I. Lewis Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney e um dos principais nomes na construção da política externa do governo Bush, foi sentenciado na terça-feira (5/6) a 30 meses de prisão e multa de US$ 250 mil. Ele foi condenado por mentir durante a investigação do Caso Valerie Plame, que tentava descobrir o responsável pelo vazamento da identidade secreta da então agente da CIA para a imprensa.
Libby foi indiciado em outubro de 2005, depois de ser identificado pela jornalista Judith Miller como a pessoa que lhe informou a identidade de Valerie Plame. Então repórter do New York Times, Judith chegou a passar três meses na cadeia por se recusar a revelar sua fonte à justiça. Curiosamente, ela nunca havia publicado matérias sobre a agente da CIA.
Falso testemunho
O ex-assessor de Cheney foi considerado culpado, em março deste ano, pelas acusações de obstrução à justiça, falso testemunho e perjúrio – o júri o absolveu, entretanto, da acusação de prestar declarações falsas ao FBI.
Libby não foi acusado de vazar o nome de Valerie Plame, que apareceu pela primeira vez em um artigo do colunista sindicalizado Robert Novak em julho de 2003. A agente é casada com Joseph Wilson, diplomata altamente crítico à decisão do governo de invadir o Iraque. As fontes de Novak foram identificadas posteriormente como Richard Armitage, ex-subsecretário de Estado, e Karl Rove, assessor político e amigo pessoal de Bush. Nenhum dos dois foi indiciado por violar a lei que proíbe a divulgação de informações confidenciais.
Responsabilidade
Nesta terça-feira, Libby se mostrou calmo no tribunal durante o anúncio da sentença. O juiz Reggie B. Walton afirmou que apreciava seu serviço à nação, mas ressaltou: ‘pessoas que ocupam cargos deste tipo, que têm o bem-estar e a segurança da nação em suas mãos, têm uma obrigação especial de não fazer nada que possa criar problemas’.
Walton negou um pedido dos advogados de defesa para que a sentença fosse adiada até que Libby não possa mais apelar da condenação. A não ser que o juiz reveja sua decisão ou que George W. Bush conceda o perdão presidencial, espera-se que Libby seja ordenado a se apresentar a uma penitenciária federal entre os próximos 45 e 60 dias. Uma porta-voz da Casa Branca deu a entender que o presidente não deverá se envolver no caso. Informações de Neil A. Lewis e Jim Rutenberg [The New York Times, 6/6/07].