Friday, 29 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

Folha de S. Paulo

FRANÇA
Marion Van Renterghem

Diário do PC francês, decadente, planeja mudança

‘DO ‘MONDE’ – Na rua Jean-Jaurès, em Saint-Denis, uma grande silhueta recurva de concreto e vidro revela o vazio em sua alma. A sede de ‘L’Humanité’, símbolo do Partido Comunista francês e parte do patrimônio arquitetônico, erigida em 1989 com base em projeto do arquiteto Oscar Niemeyer para abrigar o diário fundado por Jaurès, está a ponto de ser vendida.

O mesmo Niemeyer projetou a sede do Partido Comunista, na praça Colonel-Fabien, em Paris, com sua famosa semi-esfera futurista em concreto branco. ‘Fabien’ não está à venda. No ‘L’Humanité’, o caso é mais urgente.

O jornal já conheceu outras crises. Um ano depois de sua criação, em 1904, o diário estava ameaçado de desaparecer. ‘Estamos no fim de nossas forças’, escreveu Jaurès em 1906. No Congresso de Tours, em 1920, o jornal inventado pelo pai fundador do socialismo francês (assassinado em 1914) se tornou o órgão oficial dos comunistas. Hoje, ‘L’Humanité’ e seus 60 jornalistas continuam em crise. Mas o declínio é duplo: a imprensa francesa e o Partido Comunista estão ambos ameaçados de extinção.

Decadência do partido

Enquanto o PCF agoniza, ‘L’Humanité’ passa mal. A queda na circulação (51,9 mil exemplares ante média de 150 mil nos anos 70) segue o ritmo da decadência do partido. ‘Publicar ‘L’Humanité’ quando o partido obteve 1,9% dos votos nas eleições presidenciais? Não há saúde para isso’, diz Claude Cabanes, editorialista e ex-diretor de redação.

Para sobreviver, o jornal precisa abandonar a ligação com o PCF. Teoricamente, todo mundo parece estar de acordo. ‘Devemos neutralizar nosso relacionamento com o PC’, afirma o diretor Patrick Le Hyaric. ‘L’Humanité’ deve agora representar o debate de toda a esquerda sobre a transformação social’, diz o diretor de redação Pierre Laurent.

Será que ‘L’Humanité’ pode se tornar o jornal comum da esquerda da esquerda? Jean-Luc Mélenchon, da ala esquerda do Partido Socialista, acredita na possibilidade. ‘Precisamos de um jornal de referência. O ‘Libération’ se tornou liberal, e o ‘Humanité’ está seguindo nos mesmos trilhos que nós.’ Certos desdobramentos, como a rejeição à Constituição européia ou os debates sobre uma candidatura de esquerda unida, servem como fator de união. No resto do tempo o jornal atende aos interesses do principal acionista: o partido.

No entanto, o jornal mudou, oferecendo indicações de distanciamento em relação ao PC assim que o desmantelamento do partido se tornou claro, nos anos 90. Os jornalistas não são mais necessariamente membros do partido. Com o design adotado em 1999, a mudança se tornou mais radical, com a remoção da foice e do martelo da primeira página.

Mas ‘L’Humanité’ continua a carregar a imagem do PCF, seu orgulho e seu fardo. A direção do jornal é apontada pelo partido, e o partido conta com os favores do jornal. Patrick Le Hyaric, diretor, e Pierre Laurent, diretor de redação, são membros do conselho do PCF. Será que seria melhor romper essas conexões orgânicas? ‘Por que fazê-lo?’, diz Michel Laurent. Já Pierre diz acreditar que sim. Na redação, houve críticas sérias à cobertura das eleições. ‘Fizemos propaganda por meses’, dizem alguns jornalistas.

E os leitores também têm seus hábitos. O novo ‘Humanité’ de 1999, ao tentar conquistar um novo público, antagonizou tanto o partido, dirigido então por Robert Hue, quanto o eleitorado. Em 2000, suas vendas despencaram. O partido alterou o comando do jornal. A nova equipe conseguiu recuperar a circulação, mantendo as tiragens. Pierre Laurent não hesita em dizer que ‘caso a separação do Partido Comunista me garantisse milhares de novos leitores, não hesitaria’. A sede em Saint-Denis, avaliada em 11 milhões em 1997, é o único ativo de que ‘L’Humanité’ dispõe. Laurent diz que ‘uma oportunidade interessante’ está em estudo, e não exclui a possibilidade de que o jornal alugue parte do imóvel.

Será que isso permitirá que o jornal explore a sua nova avenida, a das esquerdas unidas? Isso dependerá também da recomposição, ou não, das esquerdas. E requererá que o jornal não se transfira, como alguns boatos murmuram, para a sede do partido na praça Colonel-Fabien…

Tradução de PAULO MIGLIACCI’

MEMÓRIA / NELSON RODRIGUES
Eduardo Simões, Rafael Cariello, Sylvia Colombo

Viva o reacionário!

‘O escritor Nelson Rodrigues (1912-80) ainda não encontrou o lugar que muitos avaliam que ele merece no cânone literário brasileiro. No teatro, teve reconhecimento imediato, e é de modo inquestionável o maior dramaturgo nacional. Sua obra em prosa, porém, apesar de reconhecida, até aqui não ganhou a mesma aprovação se comparada à de outros gigantes das letras nacionais, como Machado de Assis, Guimarães Rosa ou Graciliano Ramos.

Autodenominado ‘reacionário’, Nelson foi criticado pela direita por sua ‘amoralidade’, e pela esquerda por ser anticomunista e afirmar que o problema do homem não se resolve com um prato de arroz e feijão.

É para discutir o lugar de Nelson na literatura nacional que a Flip (Festa Literária Internacional de Parati), entre os dias 4 e 8 de julho, vai homenagear o ‘anjo pornográfico’.

Sua obra também ganha reedições e um lançamento insólito. A peça ‘O Beijo no Asfalto’ virou uma história em quadrinhos, pelas mãos de Arnaldo Branco e Gabriel Góes.’

***

Vai pro cânone?

‘O valor da obra de Nelson Rodrigues no teatro é ponto pacífico. O ensaísta Sábato Magaldi diz não ter a menor dúvida de que a maioria da crítica e dos espectadores considera o pernambucano radicado no Rio ‘o maior dramaturgo da nossa história’. Para ele, foi com a peça ‘Vestido de Noiva’, montada em 1943, no Teatro Municipal do Rio, que o escritor começou a realizar ‘a verdadeira modernização do nosso palco’. Nela, três planos de narrativa se intercalavam (alucinação, realidade e memória) para contar a história de Alaíde, atropelada no início da trama.

Na crônica e no romance, a história foi outra até os anos 80. Para o autor da biografia ‘O Anjo Pornográfico’, Ruy Castro, um dos principais empecilhos ao reconhecimento do valor da prosa de Nelson ‘era o fato de ele estar vivo, presente diariamente na imprensa e na televisão, provocando e polemizando com todo mundo’.

Segundo o cineasta Arnaldo Jabor, que adaptou obras como ‘Toda Nudez Será Castigada’, a crônica de Nelson é mais profunda do que as pessoas imaginam. ‘Gilberto Freyre dizia que eram melhores do que as de Eça de Queirós. O retrato que fazia da classe média era muito profundo.’ Jabor considera que Nelson não se enquadra no cânone crítico, como Graciliano ou Guimarães. ‘Ele é inclassificável, não trabalhava dentro do cânone ocidental.’

O elogio ao cronista não é unânime. ‘Ele traz o embrião do dramaturgo’, diz o diretor do grupo Tapa, Eduardo Tolentino. ‘Só que é mais fotográfico, da piada e repetitivo, por conta da sua produção diária. O dramaturgo tem outra dimensão, que busca representar o brasileiro e analisar o ser humano na sua condição pífia.’

Para Barbara Heliodora, veterana crítica de teatro que abrirá as homenagens a Nelson na Flip, falando de sua relação com o Rio, tanto o cronista como o dramaturgo permanecem fortes. ‘As crônicas continuam muito vivas, mas as peças mais realistas, as chamadas tragédias cariocas, sobreviveram melhor. Passados 50 anos de lançada uma peça é que o autor tem seu grande teste. É quando ele é esquecido ou não’.

Seria o caso de ‘O Vestido de Noiva’. ‘Suas peças aceitam versões diferentes. Elas podem ter mais de uma interpretação correta porque o texto é rico.’

Heliodora atribui a originalidade e riqueza dos diálogos teatrais do dramaturgo ao ‘ouvido de repórter’ que ele tinha. ‘Por exemplo, ele usa gírias e expressões populares de época. Além disso, tem as famosas frases inacabadas. Comum às pessoas que têm intimidade, e muitas vezes dizem uma coisa pelo meio, porque a outra já sabe como acaba’, completa.

Universo das crônicas

Também participante da Flip, o dramaturgo Mário Bortolotto acha que o teatro de Nelson já ‘não pega mais’. ‘Essa coisa das taras familiares já não espanta como antigamente. Na época chocava, hoje causa riso.’ Bortolotto prefere as crônicas. ‘São muito poéticas, muito vivas. Gosto especialmente das de futebol. Seria bacana saber sobre o que ele gostaria de escrever hoje.’

Nas crônicas, Nelson abordou política, arte, costumes, além de seu time do coração, o Fluminense, e do ‘escrete’ -a seleção brasileira. Sua mirada sobre o futebol estendia-se para a essência do brasileiro.

Para Sábato Magaldi, a temática do autor, mesmo aparentando ser local, é universal. Ele diz que a classe média suburbana carioca, universo do dramaturgo e do cronista, permite uma compreensão privilegiada do ser humano em toda parte.

‘Nelson, como revela toda a sua obra, tinha uma extraordinária sensibilidade para compreender todos os problemas humanos. Eles são mais visíveis na vida suburbana, que dispensa a aparência às vezes falsa das classes privilegiadas’, diz o crítico.’

Rafael Cariello

Teatro e polêmicas ofuscaram prosa de Nelson, diz Ruy Castro

‘Para o jornalista Ruy Castro, Nelson Rodrigues se tornou, nos últimos anos, ‘com justiça, objeto de adoração’.

Autor da biografia ‘O Anjo Pornográfico’ (Companhia das Letras) e organizador, pela mesma editora, da obra em prosa do pernambucano, ele diz que os romances e crônicas encontraram obstáculos para seu reconhecimento por causa do caráter polêmico de Nelson e da própria qualidade de sua dramaturgia.

‘Seu teatro, que mesmo os piores inimigos dele nunca se atreveram a denegrir, acabou obscurecendo de certa forma o resto de sua obra.’

FOLHA – Na introdução de seu ‘O Anjo Pornográfico’, em 1992, você dizia que os que então sabiam do real valor da crônica de Nelson ‘não se conformam com que o mundo não saiba’. E falava de uma reabilitação próxima. Já é possível dizer que Nelson Rodrigues recebe o reconhecimento literário que merece?

RUY CASTRO – Essa era a impressão que eu tinha em 1991, ao viajar pelo país com meu livro ‘Chega de Saudade’. Quando me perguntavam qual seria o ‘próximo projeto’ e eu falava que estava trabalhando na biografia de Nelson Rodrigues, sentia os rostos se iluminando à minha volta. Pelo visto, havia uma forte demanda reprimida por Nelson. Depois, ao avançar na investigação que resultaria em ‘O Anjo Pornográfico’, comecei a me convencer de que o conhecimento da vida de Nelson jogaria uma nova luz sobre a obra dele. Foi o que aconteceu. Hoje, Nelson está incorporado definitivamente à cultura brasileira. Cai no vestibular, é tema de trabalho escolar e recordista em teses de mestrado e doutorado. Sei disso porque recebo uma quantidade delas, e não tenho nem tempo para ler.

FOLHA – A que se deveu essa incompreensão sobre o valor da obra do Nelson?

CASTRO – Acho que um dos principais empecilhos era o fato de Nelson estar vivo, presente diariamente na imprensa e na televisão, provocando e polemizando com todo mundo. Não havia um distanciamento para a compreensão de seu valor. Um dos veículos mais anti-Nelson, por exemplo, era o ‘Pasquim’ -toda semana era um cacete. Eu devia ser o único colaborador eventual do jornal que falava bem dele e, para ser justo, devo dizer que nunca fui censurado. Quando Nelson morreu, houve um natural período de refluxo e, em 1992, já com mais de dez anos de distanciamento, as pessoas pareciam prontas a pelo menos aceitar conhecê-lo um pouco melhor. Mas nem eu poderia imaginar que ele se tornasse, com justiça, um objeto de tanta adoração.

FOLHA – Faz sentido comparar essa dificuldade imediata em se perceber seu valor ao que aconteceu também com Machado de Assis? (Penso no fato de que a ironia machadiana só veio a ser plenamente reconhecida décadas depois de sua morte)

CASTRO – Sim, por que não? Nelson, como Machado, é um autor que melhora com a leitura. Quanto mais se lê, mais se admira e se gosta dele. Seu teatro, que mesmo os piores inimigos dele nunca se atreveram a denegrir, acabou obscurecendo de certa forma o resto de sua obra. Mas Nelson foi grande também no romance, no conto e na crônica. Na verdade, o grande palco de Nelson foi mais a redação de jornal do que o palco propriamente dito do teatro. Toda a sua prosa está contaminada (no melhor sentido) pelo jornal.

FOLHA – A crônica, em Nelson, é tão boa quanto o teatro?

CASTRO – Nelson não era um cronista exatamente como Rubem Braga, Fernando Sabino ou Paulinho Mendes Campos. Ou não era sempre -porque, quando queria, também era. Eu o vejo mais como um polemista. Mas, nesse sentido, seu teatro também podia ser enquadrado nessa categoria, de discussão de idéias. Tudo nele, no entanto, tinha um tão forte conteúdo poético -uma poesia dramática, como observou Manuel Bandeira- que, pronto, já arrebentou com qualquer tentativa de classificação…

FOLHA – É possível falar de uma incompreensão da obra de Nelson também no cinema? (Em seu livro você cita o fato de ele achar que ‘A Falecida’, do Leon Hirszman, era demasiadamente ‘preto-e-branco’) Como vê as diversas adaptações de Nelson para o cinema?

CASTRO – Quando o Nelson se referia a ‘A Falecida’ ser muito em ‘preto-e-branco’, queria dizer que o Leon Hirszman tinha desidratado o humor original da peça e ficado só com o lado sombrio, mais ‘cinema novo’, da história. Ele detestava o filme, que ainda lhe deu grande prejuízo, porque tinha investido dinheiro nele. Concordo com o Nelson; eu também mal consigo ver o filme, apesar da Fernanda Montenegro. O que eu gosto mesmo é do ‘Boca de Ouro’, do Nelson Pereira dos Santos, dirigido em boa parte pelo Jece Valadão. Outro filme que eu gostaria muito de rever e a que não assisto desde a época, mas do qual tenho ótima recordação, é o ‘Bonitinha, Mas Ordinária’ de 1962 -quem tiver uma cópia, estou aceitando. E gosto também dos dois filmes do Jabor, ‘Toda Nudez Será Castigada’ e ‘O Casamento’. Quanto aos demais, acho que quase todos ‘traem’ Nelson, no sentido de que são pornochanchadas óbvias demais, cheias de palavrões que não estão nas peças. Acho que os dois melhores Nelsons de todos os tempos foram feitos pela TV Globo: a série ‘A Vida como Ela É…’, dirigida por Daniel Filho, e a minissérie ‘Engraçadinha’, com Alessandra Negrini e Claudia Raia, produzida pelo Carlos Manga. A própria idéia de ter Nelson na TV Globo já revela o quanto ele se tornou um patrimônio popular do Brasil.

FOLHA – Você diz que parecia estranho para a geração do cinema novo tratar do subúrbio carioca quando seus ‘personagens’ privilegiados eram o cangaceiro e o favelado. O que Nelson revelava sobre o Brasil ao tratar dos dramas de certa classe média suburbana?

CASTRO – O cinema novo, feito por rapazes cariocas de classe média e com formação universitária, achava que o verdadeiro Brasil estava no Nordeste e nas favelas. Era difícil para eles entender o universo de Brás de Pina, Engenho de Dentro, Irajá -estava muito perto e, ao mesmo tempo, muito longe. Mas, para Nelson, esse é que era o Brasil profundo.’

MÍDIA & ENTRETENIMENTO
Thiago Ney

Entretenimento terá receita de R$ 3,8 trilhões

‘A indústria do entretenimento crescerá 6,4% ao ano, em média, até 2011, quando sua receita baterá nos US$ 2 trilhões (cerca de R$ 3,8 trilhões). Esse é o principal dado de um estudo da consultoria Pricewaterhouse Coopers, que será lançado em livro nos EUA (o site da empresa é www.pwc.com).

De acordo com o documento, intitulado ‘Global Entertainment and Media Outlook: 2007-2011’, o principal avanço ocorrerá nos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia, China).

Como comparação: em 2006, a economia mundial cresceu 5,4%, em número do Fundo Monetário Internacional (FMI) -nas economias emergentes, o salto foi de 7,9%.

O estudo faz projeções para 14 segmentos dessa indústria, como os mercados de televisão, internet, música, cinema, games, livros, revistas e jornais.

Entre esses segmentos, os que terão um aumento mais rápido de receita serão internet, televisão e games. E muito disso ocorrerá com o desenvolvimento de tecnologias on-line e wireless (sem fio), que até 2011 serão responsáveis por metade do crescimento da indústria de entretenimento e mídia.

A conexão e a troca de conteúdo entre celular, TV, internet, a chamada convergência de plataformas, será o foco dos anunciantes -a internet é o meio em que a publicidade crescerá mais rapidamente: 18,3% até 2011, quando a receita alcançará R$ 140 bilhões.

Regiões

O estudo da Pricewaterhouse é dividido em regiões: Estados Unidos, EMEA (Europa, Oriente Médio e África), Leste da Ásia, América Latina e Canadá, num total de 58 países.

Até 2011, os Estados Unidos permanecerão como o mercado maior (R$ 1,45 tri), mas com o menor crescimento (5,3%). A EMEA chegará em 2011 a R$ 1,1 tri. A Ásia é quem mais crescerá: 9,6% ao ano, chegando a R$ 902 bi em 2011.

Já na América Latina a indústria do entretenimento crescerá 8,9% ao ano. Em 2011, a receita será de R$ 130 bi.

Segmentos

Entre os segmentos dessa indústria, apesar da pirataria, o setor de filmes (que engloba cinema e DVD) deve crescer de R$ 155 bilhões (em 2006) para R$ 198 bi (2011). O maior crescimento ocorrerá na Ásia (de R$ 32 bi para R$ 44 bi).

A internet, somando publicidade e receita gerada por acesso, abocanhou R$ 339 bi em 2006. Daqui a quatro anos, a fatia será, sempre de acordo com o relatório, de R$ 637 bi.

Os EUA são o maior mercado televisivo e, em 2011, continuarão na liderança. Entre publicidade e assinaturas, a TV nos EUA arrecadará R$ 163 bi em 2011. Na América Latina, o valor será R$ 23 bi.

A pirataria continuará sendo o grande problema da indústria fonográfica. Mas a esperança, segundo o estudo, está nos celulares. Em 2009, os aparelhos serão o formato digital dominante relacionado à música.

O maior mercado do mundo de videogames será a Ásia. Em 2011, essa região será responsável por R$ 36 bilhões de faturamento. Na América Latina, os games para computadores PC são os que terão o maior crescimento nos próximos quatro anos. No total, o mercado de videogames crescerá de R$ 61 bilhões em 2006 para R$ 94 bilhões em 2011.

O desenvolvimento de tecnologias on-line levará a um aumento do mercado dos ‘audio books’ nos EUA. E, segundo a projeção da Pricewaterhouse, na América Latina os governos continuarão puxando as vendas de livros educativos.’

TELEVISÃO
Daniel Castro

Em novela, Celulari troca avião por clínica

Edson Celulari voltará a ser protagonista de novela da Globo. Em ‘Beleza Pura’, título provisório da próxima trama das sete da emissora, Celulari será um engenheiro aeronáutico, rico e solteirão, que perde o emprego e a fortuna pessoal e vai cuidar de uma clínica de estética, atividade sobre a qual ele não entende nada.

O último protagonista de Celulari foi Ciccillo Matarazzo na minissérie ‘Um Só Coração’, de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, em 2004.

Cláudia Abreu, Vera Fischer e Carolina Ferraz estão cotadas para serem as mulheres da vida da personagem de Celulari.

‘Beleza Pura’ será uma comédia ambientada em Niterói e na zona norte do Rio.

A novela marcará a estréia de Andrea Maltarolli como autora-solo na Globo. Andrea foi uma das criadoras de ‘Malhação’. Ela e Emanuel Jacobina apresentaram a idéia de ‘Malhação’ em 1994 como projeto final do curso de roteirista da Globo. Faz dois anos que a emissora ensaia lançar Andrea.

‘Beleza Pura’ substituirá ‘Sete Pecados’, no início de 2008. A novela de Walcyr Carrasco, que estreou com 36 pontos na última segunda, já caiu para 30 anteontem.

A trama tem sido criticada por se inspirar em Paris Hilton e Daniella Cicarelli _a protagonista, interpretada por Priscilla Fantin, fica famosa após um vídeo em que namora na praia vazar para a internet.

REDE NACIONAL A TV Senado, em alta atualmente devido ao escândalo envolvendo Renan Calheiros, recebeu ontem do Ministério das Comunicações autorização para montar retransmissoras em Aracaju, São Luís e Palmas. O canal pago está virando uma rede aberta. Em São Paulo, só terá sinal aberto com a TV digital.

DIVIDIDA 1 Novo presidente da TV Cultura, Paulo Markun descarta totalmente transmissões de futebol na emissora. ‘O presidente Lula que me perdoe, mas TV pública não é para transmitir campeonato de futebol de outros cantos’, diz.

DIVIDIDA 2 Em maio, ao defender a criação de uma TV pública nacional, Lula disse que gosta de TV paga para ver futebol europeu.

AGENDA A Record marcou para 27 de setembro, data de seu aniversário, a inauguração da Record News, seu canal de notícias. Mas a data pode mudar.

ACESSIBILIDADE A Globo terá o recurso de closed captions em várias provas do Pan, entre elas as maratonas terrestres e aquáticas e o triatlo, e nas cerimônias de abertura e encerramento.

REFORÇO A Globo pede espaço nesta coluna para afirmar que o diretor Roberto Vaz não está sendo afastado de ‘Malhação’. ‘Ele sai de férias, assume ‘Paraíso Tropical’ _cobrindo a licença de Amora Mautner_ e depois vai direto para a novela de João Emanuel Carneiro [substituta de ‘Duas Caras’]’, diz a Central Globo de Comunicação.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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