Na noite de autógrafos de seu novo livro, The Assault on Reason (O assalto à razão, tradução livre), em Nova York, na semana passada, o ex-vice-presidente americano Al Gore criticou o espaço gasto na mídia com ‘trivialidades’ sobre fofocas de celebridades e pediu às pessoas que dêem mais atenção a temas como a guerra do Iraque e as mudanças climáticas. ‘O que nos levou a gastar tanto tempo de debate público sobre os motivos que levaram [a cantora] Britney Spears a raspar sua cabeça ou [a socialite] Paris Hilton a ir para a prisão?’, indagou.
O político e ativista climático lamentou o que descreveu como ‘destruição das fronteiras entre notícias e entretenimento’ e afirmou que os EUA ficam ‘vulneráveis, sendo uma democracia de massa e contínua distração’.
Fatos inconvenientes
O novo livro de Gore traça um paralelo entre como o governo americano vê a guerra do Iraque e as mudanças climáticas. ‘Assim como os fatos disponíveis antes da invasão do Iraque, os fatos sobre a crise climática foram repetidamente colocados de lado e ignorados, sendo inconvenientes’, afirmou.
Desde que perdeu as eleições presidenciais em 2000 para George W. Bush, Gore tornou-se grande defensor e talvez o principal divulgador da campanha contra o aquecimento global. Recentemente, ele foi indicado a concorrer ao Prêmio Nobel da Paz pelo documentário vencedor do Oscar Uma Verdade Inconveniente, que alerta para as mudanças climáticas.
Gore nega que sua campanha em prol do meio ambiente tenha motivação política, e afirmou repetidamente não ter intenção de concorrer à Casa Branca em 2008. Ainda assim, quando inserido em pesquisas populares, ele aparece como um dos favoritos à vaga democrata, logo abaixo dos senadores Hillary Clinton e Barack Obama. Informações da AFP [25/5/07].