O diretor-geral da BBC, Mark Thompson, afirmou na semana passada que a rede britânica não enviará outro correspondente para Gaza até que considere ‘que é seguro fazê-lo’. O jornalista Alan Johnston, que ocupava o posto há três anos, está há três meses em poder de seqüestradores. Ele foi levado de seu carro na Cidade de Gaza em 12/3.
Até agora descobriu-se pouco sobre o paradeiro do correspondente. A Autoridade Palestina afirmou, há um mês, que tinha garantias de que Johnston estaria vivo e bem. No início de junho, um sítio da internet que costuma ser usado por militantes islâmicos divulgou um vídeo onde o jornalista aparece falando que está sendo bem tratado.
Segundo Thompson, a situação está em ‘revisão constante’, mas a companhia terá que avaliar bem as condições de segurança antes de mandar outro profissional para a conturbada região. ‘No momento, nós não temos um correspondente da BBC em Gaza e não enviaremos um até que estejamos satisfeitos com a segurança’, declarou o diretor em discurso sobre os cuidados da rede na Câmara dos Comuns.
Lições
Thompson garantiu que especialistas de segurança visitaram a região enquanto Johnston estava lá e que a rede não tinha como prever o seqüestro. ‘Era evidente que o seqüestro de ocidentais era um risco real em Gaza. O não conseguimos antever foi que o seqüestro [de Johnston] seria diferente da maioria dos casos nos últimos anos, que eram resolvidos em poucas horas ou dias’, afirmou. ‘Eu acredito, por tudo que vi, que foram tomadas medidas de cautela sobre a segurança de nossa equipe em Gaza, mas, é claro, nós agora temos que examinar e ver que lições podemos tirar disso’.
Thompson disse ao comitê de contas públicas da Câmara dos Comuns que a BBC fornece seguranças para os correspondentes ‘em circunstâncias apropriadas’. Ele revelou que a rede possui uma lista de países e regiões consideradas bastante perigosas para ‘onde nós temos que enviar pessoas para reportar o que está acontecendo no mundo’ – mas se recusou a dizer que lugares estão na lista. Informações de Tara Conlan [The Guardian, 11/6/07].