O bilionário francês Bernard Arnault, proprietário do grupo de produtos de luxo LVMH, que fez uma oferta de US$ 326,4 milhões pela compra do jornal francês Les Échos, afirmou que, caso o acordo seja efetivado, a independência editorial do diário será mantida. ‘Estou compromissado em respeitar a independência editorial do jornal’, disse, em entrevista ao Le Figaro. Arnault já é dono de outro grande jornal econômico francês, o La Tribune.
A equipe de jornalistas do Les Échos, maior jornal financeiro da França, não aprova a venda do diário para Arnault, pois teme que os interesses econômicos do bilionário comprometam a integridade editorial da publicação. Em protesto feito pelos funcionários editoriais, o diário, de propriedade do grupo Pearson, não foi às bancas no dia 20/6.
Dinheiro em mente
O primeiro-ministro francês, François Fillon, declarou que entende a preocupação dos jornalistas. ‘Entendo que os jornalistas peçam garantias a Bernard Arnault. Também entendo que ele esteja pronto para dar estas garantias. Mas o problema da imprensa francesa não é a independência, é como ela se sustenta’, disse, referindo-se às condições econômicas dos diários.
Arnault afirmou que a compra do Les Échos aumentaria os lucros operacionais da LVMH em 22 milhões de euros ao ano. ‘O Les Échos gera lucro de cerca de 10 milhões de euros por ano, e o La Tribune está perdendo cerca de 12 milhões. Além disso, a margem de lucro do Les Échos pode melhorar, com investimentos online’, disse.
O empresário informou ainda que tem planos de vender o La Tribune, mantendo apenas algumas ações minoritárias. O empresário francês Vincent Bolloré demonstrou interesse no La Tribune, mas disse que não houve nenhuma negociação até o momento. Bolloré é dono do iate em que o novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, viajou por três dias, em maio, logo após as eleições. Informações da Reuters [4/7/07].