bem provável que esses vídeos tenham sido editados em um laptop na rua -, garimpou a internet em busca de informações e fez várias ‘suítes’ interessantes sobre a morte do ator.

E ainda picotou as informações em diversos posts para ganhar mais tráfego e melhor posicionamento nos mecanismos de buscas [para quem chega pelo Google, o TMZ é quem deu a informação primeiro].

Apesar do ‘furo de reportagem’ [imperceptível] do The New York Times, o TMZ, que parecia uma rádio ao vivo, foi o grande destaque. É mais relevante o blog que contextualiza os assuntos e usa mais recursos da internet, ao invés do que dá a informação antes. Pelo menos, neste caso, isso ficou evidente.’

 

VÍDEO
Tiago Dória

Reuters: mais conteúdo de graça na rede, 21/1

‘A agência de notícias Reuters tomou uma decisão, nesta segunda-feira, que agradou e muito aos blogs de mídia. Lançou seu novo site de vídeos com acesso gratuito a 13.000 arquivos, sendo que, a cada dia, 125 vídeos serão adicionados.

Os vídeos, divididos em diversas categorias – breaking news, esportes, entretenimento, tecnologia, negócios e mais poulares -, vêm com o recurso de ‘embed video’, permitindo a qualquer pessoa publicar os vídeos em seu site ou blog, sem precisar pagar nada nem gastar com banda no servidor.

A iniciativa é mais do que bem vinda. A Reuters possui um conteúdo muito rico, principalmente na parte internacional, o que, a partir desta segunda, ajudará blogs e sites a contextualizarem melhor as suas informações com vídeos.

Com poucos tropeções, a Reuters é, das grandes agências de notícias, a que melhor está se aproximando das mídias sociais. Fechou uma parceria com o Global Voices Online, lançou o kit mobile para jornalistas, investe em text-mining e possui um Labs em seu site, uma espécie de laboratório onde são apresentados os últimos experimentos de formatos e ferramentas feitos pela Reuters.’

 

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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