Meu nome é Aldrin Mazzei. Sou diretor do Esquadrão da Moda, no SBT, programa que já faz parte da grade dos lançamentos de 2009 desta emissora. Escrevo para registrar minha perplexidade e meu repúdio com relação à nota publicada no domingo (9/11) na coluna ‘Outro Canal’ do jornalista Daniel Castro, no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, intitulada ‘Ela Se Acha’.
‘A modelo Isabella Fiorentino, 31, não era a preferida do SBT, mas levou a vaga de apresentadora do reality ‘Esquadrão da Moda’ porque era a única entre as postulantes que tinha alguma experiência em TV – ela substituiu Ana Hickmann no extinto ‘Tudo a Ver’ (Record). Mas Fiorentino está dando trabalho à emissora. Erra muito, o que atrasa as gravações do programa, que ocorrem em locações, como lojas, e no mesmo estúdio de ‘Casa dos Artistas’. Ela divide o programa com o stylist Arlindo Grund. Na atração, faz comentários sobre o guarda-roupas dos participantes e dá dicas de vestuário. Ainda não há previsão de estréia.’
É a segunda vez que este cidadão que se intitula jornalista (aliás, uma curiosidade: ele é formado?) escreve sobre o programa e de novo insiste numa informação errada: a de que Isabella Fiorentino não era a preferida nos testes para apresentadora do reality. Com base em que o jornalista da Folha afirma isso?
Isabella foi uma das primeiras a gravar o teste e, assim que o fez, tornou-se a minha preferida. Seu teste foi, disparado, o melhor. Recebi carta branca da cúpula da emissora para escolher quem eu quisesse e só não encerrei os testes ali mesmo porque Isabella ainda estava morando nos Estados Unidos e eu precisava me assegurar de que ela estaria disponível durante todo o cronograma de gravações. Nós tivemos que negociar sua mudança para o Brasil, processo que ela está finalizando somente agora.
Outra informação errada publicada por este cidadão que se intitula jornalista (…mas ele fez faculdade de jornalismo?), a mais grosseira, é a de que Isabella atrasa as gravações porque ‘erra muito’.
Vamos lá, uma breve ‘explicação’ do que é fazer um reality show, porque o rapaz que assina a coluna sobre televisão na Folha parece incapaz de compreender formatos de televisão. Qualquer pessoa que entende um pouco de linguagem audiovisual sabe que em um reality show não existe a opção de parar e gravar de novo. Não é um programa com texto num teleprompter. As câmeras ficam ligadas o tempo todo e os apresentadores e participantes falam tudo de sua cabeça. O Esquadrão da Moda é um reality e também segue este ritmo. Faço essa introdução para esclarecer que ninguém ‘erra muito’ nesse formato, que se caracteriza conceitualmente por registrar as coisas tais como acontecem na hora em que acontecem.
Trata-se, portanto, de uma informação errada, de uma mentira estúpida essa de dizer que a apresentadora ‘atrasa as gravações’ porque ‘erra muito’. Isabella foi aprovada como apresentadora do programa, dentre outras coisas, por mostrar um profundo conhecimento nas questões que envolvem o formato – no caso, moda e estilo. Ela possui uma empresa de consultoria no assunto e já faz tempo que se formou com Ilana Berenholc, uma das mais respeitadas consultoras de imagem do país.
Isabella chamou a atenção de todos no SBT por sua pontualidade exemplar. Ela já foi comentada em reuniões de outras produções na emissora como referência de profissionalismo. É comum ela chegar tão cedo aqui no SBT que o estúdio de gravação não está nem aberto. Também não é raro a apresentadora ser a primeira a chegar ao camarim antes dos demais. Mais uma vez: com base em que este cidadão que se intitula jornalista faz uma afirmação leviana como esta de que Isabella ‘atrasa’?
Entendo perfeitamente que, no trabalho de um jornalista que é obrigado a produzir notinhas todos os dias, se for checar a fonte uma a uma ele acaba não publicando nada. Mas isso não dá o direito a ninguém de ser mentiroso e irresponsável, e de escrever sem fazer sua lição de casa – que é checar as informações antes de publicá-las.
Tínhamos uma entrevista marcada por telefone na semana anterior com este cidadão que se intitula jornalista (…alguém sabe me dizer em que faculdade ele se formou?). Ligamos várias vezes para sua mesa e seu celular mas nunca o encontramos. Parece que antes do meio-dia ele não trabalha. E mais tarde ele está sempre muito ocupado.
Bem, nós também. Gravamos todos os dias das 7 da manhã até a noite. E mesmo assim encontramos tempo para parar a gravação e atender ao fotógrafo da Folha, que foi recebido em nossos estúdios, onde ficou por 40 minutos fotografando os apresentadores.
Como disse, sou o diretor do programa e respondo por uma equipe enorme que inclui pessoas que estão se dedicando demais a um projeto que está sendo tratado de forma especial por todos os departamentos desta emissora. Fazer um programa de televisão custa muito caro, ainda mais nestes tempos de crise.
Trabalho em TV há bastante tempo, sempre com muita responsabilidade. Não posso aceitar passivamente que um cidadão como este, que trabalha num grupo tão prestigiado de comunicação – o que muito me impressiona, aliás –, escreva algo absolutamente mentiroso movido por frustrações obscuras e venha tentar causar instabilidade dentro desta equipe, deste projeto.
É com profundo pesar que peço a publicação desta carta.
Lamento pela Folha de S. Paulo em manter nos seus quadros um funcionário de tão baixa qualidade.
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‘PSOL entra com representação em defesa do delegado Protógenes e do juiz De Sanctis’.
Enfim um apoio expresso, ainda que tardio. Mas, sinceramente, entendemos que carecem mais ainda é de segurança para suas vidas. Ambos não podem contar com a segurança que legalmente deveriam estar gozando neste momento historicamente delicado – eles estão desmistificando coisas que até o diabo duvidava. Muito mais, se vivos continuarem, há por vir. A situação é extremamente preocupante. Estamos vendo a hora de esses dois honrados brasileiros buscarem socorro nas ‘milícias’ dos morros cariocas para se protegerem.
Não acreditamos que o delegado Protógenes tenha vazado informações da Operação Satiagraha, especialmente do momento da prisão dos meliantes. Se porventura tivesse assim procedido, não teria deixado rastros para comprometê-lo – já demonstrou ser um policial que alia a honestidade à inteligência. Rastros deixam estes bandidos do colarinho branco que, do alto dos seus pedestais, se acham inalcançáveis. Acreditamos muito mais na astúcia da imprensa investigativa brasileira, que está sendo subestimada pelo ministro Tarso Genro (José Dirceu II) e pelo subserviente advogado / ministro Gilmar Mendes.
Dody Fayed e a princesa Diana não divulgavam seu itinerário. Contudo, os paparazzi estavam sempre no encalço do casal. Nossa imprensa nada deve à imprensa européia. Deu margem para tanto, a imprensa investiga até ‘o frigir dos ovos’, até ‘os finalmente’; a perseguição é implacável. Exemplos temos vários. Não há ineditismo no caso Daniel Dantas. Existem casos em que as prisões de bandidos, especialmente do colarinho branco, ocorreram graças ao trabalho da imprensa, que os flagraram em exposições de automóveis, corridas de cavalo e outros eventos que os megalomaníacos gostam de freqüentar.
Tudo o quanto se fala do delegado Protógenes e do juiz De Sanctis, até agora, são conjecturas levianas, levantadas pelos dois astros retro nomeados, que querem torná-los vilões e, ao mesmo tempo, transformar o seu ‘deus’ Daniel Dantas em mártir (morre por sua fé no dinheiro). Mas delito mesmo quem tem cometido é o ministro da Justiça, Tarso Genro.
Todo país, por menor significância que possa ter no cenário mundial, tem seu serviço de inteligência. As atuações desses serviços são sigilosas e as identidades de seus agentes são, pela natureza de suas atribuições, preservadas ‘a sete chaves’ pelas instituições. No Brasil, não poderia ser diferente. O que se vê no episódio Daniel Dantas é uma exposição da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), com o senhor ministro escancarando suas entranhas e expondo à mídia seus agentes. Tem agente que, hoje, é mais reconhecido nas ruas do que certos atores de novela. Esse quadro de agentes vai demorar muito para ser renovado. Essas caras vão ser reconhecidas facilmente pela ‘bandidagem alvo’. Para que isso não venha a acontecer, o governo vai ter que gastar muito com remanejamentos, ou com cirurgias plásticas naqueles que quiserem se sujeitar a tanto. Ou teremos um quadro de agentes públicos imprestável para a finalidade da Abin.
Passível, pois, é o ministro Tarso Genro de responder por crime de responsabilidade. Seria de bom alvitre o ilustre procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, tomar, de ofício, essa providência. Isso não ocorrendo, poderia o PSOL, já que está com a mão na massa, representar contra o irresponsável ministro. Provas concretas sobejam. Basta requisitar as fitas às emissoras de televisão. (Ubiratan Pires Ramos, Salvador, BA)
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Na semana passada, foi amplamente divulgado pela mídia, rádio, jornal e TV o indiciamento do delegado Protógenes Queiróz por interceptações indevidas. A principal informação, o foco da imprensa, não deveria ser o que levou Daniel Dantas a ser preso? E mais, por que ele disse que, na instância superior (STF), estaria liberado? – o que se comprovou posteriormente. (Fernando Luiz Lavieri, estudante de jornalismo, São Paulo, SP)
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Quero parabenizá-los pelo excelente site que vocês têm. São muitas informações relevantes de muitas pessoas inteligentes e, acima de tudo, com personalidade independente. Porém, quero reprovar o horário do programa televisivo, que só vai ao ar às terças-feiras e por volta da meia noite. Isso é deplorável. Uma falta de respeito com o sono dos telespectadores. (Wilson Silva, funcionário público, São Paulo, SP)
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Tragicômica a abordagem da Vênus Platinada diante do vídeo de uma jovem sendo estuprada, citado (e exibido, em partes) no Jornal Hoje de 13/11. O âncora, sempre muito polido, diz ‘(…) O Jornal Hoje teve acesso ao material mas decidiu NÃO exibir as imagens chocantes em respeito à família da vítima e aos telespectadores’. E, então, exibe as imagens do vídeo, borradas, mas ainda assim suficientemente claras para mostrar, por exemplo, a retirada da camisa da moça. Incrível como a Globo defende a bandeira de um jornalismo sério e sem sensacionalismo, não? (Augusto Cesar, estudante, Brasília, DF)
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Gostaria de sugerir ao Observatório da Imprensa uma clicada nos blogs do portal ClicRBS, em especial para as colunas Holofotes e N9ve. O mau gosto, o abuso de estereótipos, a propagação de preconceitos e a espetacularização da mídia saltam aos olhos. (Fernando Castro, jornalista, Porto Alegre, RS)
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Sugiro uma pauta sobre a parcialidade na imprensa esportiva. Como exemplo, cito a matéria que consta no seguinte link. Esta matéria afirma ter pesquisado ‘todos os jogos do Brasileirão 2008 em busca de erros decisivos’. Justamente o líder do campeonato cairia para a terceira colocação (segundo o levantamento da matéria) caso não houvessem os erros de arbitragem. Mas, curiosamente, vários erros contra o líder do campeonato não foram computados, como pode ser verificado no seguinte vídeo. Ora, se na matéria é dito claramente que foram pesquisados ‘todos’ os jogos, como não citaram os erros claros e decisivos que aparecem no vídeo? Fica claro que se trata de uma matéria que visa claramente a polêmica e a audiência, mas passa longe da ética e da verdade. Acredito que mereça um comentário do tão respeitado Observatório da Imprensa. (Renato Oliveira, corretor de seguros, São Paulo, SP)
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Em 11/11, foi veiculada no Bom Dia Brasil, da TV Globo, uma reportagem sobre a queda dos clubes ‘grandes’ à 2ª divisão do futebol brasileiro. O jornalista Alex Escobar veiculou a informação errada de que o Grêmio teria sido o primeiro a ser rebaixado, em 1991. Isso não corresponde à verdade, pois em 1986 Botafogo e Coritiba foram rebaixados, mas por uma virada-de-mesa não jogaram a segundona de 1987. Da mesma forma, Santos e Corinthians foram rebaixados em 1987 e não jogaram a segundona de 1988, competição que seria disputada por 20 clubes e foi ampliada para 24 para beneficiar os times paulistas integrantes do Clube dos 13. Também faltou citar que o Corinthians, este ano, recebeu verba de transmissão televisiva da Série A mesmo sem estar disputando a divisão de elite do nosso futebol. Isso cria um fosso orçamentário em relação aos demais clubes, por isso a facilidade dos times do Clube dos 13 em voltar para a Série A no ano seguinte. Está aí o vídeo com o apresentador Fernando Vanucci narrando a queda do Botafogo em 1986. Acho que a matéria [da Globo] mascara a verdade dos fatos tendenciosamente. (Murilo Cunha, arquiteto, Fortaleza, CE)
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Seria legal uma matéria sobre o excesso, crescente, de intervalos comerciais nos canais da TV por assinatura Net (creio que nas demais também ocorra o fato). O valor da mensalidade já é bastante alto, mas não há limites para a ganância da operadora e suas programadoras. Como o assinante não é organizado (não tem uma associação, por exemplo), não pode, efetivamente, fazer coisa alguma; apenas reclamar. Como também não tem voz eficiente sobre o tema (pois nenhum jornal, online ou não, associado a qualquer dessas operadoras, publicaria qualquer matéria contra si mesmo), a esperança é a internet. E, nesse caso, o OI é mestre. Uma matéria do OI, bem ampla e fundamentada, poderia iniciar uma verdadeira transformação da TV a cabo. (Luiz Mourão, analista de sistemas, Rio de Janeiro, RJ)
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No domingo (9/11), os maiores jornais do centro do país divulgaram a seguinte propaganda:
‘A Hyundai comunica que já recebeu os subsídios de crédito do governo para o financiamento de toda a sua linha de veículos. Isso significa prazos maiores e juros menores na compra de Tucson, Santa Fé, Vera Cruz e Azera’.
No dia 5/11, o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) afirmou, em plena sanidade, que ‘a ajuda ao setor automobilístico para enfrentar os efeitos da crise financeira será feita pelo aumento de crédito ao consumidor’. Sendo assim, as vendas desta indústria manter-se-ão aquecidas, seus lucros serão mantidos e menos empregados serão demitidos. Certo? Opa!!! Empregados sul-coreanos?
Então pergunto: o sr. Miguel Jorge é ministro do Desenvolvimento de qual país? Brasil ou Coréia do Sul? Alguém consegue me explicar o uso de dinheiro brasileiro para salvar empregos na Coréia do Sul? Economistas, abstenham-se de responder. Pois suas previsões, visões e projeções não passam de adivinhações e sandices. (Roberto Janczura, aeronauta)
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Gostaria de entender o que leva a revista Piauí a publicar uma matéria como ‘Um pai em terra estrangeira’, de Dorrit Harazim (edição nº 26, de 3/11/08). A parcialidade do texto já é definida no título: o Brasil é a terra estrangeira, dentro da revista Piauí (!). E é mesmo: só o norte-americano foi escutado para a realização de tão irresponsável matéria! Onde, diga-se de passagem, o que ocorre é a violação de dois preceitos básicos do jornalismo: imparcialidade e apuração.
Dorrit decidiu pintar David Goldman como vítima, apesar de não ter se incomodado em escutar mais ninguém! Isso mesmo: nem um dos citados foi procurado por ela. Aliás, Sean, o filho que perdeu a mãe e figura no centro desta batalha judicial, não passa de apenas um detalhe! Uma vergonha de matéria, lástima do começo ao fim.
Como amiga pessoal de Bruna Bianchi, e tendo acompanhado o desenrolar dos fatos nos últimos anos, só posso lastimar a imprudência da repórter. E digo, categoricamente: a história não é essa. Nem de longe! (Laura Malin, escritora / roteirista, Rio de Janeiro, RJ)