Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comunique-se


TVE GAÚCHA
Marianna Senderowicz


Três diretores da TVE-RS são exonerados, 11/06/07


‘De acordo com o Diário Oficial desta segunda-feira, três integrantes da
diretoria da Fundação Cultural Piratini, que inclui a TVE-RS e a FM Cultura, não
pertencem mais ao órgão público. Mucles Jamil Huwwari, diretor-geral e diretor
técnico, Daniel Ramos, diretor da FM Cultura, e Ecilda Stefanello, diretora de
Programação, foram exonerados e convidados a integrar o Grupo Especial de
Assessoramento (GEA), ligado ao gabinete da governadora Yeda Crusius.


Conforme o secretário de Comunicação do Rio Grande do Sul, Paulo Fona, as
exonerações não têm relação com as recentes polêmicas registradas dentro da
emissora. ‘Trata-se de um remanejamento interno’, explicou Fona ao Comunique-se.
Ecilda e Ramos aceitaram o convite de Yeda, enquanto Huwwari teria optado por
permanecer na iniciativa privada.


Na Zero Hora desta segunda-feira, a colunista política Rosane de Oliveira
afirmou que Huwwari não teria seu nome aceito como diretor-geral pelo Conselho
Deliberativo da fundação em reunião que seria realizada hoje. Segundo o
secretário de Comunicação, o encontro acabou sendo cancelado. Fona conta que
ainda não há previsão de data para a nomeação de novos diretores. ‘A secretária
da Cultura, Mônica Leal, e o presidente da Fundação, Luiz Fernando Moraes, estão
avaliando possíveis nomes.’ Moraes afirma que o remanejamento não alterará a
rotina nas emissoras.


Crise?


Em assembléia geral, funcionários redigiram um manifesto no dia 30/05
condenando o sucateamento da rede e pedindo melhorias. O governo, segundo fontes
internas da TVE gaúcha, estaria prestes a lançar um projeto para transformar a
TVE em Organização Social ou Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(Oscip). No documento, os funcionários apontavam a falta de material como fitas,
combustível e peças de equipamentos, o não-funcionamento de 28 retransmissoras
no interior do estado, a possível interrupção na produção de diversos programas
jornalísticos e censura. Nem governo nem a direção da emissora negaram que devem
ser feitas alterações na rede.’


VENEZUELA
Comunique-se


Chávez diz que CNN distorce informações, 11/06/07


‘O presidente venezuelano Hugo Chávez fez novamente duras críticas à rede de
TV CNN. Durante uma recepção a estudantes norte-americanos, Chávez acusou a
empresa de distorcer informações sobre a Venezuela. Ele também se disse amigo do
povo americano, mas inimigo da política imperialista dos EUA.


‘Os meios de comunicação manipulam o povo dos Estados Unidos. Há uma tirania
midiática no mundo. Quase tudo o que diz a CNN sobre a Venezuela é manipulado,
alterado’, acusou Chávez.


O presidente venezuelano lembrou ainda que Condoleezza Rice, secretária de
estado norte-americana, mente ao dizer que os EUA são um país livre. ‘O que a
secretária Condoleezza disse é falso. Ela disse que todos os dias o povo
americano vê CNN, ABC, mas o que se vê aí é manipulação’.


América


Há semanas Chávez enfrenta forte reação internacional desde que cortou o
sinal de transmissão da Radio Caracas Televisión (RCTV). Apesar disso, na
América Latina o presidente venezuelano encontrou o apoio do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e do presidente equatoriano Rafael Correa, que chegou a
dizer que cancelaria a concessão de qualquer canal que conspirasse contra seu
governo. Chávez chegou a se referir a Lula como ‘irmão’ e agradeceu publicamente
as declarações favoráveis do presidente brasileiro.


‘Querem fazer crer que sou inimigo do povo americano, mas isso não é verdade.
Somos amigos desse povo mas inimigos do império que quer impor sua vontade ao
mundo mediante a chantagem e as bombas’, declarou Chávez, se referindo aos
cidadãos norte-americanos. Os estudantes dos EUA visitam a Venezuela para
conhecer o país ‘além das mentiras que contam os meios de comunicação’, segundo
o presidente venezuelano. (*) Com informações do O Globo.’


CASO BARBON
Comunique-se


PM pode estar envolvida, 8/06/07


‘Uma das linhas de investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de
São Carlos, responsável pelo inquérito sobre o assassinato do jornalista Luiz
Carlos Barbon Filho, coloca policiais militares de Porto Ferreira (SP), o local
do crime, como suspeitos. A informação foi publicada na edição de sexta-feira
(08/06) de Folha de S. Paulo.


O caso foi transferido para a DIG em 17/05 para evitar pressões políticas
sobre a polícia de Porto Ferreira. Barbon tornou-se conhecido após escrever uma
matéria sobre a denuncia que vereadores da cidade estariam envolvidos em um
esquema de aliciamento de menores. Ele foi morto com dois tiros no dia 05/05, em
um bar próximo à rodoviária da cidade.


Segundo a Folha, a major Marli Silva dos Reis, da PM de São Carlos,
‘desconhece o envolvimento de policial militar na morte’ de Barbon.


Retrato falado em breve


Na terça-feira (05/06), diversas testemunhas do crime foram levadas à
Delegacia Geral de Polícia Adjunta, em São Paulo, para a elaboração de um
retrato falado do assassino. Ainda não se sabe quando o desenho será
divulgado.


INTERNET
Bruno Rodrigues


Editor, na web? Pra quê?, 11/06/07


‘Quer mexer com os brios da web? Levante a bola da utilidade. Nos dias que
correm, da famosa Web 2.0 e a tão falada enxurrada de conteúdo gerado pelos
usuários, a questão é ainda mais delicada.


Existe, mesmo, a certeza de que sites já manjados, como o Flickr (que
constrói galerias de fotos), e programas que ainda são novidade, como o Twitter
(capaz de publicar minúsculas mensagens de texto em blogs, via celular), irão
mudar a face da Rede e mexer definitivamente com o nosso dia-a-dia?


Ninguém sabe. Aliás, como ninguém tinha certeza se a própria web havia
chegado para ficar, há pouco mais de dez anos. Nem sempre novidade rima com
utilidade – por mais que possa parecer. O fiel da balança? O tempo, sempre
ele.


O mais curioso é que não só o novo passa por esse ‘moedor de carne’ – algumas
tradições também são postas a xeque na web. O papel do editor, por exemplo.


Bastião das outras mídias, ele agora é questionado. Afinal, se qualquer um
pode publicar qualquer coisa na maior tranqüilidade e sem filtro, por que é
preciso alguém para arrumar e polir o que foi produzido?


Há quem, contudo, esteja indo contra a corrente. Esta semana foi lançado nos
EUA o livro ‘The Cult of the Amateur: How Today’s Internet is Killing Our
Culture’ (em português, ‘O Culto ao Amador: Como a Internet de Hoje está Matando
Nossa Cultura’). O autor, o americano Andrew Keen, pergunta aos leitores: ‘você
deseja uma mídia sem editores?’


Keen é bastante xiita em seus argumentos, mas vale como voz dissonante em
meio a um mar de convicções mal embasadas, e que tem produzido o que eu chamo de
‘conteúdo jogado pelo Usuário’, e ele de ‘user-generated nonsense’ (algo como
‘tolices geradas pelo usuário’).


O editor – seja de um veículo jornalístico ou não – é aquele que tem a
palavra final da experiência para amarrar pontas, cortar sobras e corrigir
imprecisões. Na web, em que a informação vai além do texto e multiplica-se em
vídeos, músicas, podcasts, imagens e por aí vai, o editor é aquele que arruma a
‘bagunça’ para que os usuários encontrem o que é realmente relevante,
interessante e – voltamos ao início – útil.


Em entrevista à edição deste mês da revista Bloggers & Podcasters, Andrew
Keen explica por que defende a figura do editor. ‘O motivo pelo qual eu não
publicaria meu livro direto em meu blog’, diz ele, ‘é porque eu preciso da
figura de um editor, é ele que faz meu amadorismo funcionar, e me faz escrever
textos mais densos e coerentes’.


Eu fecho com o autor, já que arregaço as mangas sempre que necessário –
afinal, alguém já viu um quarto de adolescente que não precise de uma ‘mãozinha’
dos pais de vez em quando? 😉


E você, acredita mesmo que o editor está em extinção na Rede?


******


No dia 19 inicio mais uma edição de meu curso ‘Webwriting e Arquitetura da
Informação’ no Rio de Janeiro. Serão cinco terças-feiras seguidas, sempre à
noite. Para mais informações, é só ligar para 0xx 21 21023200 e falar com Cursos
de Extensão, ou enviar um e-mail para extensao@facha.edu.br. Até lá!


(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo
online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua
continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra
treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior.
Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para
a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é
citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas
uma das principais referências na área de Comunicação Social no
Brasil.’


TELEVISÃO
Milton Coelho da Graça


Mais feliz é quem vê ou não vê TV?, 8/06/07


‘Martin Hickman, do jornal The Independent, informa que um milhão de
britânicos (uns 2% da população adulta) não vêem televisão e preferem usar seu
tempo livre com leitura e conversa. Mas é difícil saber com certeza quantos
deles fazem essa escolha por cansaço das novelas e noticiários, rebeldia contra
a modernidade ou simples pão-durismo.


No Reino Unido, é obrigatório o pagamento de uma ‘licença’ para usar um
aparelho de TV – umas 200 pratas anuais por TV em P&B e 400 no caso de TV em
cor, o que rende 12 bilhões de reais para a rede pública BBC. E as autoridades
responsáveis pelo licenciamento não querem saber de conversa, ficam mandando
cartas exigindo explicações para essa aparente rejeição do progresso.


A internet há muitos anos vive cheia de protestos contra essas cartas,
consideradas não apenas intimações, mas verdadeiras intimidações, com ameaças de
multas e processos. O debate chegou agora ao Parlamento e deputados exigem que
essas cartas não sejam mais enviadas. A empresa encarregada da cobrança da
licença alega a necessidade das cartas para evitar a ‘pirataria’, porque metade
das pessoas que se recusam a pagar tem uma TV em casa escondida.


Mas esse debate merece outra reflexão num país em que, felizmente, o fisco
não xereta antenas: o que estamos vendo em nossa televisão aberta vale mesmo o
tempo que gastamos com ela?


Em 1969, fui destituído da chefia de redação da revista REALIDADE após o Ato
Institucional número 5. Luiz Carta, diretor editorial, me disse que a Abril
gostaria de me manter, mas não numa revista que sofria tanta vigilância dos
militares. Que tal ir para a chefia de redação de INTERVALO, uma semanal que
seguia o modelo da americana TV-Guide? Com mulher e quatro filhos (na época com
9, 8, 5 anos e a caçula com menos de seis meses), nem pestanejei. Só havia um
problema, expliquei a Luiz. Eu fazia o possível para que meus filhos não
vivessem presos à TV e nem tinha televisor em casa. Seria possível comprar uma
para mim? Com disciplina férrea sobre os horários em que a TV podia ser ligada,
conseguimos evitar que o presente de Luiz exercesse maior influência sobre a
garotada, que continuou gostando mais de brincar e aprontar.


Reconheço que, após 40 anos, a qualidade da televisão melhorou muito. Mas,
diante do resistente milhão de britânicos, volta-me a dúvida: em 1969 estava eu
mais ou menos certo do que hoje? Quem está aproveitando melhor a vida, esses
rebeldes contra a informação empacotada pela imagem ou a imensa maioria cuja
expectativa de felicidade parece plenamente satisfeita pela (con)fusão
realidade/fantasia oferecida pela telinha?


Todos certamente concordamos com a avaliação de que, no máximo, 10% dos
filmes e séries oferecidos pela TV merecem ser vistos. Excluindo-se o esporte e
a pornografia, que atraem público de gosto bem definido, apenas sobram bull-shit
– sofisticada tradução da língua inglesa para nossa bosta – e jornalismo
(documentários, especiais e noticiários)


O excelente trabalho de Bonner, Fátima, Boechat, Joelmir, Nascimento e todos
os outros bons apresentadores, repórteres e editores em nossa televisão é
suficiente para compensar a enxurrada de anúncios idiotas, pautas forçosamente
voltadas para o objetivo de máximas audiências e repetitivas técnicas de
apresentação de notícias? Ou seria melhor usar aquelas duas horas – um oitavo do
tempo que vivemos acordados – obtendo informação por outros canais (livro, bom
filme, papo com amigos, jornal, internet, teatro etc.)?.


Talvez Aristóteles – ‘a verdade está no meio’ – mais uma vez tenha razão. O
controle remoto domesticou a televisão, devolveu o comando, o controle de
qualidade, ao usuário?


Ou a busca é inútil, a mediocridade é irreversivelmente necessária e
dominadora na TV?


(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O
Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e
Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste
Comunique-se.’


Marcelo Russio


A internet brasileira descobre o mundo, 8/06/07


‘Olá, amigos. O que chama mais atenção do leitor de sites esportivos? O clube
de coração, o noticiário do futebol internacional, ou uma foto de uma bela musa,
do esporte ou não? Acredite, o futebol internacional ganha das duas opções
anteriores, e por uma boa margem. A paixão do brasileiro pelo futebol, hoje, se
rendeu às facilidades da Internet e da TV a cabo, que mostra os mais ricos
campeonatos do planeta. Hoje é possível acompanhar os atletas mais prestigiados
do planeta em ação na Itália, na Espanha, na Inglaterra, na França, na Alemanha
e em Portugal, sem falar nos campeonatos argentino e europeu, de seleção e de
clubes.


Essa mudança recente mudou, e muito, o perfil de interesse dos leitores de
esportes em todo o País. O interesse pelos astros brasileiros, e também por tudo
que abranja os grandes astros do mundo, como Seedorf, Beckham, Maldini, Eto’o e
tantos outros. Com isso, os sites esportivos começam a investir pesadamente em
pautas exclusivas sobre os principais times e campeonatos do mundo.


É muito comum, hoje, ler boas matérias sobre o Barcelona, o Milan ou o
Liverpool em sites brasileiros. E estas notas, podem acreditar, são mais
acessadas que a maioria das notas dos clubes brasileiros. As exceções, claro,
são os clubes de massa como Flamengo, Corinthians e São Paulo. Mas apenas estes.
Os demais, à exceção de momentos de exposição máxima na mídia, como uma final de
Libertadores, ou finais de torneios importantes, perdem em volume de acessos
para o noticiário internacional.


Tendo esses dados em mãos, é justo perguntar: é interessante financeiramente
para um site ou jornal manter um correspondente na Europa, produzindo pautas
especiais com astros do futebol mundial? Honestamente, não. Cerca de 95% das
pautas internacionais dos sites são feitas por telefone, ou através das
assessorias dos clubes europeus, sempre preparadas para o assédio que seus
jogadores recebem.


É possível entrevistar jogadores via Skype, MSN ou outros meios, sem falar no
e-mail. Evidentemente, estar lá daria um charme a mais na matéria, mas não
pagaria os custos de um correspondente apenas para isso.


De toda forma, a hora é de prestar atenção ao futebol mundial. Vale acessos,
vale números e vale exposição. Pensem nisso.


(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou
da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a
cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a
editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da
Globo.com.’


JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu


Horror dos horrores, 8/06/07


‘Ao homem o pensamento lhe dizia sonha,


e a memória de amarras o prendia


a coisas mortas e a coisas que morriam.


(Celso Japiassu in Sonha)


Horror dos horrores


O considerado Fausto Osoegawa, de São Paulo, envia o seguinte, urgentíssimo e
pavoroso alerta:


Lei Rouanet para o Senhor Jesus!


O Senador Marcelo Crivela está prestes a aprovar, no Senado Federal, uma
emenda à Lei Rouanet que permite a construção e reforma de templos religiosos
com renúncia fiscal, passando a disputar verbas com a cultura. Quem for contra
deve se manifestar o quanto antes!!! Assine a petição no site abaixo. E repasse
a informação.


http://www.petitiononline.com/cult2007/petition-sign.html


Encapotado como um esquimó, Janistraquis ganiu:


‘Considerado, não há nada pior do que isso, nem mesmo a notícia de que o
tempo vai ficar mais frio no raio deste lugar onde a gente vive!’


É verdade; construção e reforma de templos pela lei de incentivo fiscal
constituem dose cavalar para os mais empedernidos inadimplentes e,
principalmente, ateus sem remissão. Quanto ao frio aqui no Maravalha, as mínimas
têm oscilado entre zero grau e menos um…


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Acentos e assentos


O considerado Marco Antônio Zanfra, assessor de imprensa em Florianópolis,
folheava o Diário Catarinense e encontrou esta notícia exemplar, sob o título
auto-explicativo Janela de ônibus quebra e jovem é jogado para fora do
veículo:


‘Douglas voltava do colégio no ônibus que faz a linha Centro-Abraão. Ele e os
amigos ocupavam os últimos acentos, localizados na altura das janelas, mais
altos que os demais’, contava a repórter.


Janistraquis concorda com você, ó Zanfra; jornalistas e acentos quase nunca
se encontram, principalmente nos assentos, quando o destino viaja de ônibus —
só para lembrar aquele excelente romance de John Steinbeck.


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Foguetes&radares


O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de
cuja janela do banheiro, em equilibrando-se no vaso sanitário, é possível
enxergar o presidente Lula abraçado a um retrato (em tamanho natural), do seu
irmão Vavá, pois Roldão lia o Correio Braziliense quando chamou sua atenção o
seguinte textículo, agachado sob o título Choque de potências:


‘(…) o presidente Putin considera uma provocação o escudo antimísseis que
os Estados Unidos querem instalar em algumas das ex-repúblicas soviéticas.’


Roldão, que conhece o mundo e a História, registrou a seguinte
observação:


Os Estados Unidos, conforme a notícia informa, pretendem instalar os foguetes
e radares na Polônia e na República Tcheca. Esses países do leste europeu nunca
fizeram parte da URSS. Faziam parte, sim, do Pacto de Varsóvia e tinham governos
comunistas.


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Soube antes


A considerada Maria Ellen Peixoto Martins, bancária em São Paulo, ficou
indignada ao ler nos jornais que a Polícia Federal informou o presidente Lula da
iminente prisão de Genival Inácio da Silva, o Vavá, comprometido com gente
perigosa e presa pela Operação Xeque-mate:


Isso está correto? Por que não prenderam o irmão antes de avisar ao
presidente? Ora, é claro que Lula tomou as devidas providências e o tal Vavá
pôde sumir e preparar a defesa. Já os demais foram surpreendidos, pois ninguém
lhes contou sobre o plano da PF.


Janistraquis acha que você está coberta de razão, ó Maria Ellen, porém a
escorregadela da polícia teve um lado positivo:


‘Ora, considerado, se antes Lula jurava que não sabia de nada, pelo menos
agora ele, pela primeira vez neste país, soube antes e não pôde repetir a
patranha…’


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Capa de PlayBoy


Janistraquis examinou a entrevista de Mônica Veloso à Folha de S. Paulo,
escutou os tais CDs com gravações feitas por ela e que deixam Renan e Cláudio
Gontijo numa pior, conversou também com bons informantes de Brasília e
concluiu:


‘Considerado, não dou nem 90 dias, tempo de vigência de uma promissória, para
a moça sair na capa de Playboy… ou Sexy’.


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Criminoso?


Janistraquis encontrou o seguinte Erramos na Folha de S. Paulo:


COTIDIANO (26.MAI, PÁG. C10) Diferentemente do publicado no subtítulo da
reportagem ‘Polícia mata 1 em tentativa de assalto a banco’, a morte do
assaltante pelo policial durante tiroteio não pode ser chamada de ‘crime’.


Meu secretário, que havia reprovado a matéria, suspirou ao ler o Erramos:


‘Ainda bem, considerado, ainda bem; era só o que faltava policial matar
bandido e ser considerado criminoso, né mesmo?


É


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Quem seria Nêro?


O considerado Émerson Vieira de Menezes, empresário carioca, via o telejornal
Hoje e escutou a enviada especial dizer o seguinte, na cobertura da viagem de
Lula à Índia:


À tarde, o presidente do Brasil recebeu o prêmio Nêro para o entendimento
internacional. O prêmio leva o nome do herói da independência que governou o
país por 17 anos e já foi entregue a personalidades como Madre Teresa de
Calcutá, Nelson Mandela e Martin Luther King.


Émerson tomou um susto, pensou e pensou e…nada:


Juro que a moça disse Nêro; quem gravou, pode conferir. Fiquei encafifado
porque jamais tinha ouvido este nome e Nero (pronuncia-se Néro, como todos
sabem) foi imperador romano. Somente mais tarde, quando voltei ao escritório e
falei a respeito, meu sócio disse: ‘não terá sido Nehru?’. Claro, era Nehru, que
se pronuncia Nerúúúúú´!


Janistraquis adorou:


É mesmo, considerado, é mesmo; Jawaharlal Nehru, aquele que andava pra lá e
pra cá de bibico e túnica branca.


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Cana especial


Deu em tudo quanto é jornal, rádio e TV:


Paris Hilton cumpre pena de prisão – condenada por violar condicional, a
milionária passará 23 dias sozinha numa cela.


Janistraquis viu o cenário do suplício, com pia, vaso sanitário e beliche, e
comentou:


‘A moça deve ter sofrido tremenda decepção ao não encontrar ali a
indispensável cama de casal…’


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Celso Japiassu


Visite o site Uma Coisa e Outra e conheça o novo poema de Celso Japiassu,
vate de formoso talento e densa inspiração. É de Sonha a estrofe que encima esta
coluna.


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Sentença


Do engenheiro Carlos Roberto Costa, de Nova Friburgo:


‘Prender desembargador e juiz é que nem pum; você prende, prende, prende, mas
acaba soltando.’


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Heródoto Barbeiro


Saiu no boletim Jornalistas & Cia., do considerado Edu Ribeiro, e aqui
reproduzimos a seguinte nota:


O âncora da CBN e da TV Cultura Heródoto Barbeiro acaba de transportar para o
livro Fora do Ar (Ediouro) as crônicas que publica regularmente, desde 2001, na
revista Imprensa. Com humor, Heródoto mistura nessas crônicas ficção e realidade
do universo jornalístico.


O livro tem apresentação de Carlos Nascimento, texto de orelha de Sinval de
Itacarambi Leão e 4ª capa de Boris Casoy. A sessão de autógrafos está programada
para 29/6, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073), às 16
horas. Será animada pelo espetáculo A Era do Rádio, com o Coral da Unifesp.


Janistraquis e eu cumprimentamos os considerados Heródoto, Nascimento, Boris
e também o não menos considerado Sinval Leão, velho amigo e companheiro de
outras batalhas.


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Nota dez


Habituado a desasnar e ensinar o caminho das pedras às pessoas dispostas a
falar em público, o professor Reinaldo Polito escreveu no UOL Economia (?) um
indispensável artigo intitulado Paixão por Livros:


(…) Tenho uma experiência curiosa com os alunos do nosso curso de Expressão
Verbal. Muitos deles passam a se interessar mais por leituras quando percebem
que não adianta nada aprender a falar bem se não houver conteúdo. À medida que
se tornam mais desembaraçados na tribuna, descobrem que poderão e precisarão
enriquecer a mensagem com a ajuda dos livros.


Leia a íntegra no Blogstraquis e prepare-se melhor para as armadilhas desta
vida.


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Errei, sim!


‘GRANDE VASCAÍNO – A coluna Zózimo informava, em O Globo: ‘Os amigos se
mobilizando para festejar dia 24 o aniversário de Olavo Monteiro de Carvalho.
Completa 52 anos’. Na mesma coluna, publicada simultaneamente no Diário Popular,
de São Paulo, lá estava: ‘Completa 57 anos’. Janistraquis não deixou passar:
‘Considerado, se do Rio para São Paulo o grande vascaíno Olavinho envelheceu
cinco anos, com que idade estaria se o Zózimo fosse publicado em Rondônia?’. É
bem pensado.’ (março de 1994)


Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067
– CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.


(*) Paraibano, 64 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e
torcedor do Vasco. Trabalhou no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil,
Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe
do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu
oito livros, dos quais três romances.’


MERCADO EDITORIAL
Eduardo Ribeiro


Brasileiros chega às bancas no próximo dia 28, 11/06/07


‘Uma nova revista de reportagem prepara-se para aterrissar nas bancas no
próximo dia 28 de junho. É a mensal Brasileiros, que nasce tendo a seu lado três
grifes do jornalismo brasileiro: Hélio Campos Mello, Nirlando Beirão e Ricardo
Kotscho, o primeiro como sócio-fundador da empresa que dá abrigo ao título, a
homônima Brasileiros Editora (que também conta com Patrícia Rousseaux), e os
dois últimos como diretores-adjuntos. Comporão o trio pensante e executor de boa
parte das reportagens, especialistas que são nesse gênero jornalístico tão
sumido de nossas leituras de cabeceira nos últimos tempos. Vão ter ainda a
companhia de Luci Ayala, Alex Branco e Thiago Lotufo, na condição de
editores.


Foram mais de seis meses de gestação entre os primeiros passos e a edição
zero que acaba de sair do forno para encarar o tão estratégico mercado
publicitário, que nem sempre se abre para iniciativas voluntariosas e produzidas
à revelia das grandes editoras ou grandes empresas jornalísticas.


Quando nascer oficialmente, Brasileiros elevará para três o número de
publicações alternativas, criadas com a vocação da reportagem. A decana delas é
a Caros Amigos, dirigida pelo lendário Sérgio de Souza, que está aí há anos, a
despeito das dificuldades que enfrenta por ser uma publicação assumidamente de
esquerda. Mais recentemente surgiu Piauí, com recursos mais generosos aportados
pelo cineasta João Moreira Salles (também autor da idéia) em parceria com Luis
Schwarcz, da Cia das Letras, que também tem no time nomes também da primeira
constelação do jornalismo como Mário Sérgio Conti, Dorrit Harazin, Marcos Sá
Corrêa, Xico Vargas e Leonardo Kaz, entre outros. Além de ter como parceira a
poderosa Editora Abril.


Brasileiros, desse modo, surge para tentar ocupar um nicho desse virtual
mercado de leitores aficcionados por bons textos, boas histórias, boas pautas,
belo visual e, obviamente, um jornalismo de qualidade e livre de preconceitos e
amarras. A revista, conforme afirma o editorial da edição zero assinado por
Campos Mello, quer e vai contar boas histórias de brasileiros dentro e fora do
País, anônimos e famosos, ricos e pobres, brancos e pretos. ‘Nós iremos atrás de
cada um deles para trazer o Brasil até você. E faremos isso com muito
entusiasmo, mas sem pieguice e sem ufanismo. Nossa proposta é fazer jornalismo
sem preconceitos, sem arrogância e sem constrangimentos em mostrar paixão’, diz
ele.


Textos e fotos de elevado padrão editorial, outra promessa da revista, serão
garantidos não só pela presença dos nomes já citados, mas também de
colaboradores como Jorge Pontual, Eduardo Hollanda, Darcio Oliveira, Roberto
Benevides, J. R. Duran e Cláudio Versiani, entre outros.


Campos Mello informou a este J&Cia que a revista terá tiragem de 50 mil
exemplares, distribuição nacional ‘provavelmente’ pela Dinap, com venda em banca
na primeira fase e assinaturas depois. Segundo ele, o preço de capa deverá ser
definido na próxima semana. Embora seja diretor de Redação da revista, diz que
continuará atuando em sua outra especialidade, a fotografia.


Vida longa a Brasileiros!


Publicação experimental da Abril divulga perfil dos jornalistas
brasileiros


A revista Plug, que foi criada pela Abril especialmente para abrigar textos
dos trainees do Curso Abril de Jornalismo, vai sair no começo da próxima semana
com uma edição que traz uma reportagem exclusiva mostrando o perfil dos
profissionais de imprensa do Brasil.


Os alunos da turma atual do curso colheram informações em sindicatos e no
Ministério do Trabalho e fizeram uma pesquisa qualitativa, que apontou
conclusões interessantes; por exemplo: num mercado com 35 mil profissionais,
apenas 11 mil têm carteira assinada; a profissão tem o menor índice de
recém-formados que seguem na área (12,5%); e o perfil das redações está cada vez
mais feminino (51%). Outra constatação da pesquisa é que quem está na área não
quer exercer nenhuma outra profissão, por diversos motivos, como conhecer
lugares inusitados e o dia-a-dia nada repetitivo.


Os 10 mil exemplares são distribuídos exclusivamente para um mailing que
inclui os mercados editorial e publicitário, além de universidades, mas o
conteúdo poderá ser acessado já no dia 11 no site do curso
(www.cursoabril.com.br).


O lançamento desta nova edição de Plug acontecerá no Centro Brasileiro
Britânico de São Paulo, às 19h, com o debate ‘O jornalista brasileiro’, de que
participarão Laurentino Gomes (diretor-superintendente da Abril), Otavio Frias
Filho (diretor de Redação da Folha de S.Paulo), Dora Kramer (colunista do
Estadão) e Glória Maria (repórter e apresentadora da Rede Globo). A mesa será
conduzida por Thomaz Souto Côrrea, vice-presidente da Abril.


Símbolo lança portal feminino iTodas em setembro


Com a iniciativa, a editora inaugura uma nova operação, a Símbolo Digital


Roberto Melo, vice-presidente da Editora Símbolo, foi incumbido de uma nova
tarefa: agora é presidente-executivo da Símbolo Digital (SD), novo
empreendimento que a editora inaugura em setembro com o lançamento de um portal
exclusivamente feminino, denominado iTodas. Responsável por 14 marcas e 21
títulos (entre eles Uma, Corpo a Corpo, Atrevida, Dieta Já, Vida Executiva e
Raça Brasil), a Símbolo está entre as maiores editoras de revistas do País e é a
2ª em audiência feminina, conforme ressalta Melo. ‘Não foi essa audiência que
determinou a criação da SD, mas sim do primeiro produto dela, o portal iTodas,
que vai ao ar em setembro’, afirma ele. ‘As revistas vão manter seus sites, mas
terão muita sinergia com o portal, idealizado segundo o conceito da web 2.0, que
permite muito conteúdo multimídia e colaborativo, com as internautas interagindo
entre si e interferindo no site’.


Ele informa que o portal terá equipe própria (está sendo montada com pessoal
da própria Símbolo) e ressalta que a estrutura já está pronta, do ponto de vista
de conceito e dos canais que o integrarão, com design da Vinil, agência
especializada reconhecida por sua atuação no setor.


O projeto, para o qual a empresa busca cinco patrocinadores-fundadores, já
está sendo apresentado ao mercado publicitário. ‘Acho que a internet nasceu
aberta e isso deve ser mantido, e quem tem que sustentar isso é a publicidade,
da mesma forma que na tevê aberta. E as empresas estão conscientes dessa
realidade’, aposta.


Reproduzimos a seguir os principais trechos da entrevista, cuja íntegra
estará no programa de J&Cia na Rádio Mega Brasil Online (www.megabrasil.com)
que vai ao ar no dia 14/6, às 17h, com reapresentações no dia 15, às 10h, e no
dia 18, às 20 horas.


J&Cia – Qual será o seu principal argumento para fazer com que os
internautas ‘pesquem’ o iTodas nesse oceano de portais?


Roberto Melo – É claro que não vou revelar a nossa estratégia de marketing
para impedir que fiquemos no fundo desse oceano (risos). Mas esse excesso de
conteúdo tem dois lados: um, sem dúvida, é esse excesso, que dificulta você se
destacar; o outro é que ele é extremamente democrático, vencendo quem é melhor.
Se a gente tiver boas idéias, os acessos vão se multiplicar. Veja o exemplo do
YouTube: por que ele tem 100 milhões de visitantes se a maioria dos vídeos é
desinteressante? É porque tem 10 milhões de vídeos. Cada vez que alguém posta um
vídeo lá mobiliza a família, os contatos, e obriga essas pessoas a verem. Eu
entro lá e os donos da Google, que é proprietária do YouTube, não gastaram um
centavo para falar comigo. Então, além do marketing, o sucesso do iTodas vai
acontecer na medida em que seu conteúdo for relevante, que a internauta perceber
que é um ambiente onde ela tem informação, emoção, consegue conhecer pessoas com
interesses ou dificuldades semelhantes aos dela. A grande disputa hoje é pelo
tempo das pessoas.


J&Cia – Então, não haverá um único foco nesse empreendimento, serão
diversas coisas, é isso?


Roberto Melo – Sim. Embora o portal seja segmentado, ele é mais ou menos
horizontal. Ou seja, terá diversos canais para atender a diversos interesses e
diversos assuntos. Vai ter canal de sexo, de beleza e moda, direitos da mulher,
voluntariado, ecologia, além da vida prática, como casa e comida, decoração…
Enfim, uma amplitude bastante grande de assuntos e que não são as marcas das
nossas revistas. É claro que estamos falando para a mulher contemporânea, essa
que desempenha múltiplos papéis e que representa 48% dos 33 milhões de
internautas domésticos brasileiros. O perfil da mulher brasileira mudou muito
nos últimos 50 anos, o que é um período insignificante do ponto de vista
antropológico e pouco tempo para fazer um rearranjo na vida das pessoas por
conta dessa mudança. É nesse contexto que o iTodas está nascendo.


J&Cia – E quem já está na equipe do portal?


Roberto Melo – A primeira leva de profissionais é da casa mesmo, formada por
Gisela Raw, ex-publicitária e escritora, que estava com a gente como diretora de
Criação da Uma e tem mais de oito anos de experiência com internet, que vai ser
a nossa diretora de Criação; Vladimir Maluf, oriundo da redação da revista Dieta
Já; Maria Beatriz Sant’Ana, que era da revista Atrevida; e Isis Cherchiari,
ex-Vida Executiva, que vai ser a nossa video-repórter. Na parte de vídeo, muito
importante em portais, temos uma parceria com a Suzana Villas-Boas, que tem uma
produtora e foi quem formatou e dirigiu nos primeiros três anos o programa Saia
Justa, do GNT.’


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