Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Justiça obriga Reuters a revelar fonte anônima

A agência de notícias Reuters foi obrigada, nesta sexta-feira (25/5), a identificar uma fonte anônima por ordem de um tribunal de Cingapura. A fonte liberou uma jornalista da agência do compromisso de confidencialidade quando viu que ela seria presa caso não obedecesse a ordem.


A repórter havia sido intimada a testemunhar em um caso entre duas corretoras, a Tullett Prebon e a BGC Partners. A Tullett Prebon havia pedido que a jornalista identificasse sua fonte em uma matéria sobre uma disputa das duas empresas na contratação de operadores. A ordem obtida pela Tullett Prebon, e mantida no tribunal de apelações, alertava a repórter sobre a possibilidade de prisão. Diante disso, a fonte consentiu com a revelação de sua identidade no tribunal.


Proteção


A legislação de Cingapura não reconhece o direito de proteção da identidade de fontes para jornalistas – como é adotado em diversos países, em nome da proteção à liberdade de expressão, e reconhecido pela Corte Européia dos Direitos Humanos. David Schlesinger, editor-chefe da Reuters, afirmou que é política da agência proteger a confidencialidade de fontes. ‘Para defender este princípio nós contestamos a ordem do tribunal e lutamos até a corte de apelações, mais alto tribunal de Cingapura’, declarou.


Segundo artigo de Jonathan Lynn [Reuters, 25/5/07], a agência usa fontes anônimas quando crê que informações importantes não podem ser obtidas de outra maneira. ‘Nós acreditamos que a confidencialidade destas fontes deve ser protegida, pois é esta relação de confiança entre fonte e repórter que trás à luz informações vitais e que ajuda a fornecer a transparência necessária para o bom funcionamento do mercado em uma sociedade livre e forte’, completou Schlesinger, lamentando a decisão do tribunal, que classificou de prejudicial à liberdade de imprensa e de mercado.