[do release da editora]
Os nove artigos que compõem a presente coletânea apresentam os resultados de pesquisas desenvolvidas no âmbito de acordo Capes/Cofecub, centrados na investigação de gêneros e formatos televisuais. Têm assim, em comum, não apenas o objeto empírico de estudo – os processos comunicativos televisuais –, como as tentativas de definição desses dois conceitos, tão caros a quem se interessa por esse tipo de produção midiática.
A televisão é um mercado de discursos. Deve ser considerada e examinada, antes de tudo pela sua capacidade de gerar mundos, realidades cujo caráter é discursivo. Acredita-se na existência de uma relação estreita entre essas realidades discursivas e os gêneros televisuais. A seleção do(s) plano(s) de realidade sobre o(s) qual(is) se vai operar, aliada ao regime de crença proposto e ao tom, isto é, às inflexões conferidas à realidade a ser enunciada – seriedade, humor, ironia etc. – seriam os elementos definidores da promessa de que fala Jost, veiculada pelo nome de gênero. Assim, os traços categoriais de gênero proporiam um certo tipo de relação com o mundo, colocando à disposição do telespectador um plano de realidade e modo de ser, mobilizadores de crenças e saberes e condicionadores das expectativas e do prazer dos telespectadores. Os subgêneros e formatos seriam, então, responsáveis pelos percursos de configuração dessas realidades, pelos procedimentos de colocação em discurso desses mundos, projetando sobre as categorias genéricas formas que as estruturariam, permitindo sua manifestação.