Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

WAN defende estratégia de marketing para salvar jornal

O presidente da Associação Mundial de Jornais (WAN, sigla em inglês), Gavin O’Reilly, criticou a indústria jornalística pela ‘quantidade relativamente insignificante’ gasta em marketing, noticia Stephen Brook [The Guardian, 8/5/07]. ‘Há uma certa ironia em pensar que somos uma indústria que depende de anúncios e que ainda gasta muito pouco para fazer o marketing de nossos próprios produtos. Se a Coca-Cola ou a Pepsi estiver perdendo mercado, posso dizer que a primeira resposta deles não seria necessariamente diminuir preços ou distribuir seus produtos de graça’, afirmou O’Reilly no lançamento de uma campanha internacional destinada a conter as ‘informações errôneas’ espalhadas sobre a crise da indústria dos jornais, para jornalistas e analistas em Londres, no início deste mês.

Segundo a WAN, a indústria de jornais movimenta US$ 180 bilhões com 1,4 bilhão de leitores diários no mundo. Em 2006, a distribuição global de jornais pagos cresceu 1,9%, o que representa 510,4 milhões de cópias vendidas diariamente. Em relação aos jornais gratuitos, 40 milhões deles foram distribuídos por dia em todo o mundo, sendo 66% apenas na Europa. Nos últimos cinco anos, o índice de leitura de pessoas na faixa de 15 a 24 anos cresceu 6,9%, enquanto para os maiores de 65, o aumento foi de 3,7%.

Inércia e apatia

O’Reilly confirmou que a indústria jornalística passa por um período de mudanças, mas ressaltou que ela ainda está ‘saudável’. ‘Nosso único risco é que a inércia da indústria leva à apatia da audiência’, alfinetou. No ano passado, os jornais comandaram 29,4% do mercado publicitário mundial, comparado a 37,7% da TV, 12,9% das revistas e 5,7% da internet. ‘A Economist declarou a morte do jornal’, afirmou Tim Balding, diretor-executivo da WAN, citando artigo publicado na revista. ‘Procuramos pelo ‘corpo’ ao longo do ano passado, mas não encontramos’, ironizou. O’Reilly acrescentou ser necessária uma reflexão sobre o aumento do tempo gasto pela audiência na internet. ‘Há mais pessoas usando a rede, mas o que elas estão fazendo? Consumindo mídia, comprando ou mandando e-mails?’, questionou.