Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Noticiário nu ainda faz sucesso, seis anos depois

Faz seis anos desde que a âncora Victoria Sinclair começou a apresentar um telejornal de modo nada usual – ela tira suas roupas enquanto anuncia as notícias no canal online por assinatura Naked News (Notícias Nuas, tradução livre). Os segmentos de meia hora trazem informações, em grande parte, de agências de notícias e, se não fosse pelo strip tease, poderiam perfeitamente ser transmitidos por um canal de notícias tradicional.


Diante das críticas constantes de que o programa banaliza as notícias e transforma as mulheres em objetos, Victoria responde que não há nada de sexual no telejornal. ‘Eu acho que as pessoas tendem a associar a nudez com imoralidade. Se você apenas ouvir o Naked News, ficará muito bem informado’, afirma. Para a apresentadora, a parte mais difícil do programa é noticiar desastres naturais ou atrocidades como os atentados do 11 de setembro. ‘Ficamos completamente vestidas por uma semana após os ataques’, lembra, citando também suas colegas de trabalho. ‘Queríamos mostrar nosso respeito. Não quisemos colocar a parte extra de entretenimento’.


O canal atrai milhares de assinantes em mais de 150 países. O programa é transmitido também em canais a cabo pay-per-view em Israel, Filipinas, África do Sul, Reino Unido e Tailândia. Recentemente, foi feito um acordo para lançar uma versão no Japão.


Versão masculina


Gravado em Toronto, no Canadá, o Naked News – que tem como slogan ‘o programa com nada a esconder’ – foi lançado em 1999. O produtor Lucas Tyler descreve o show como profissional, mas reconhece que ele atrai críticas. ‘Se você for contra a nudez, será contra o nosso programa’, afirma. Tyler ressalta que evita temas como religião e crianças. ‘Já somos polêmicos, então não queremos misturar religião com nudez’.


A emissora também transmite uma versão com apresentadores do sexo masculino, que inicialmente era destinado ao público feminino. Quando a empresa percebeu que a maioria dos telespectadores era de homens, o programa foi relançado como uma versão gay. Informações de James Hossack [AFP, 12/5/07].