COMUNICAÇÃO
Fonte e redator: uma parceria difícil, 12/7/07
‘Era uma vez dois castores que pouco se falavam, mas moravam em rios que corriam em paralelo.
Um dia, em meio à construção de um enorme dique para conter a água do rio, que teimava em encher com a chuvarada, o castor do Rio da Direita notou, exausto, que seus galhos estavam terminando. Ele implorou ao castor do Rio da Esquerda que ele doasse alguns galhos.
Voaram dois galhos por sua cabeça, que o castor, agoniado, tratou de encaixar no amontoado que já começava a dar sinal de fraqueza. Desesperado, tratou de ajeitar os galhos aqui e ali, até que, em pânico, perguntou ao castor do Rio da Esquerda se ele poderia jogar mais galhos. Nem bem os galhos voaram para o seu lado, o castor encaixou-os em meio à pilha que agora tremia como uma geléia, e estancou, paralisado, à espera do pior.
Alucinado, gritando por socorro, pela primeira vez na vida o castor do Rio da Direita subiu a encosta do seu rio, e já ia descer correndo para dentro do Rio da Esquerda, quando parou, chocado com o que via.
No Rio da Esquerda havia um outro dique, enorme e resistente, a conter a força da água. Deitado sobre ele, roendo calmamente uma folha de árvore, estava o outro castor, que observava as centenas de galhos que tinham sobrado, flutuando à sua frente…
Antes que o castor do Rio da Direita pudesse esboçar qualquer reação, seu dique arrebentou, e em questão de segundos o rio transbordou, afogando o apavorado castor. Ao mesmo tempo, enormes ondas cobriram o Rio da Esquerda – que engoliu o outro castor, sua folhinha de árvore e as centenas de galhos acumulados.
Para nós, redatores, a lição da história é simples: em um ambiente corporativo, seja para internet ou intranet, não adianta querer cuidar do seu rio/conteúdo sozinho, já que todo assunto ou tema é gerado por alguém que *não é você*.
Todos os lados precisam se comunicar e, mais importante que tudo, todos têm responsabilidade sobre o que é disponibilizado. Em termos práticos, o redator web tem suas funções, assim como quem gera o conteúdo tem as suas.
E quem gera o conteúdo pode mexer no que está sendo trabalhado? É claro que sim! Mas quais seriam as vantagens em ter dois cozinheiros preparando o mesmo prato? A ver:
* Comprometimento – Você é o redator e pensa a melhor distribuição de conteúdo, mas o ‘pai’ dos assuntos abordados em uma página web deve ser quem gera o conteúdo. Você é o padrinho, no máximo! Não importa em que perfil de site você trabalha, construa uma tabela de Responsabilidade de Conteúdo e defina quem cuida de quê. O grande benefício? A qualidade do que é disponibilizado melhora sensivelmente, já que toda palavra e parágrafo têm dono. Em tempo: você é o castor do rio do lado, portanto não fique achando que passou a bola para frente e ponto final. Cheque se este trabalho está realmente sendo feito, e não reclame se for obrigado a cobrar – você faz parte de uma equipe.
* Atualização – Se quem gera o conteúdo fica exposto, a atualização passa a ser, também, uma das prioridades, você verá. Na tabela de Responsabilidade, abra um campo para Periodicidade. Não ache que só ‘um castor faz o verão’, já que atualização é um trabalho hercúleo. Prontifique-se a ajudar quem gera o conteúdo.
* Envolvimento – Se a lição da história é que ‘castores que trabalham em conjunto não morrem afogados’, imagine você e quem produz o conteúdo pensando juntos – quantas boas idéias podem surgir? Para alcançar esse objetivo, contudo, é preciso que haja vontade e envolvimento, que só surgem com puro comprometimento…
Você acredita neste tipo de parceria ou acha que ainda é uma questão delicada?
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ´Webwriting` do ´Dicionário de Comunicação´, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
TV PÚBLICA
Jornalismo, o enigma da TV-Brasil, 13/7/07
‘Já está quase pronto o projeto da TV pública e deve ser anunciado em agosto próximo. A organização da empresa, os núcleos de programação, a composição da rede e muitas outras questões estão definidas. Mas uma pergunta ainda não tem resposta clara – embora responsável pelo sucesso ou fracasso da iniciativa: como será o jornalismo da TV-Brasil?
Vagamente sabemos que será ‘diferente’ do jornalismo praticado pelas redes privadas e dispondo de recursos semelhantes.
Um exemplo curioso foi adiantado por Franklin Martins: a nova rede poderia ter um correspondente permanente na África (na verdade teria de ser uma dupla repórter/cinegrafista e não houve menção ao provável país-sede). É claro que poderia ser uma dupla itinerante, produzindo matérias especiais, sem compromisso com noticiosos diários. Mas, saindo sempre do Brasil, o custo das passagens em cada reportagem não seriam maiores do que em viagens internas na África e a dupla partiria com uma pauta desenvolvida por toda a equipe e maior apoio de pesquisa prévia.
Os grandes temas africanos – Darfur, crise econômica no Zimbabwe, rebelião na Nigéria, entre outros – estão diariamente nos noticiários das redes privadas, porque são cobertos por correspondentes permanentes de redes internacionais (BBC, CNN, FOX, TV-5, DEUTSCHE WELLE, RAI, AL JAZEERA, RTP), agências como a Reuters e até free-lancers. O que poderia apresentar de ‘diferente’ uma dupla solitária na cobertura de todo o continente?
E essas reportagens maiores, especiais, poderiam ser totalmente isentas, sem o risco de prejudicar o melhor relacionamento político e comercial que o Brasil busca construir com a África?
Menciono só esse ponto – até dos menos importantes – como exemplo das dificuldades de uma TV pública para produzir jornalismo isento e de alta qualidade. A TV-Cultura, em São Paulo, conseguiu esse objetivo, mas foi estruturada como fundação, independente de governos – federal ou estadual. A TV-E, no Rio, em seus 22 anos de existência no regime democrático, manteve na maior parte desse tempo boa compostura jornalística, com apenas poucos intervalos lamentáveis. Mas nunca dispôs dos recursos necessários para um jornalismo de maior abrangência.
Franklin Martins tem uma tarefa muito difícil e não tenho dúvida de que, a cada sucesso na construção da TV-Brasil, irá também conquistando novos críticos e inimigos, dentro e fora do governo. E, podem crer, a vitória ou derrota do projeto ocorrerá na área do jornalismo.
Leia mais:
TV pública: ‘conceito de cabeça de rede é ultrapassado
(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
TV DIGITAL
Executivos ´desesperados` não mostram a TV digital brasileira, 10/7/07
‘‘Estamos enviando nossos técnicos para a Argentina para eles aprenderem a fazer TV digital. Vamos produzir a versão brasileira da série americana Desperate Housewives em Buenos Aires’.
Esta foi um das notícias mais surpreendentes e assustadoras proferidas por um alto executivo da Rede TV! durante o IV Fórum Brasileiro de TV Digital – IETV que aconteceu no SESC do Rio de Janeiro na última sexta.
Mas se você assim como eu foi ao Fórum para ver as novidades produzidas pelas nossas emissoras com essa revolucionária (sic) e caríssima tecnologia certamente saiu frustrado.
Mais uma vez, os representantes do governo, executivos e engenheiros das principais redes de TV brasileiras dominaram o evento com um discurso comum muito bem afinado ou ‘ensaiado’ que não diz ou mostra absolutamente nada de novo. Por enquanto, é evidente que estão todos em pela ‘lua de mel’ digital.
Foi um festival de números cabalísticos e explicações técnicas incompreensíveis para confirmar a necessidade estratégica de uma TV digital para o futuro do país, a escolha acertada do padrão japonês, o padrão dos radiodifusores e a promessas mirabolantes de uma rede de TVs públicas que na verdade é uma rede estatal. Na platéia ninguém entende quase nada, mas os representantes do governo, executivos e engenheiros devem estar certos.
Com apresentações muito semelhantes que não diziam muita coisa, os radiodifusores deixaram bem claro que desconhecem o verdadeiro potencial dessa nova tecnologia para a produção de conteúdo. As pesquisas brasileiras se concentram em muitos testes com as tecnologias desenvolvidas em outros países e na reengenharia com algumas modificações de invenções já inventadas. Nada é gasto para criar novos programas para a TV digital. Certamente na hora daremos um jeitinho. A TV brasileira é refém do poder de executivos desesperados… por dinheiro e engenheiros que adoram inventar a roda.
No IV Fórum Brasileiro de TV Digital ficamos sabendo que já foram gastos milhões de dólares em equipamentos digitais de última geração, que os testes de transmissão começam agora em Julho em São Paulo e que a inauguração definitiva – se tudo der certo e o governo ajudar – deve ser em dezembro.
Canoa furada
A apresentação da Globo repetiu a mesma ladainha de sempre: precisamos de qualquer maneira, não podemos viver sem imagens de alta definição. Temos que ver a mesma programação com as mesmas novelas de sempre e principalmente precisamos assistir a próxima Copa do Mundo com esse novíssimo padrão de imagens. Ninguém falou em algum momento em melhorar a cobertura jornalística ou se livrar do Galvão Bueno. Pena!
Para completar a frustração, como demonstração de ‘interatividade’ foram apresentados alguns recursos básicos de informação adicional sobre os programas assistidos pelo telespectador com o controle remoto digital. Pensei com os meus próprios botãos: só isso? Que desperdício!
Segundo Liliana Nakonechnyj, diretora da divisão de Engenharia de Transmissão e Apoio às Afiliadas da Rede Globo (ufa!), por enquanto, é isso aí. Não há previsão de um canal de retorno. Isso é para o futuro. Tudo é para o futuro longínquo. ‘A TV aberta brasileira tem a obrigação de transmitir o que há de melhor para o maior número de pessoas’, diz Liliana. Ouvi e fiquei ainda mais desesperado.
Obviamente interatividade, inclusão digital com acesso privilegiado à Internet ou canal de retorno não são prioridades. O importante é ganhar muito dinheiro dos anunciantes e aumentar os índices de audiência com a novidade digital.
Ou seja, os tais executivos e engenheiros ‘desesperados’ falaram muito, mas não mostraram sequer um novo projeto de programa que utilize os recursos digitais. Os representantes do governo também não forneceram nenhuma informação nova e relevante que confirmasse a necessidade premente e inadiável de mais uma rede de TVs do governo.
Algo novo que justificasse o grande investimento e ainda maior expectativa do público e da imprensa em relação ao futuro da nossa TV. Mais uma vez estamos embarcando em mais uma enorme e caríssima canoa… furada!
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’ e ‘O Poder das Imagens’. É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.’
O XIS DA QUESTÃO
É possível fazer bom jornalismo, 13/7/07
‘O XIS DA QUESTÃO – Para vencer na profissão, só existe um roteiro, ao qual os bons jornalistas são fiéis: honestidade, padrões éticos, competência e coerência refletida no próprio trabalho. É a única forma de conquistar espaço, prestígio e poder próprios – nesta, como em tantas outras profissões.
1. Ética, objeto de acordo
– Todos sabemos que o compromisso profissional com um padrão sério de jornalismo pode ser dificultado por fatores externos, por exemplo, o perfil editorial ou os interesses empresariais do jornal onde se trabalha. Se isso acontecer, e quando acontecer, como o jornalista deve lidar com as contradições entre o seu ideal profissional e os interesses editoriais, políticos ou econômicos da empresa que lhe dá emprego?
A pergunta veio de Thaís Queiroz, participante do IV Congresso Brasileiro de Comunicação Social, realizado no Recife de 15 a 17 de junho, na Faculdade Maurício de Nassau. Ao público do Congresso, formado na maior parte por estudantes de comunicação social do Nordeste, eu havia falado sobre ‘Sociedade, Marketing e Jornalismo: um acordo possível’. Na ocasião não houve tempo para responder a várias das perguntas feitas, ao final da palestra, por pessoas da platéia. Foi o caso de Thaís, a quem agora respondo, no espaço do Comunique-se.
Em primeiro lugar, Thaís, é preciso dizer que um jornal, qualquer que seja, deve ter linha editorial, escolhas ideológicas, princípios e compromissos éticos próprios. Desde que, evidentemente, as razões de suas escolhas editoriais e ideológicas, de seus princípios e compromissos sejam compatíveis com os valores e razões maiores que organizam, movimentam e dão sentido à própria sociedade de que faz parte. Um jornal, qualquer que seja, jamais será importante e respeitado se não tiver marcas de estilo e de caráter que lhe dêem identidade e pelas quais seja socialmente conhecido e reconhecido.
Quando assim é, e se os comportamentos empresariais do jornal foram coerentes com as marcas conhecidas da sua identidade, qualquer jornalista sério e competente, que por contrato e acordo aceita trabalhar nesse jornal, exercerá sem dificuldade a sua atividade profissional, por dois motivos que se completam: 1) ele aceitou trabalhar num jornal com linha editorial, princípios e compromissos que já conhecia; 2) ao aceitar trabalhar em um jornal assim, assume um dever de lealdade não com o jornal em si, mas com os princípios, valores e compromissos que lhe dão identidade.
Nos países democraticamente avançados, é em torno da linha editorial, dos valores, princípios e compromissos do jornal que se faz o grande acordo (em alguns casos conhecido por ‘Estatuto Editorial’) entre a empresa e as redações – com obrigações igualmente recíprocas de respeito aos compromissos e valores assumidos.
É assim, por exemplo, no El País. O Estatuto Editorial do jornal prevê a possibilidade de qualquer das partes denunciar a outra, em caso de desrespeito às normas editoriais que deram base ao acordo.
O problema do exercício profissional do jornalismo no Brasil, Thaís, não está na existência do perfil editorial dos jornais, mas na ausência dele. Não existe um objeto ético para acordos entre empresas e redações – o que dá lugar aos abusos de poder e aos casuísmos de orientação editorial que, com freqüência, atrapalham o desempenho profissional nos jornalistas.
Como lidar com essa problemática? – pergunta você, Thaís. E eu lhe digo: para vencer na profissão, só existe um roteiro, ao qual os bons jornalistas são fiéis. Este: honestidade, padrões éticos, competência e coerência refletida no próprio trabalho. É a única forma de conquistar espaço, prestígio e poder próprios – nesta, como em tantas outras profissões.
Como você é jovem e eu já passei dos setenta anos, tomo a liberdade de lhe dar um conselho: não acredite naqueles que dizem ser impossível fazer bom jornalismo, por causa dos patrões e chefes que irá encontrar, na carreira. Essa é a desculpa de medíocres. Às vezes, também a dos desonestos.
2. Publicar ou investigar?
A última das perguntas com autoria identificada, a que respondo, foi feita por Claudinei Santos e coloca a seguinte questão:
– O que fazer quando o político ‘A’ faz denúncias (de corrupção, por exemplo) simplesmente para prejudicar o político ‘B’, seu adversário ou inimigo? Qual é o caminho?
O caminho, Claudinei, é o do jornalismo responsável, e além de responsável, competente.
Na minha opinião, jornalista que divulga denúncias sem lhes aferir a veracidade, mas dando-lhe aval jornalístico, como se fossem verdadeiras, é também caluniador, se de calúnia se tratar.
Esse, um aspecto da questão. Porque existe um outro lado: quando a denúncia se apóia em fatos verdadeiros, mas ainda não suficientemente apurados, a divulgação apressada quase sempre protege o denunciado, que, alertado pelo alarido jornalístico, pode eliminar provas importantes para a fundamentação do processo. E por isso, ou seja, por falta de provas que o acusado fez desaparecer, muito ladrão engravatado continua solto e impune, por aí.
Reconheço a dificuldade da situação colocada a um repórter, a um editor ou a uma redação, quando uma denúncia de alta voltagem lhe chega às mãos, com exclusividade. No mínimo, há que encarar um dilema terrível: publica primeiro, antes dos concorrentes, para depois investigar? Ou investiga antes de publicar, correndo o risco de ser furado pelo outro?
Há que fazer a escolha. Mas cada caso é um caso. Há casos em que é possível investigar tudo antes de publicar, como Gilberto Dimenstein fez na memorável reportagem ‘Conexão Cabo Frio’. E há casos em que o jornal ou a revista não pode reter uma denúncia já amparada em indícios fortes, se está em causa um ganho social ou ético importante para a sociedade – como agora aconteceu com o caso Renan Calheiros.
O exemplo dado por você, Claudinei, faz parte do mundo rasteiro da intriga política, bastante comum na cena brasileira. Faz-se o jogo sujo da calúnia e da injúria como receita básica de uma culinária de política imoral. Lamentavelmente, há jornais e jornalistas que, por interesse, burrice ou ingenuidade, entram deliberadamente nesse jogo miúdo da baixaria política. Ou o aceitam sem as devidas prudências, o que dá no mesmo.
O que deveriam fazer, Claudinei? Investigar o denunciante e desmascarar a calúnia. Em muitos casos, esse seria o melhor caminho.
(*) Carlos Chaparro é português naturalizado brasileiro e iniciou sua carreira de jornalista em Lisboa. Chegou ao Brasil em 1961 e trabalhou como repórter, editor e articulista em vários jornais e revistas de grande circulação, entre eles Jornal do Commercio (Recife), Diário de Pernambuco, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, Diário Popular e revistas Visão e Mundo Econômico. Ganhou quatro prêmios Esso. Também trabalhou com comunicação empresarial e institucional. Em 1982, formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicação de Artes, da USP. Também pela universidade ele concluiu o mestrado em 1987, o doutorado em 1993 e a livre-docência em 1997. Como professor associado, aposentou-se em 1991. É autor de três livros: ‘Pragmática do Jornalismo’ (São Paulo, Summus, 2007), ‘Sotaques d’aquém e d’além-mar – Percursos e gêneros do jornalismo português e brasileiro’ (Santarém, Portugal, Jortejo, 1998) e ‘Linguagem dos Conflitos’ (Coimbra, Minerva Coimbra, 2001). O jornalista participou de dois outros livros sobre jornalismo, além de vários artigos (alguns deles sobre divulgação científica pelo jornalismo), difundidos em revistas científicas, brasileiras e internacionais.’
MERCADO
Mercado de assessoria continua atraente, 12/7/07
‘Só estando na pele dos donos e executivos das agências de comunicação para saber se elas vivem um bom ou mau momento em termos de rentabilidade e de bons negócios, mas uma coisa parece certa, o mercado continua atraente e fazendo no segmento a roda da economia girar. Chegam a quase 30 as agências que conquistaram novos clientes nas últimas semanas.
Muitas contas, é certo, podem simplesmente ter trocado de endereço, informação difícil de obter porque as agências são sempre muito ativas na hora de divulgar conquistas, mas detestam ver seus nomes associados a perdas, e evitam divulgar esse tipo de informação, como se isso fosse um demérito e representasse algum perigo para os negócios. Mas um dia chegaremos lá, quando o setor e as agências perderem de vez esse complexo (fruto certamente de um maior amadurecimento). De todo modo, ainda que boa parte das novas contas anunciadas represente simples troca, não deixa de ser surpreendente a efervescência do mercado.
Mercado, aliás, que, em São Paulo, acaba de ganhar duas novas agências, a Tree, fundada por Sandra Muraki e Heloiza Carvalho, e a SG, por Sheila Grecco. Tanto Sandra e Heloiza quanto Sheila levam para as respectivas empresas experiência de anos na grande imprensa e na comunicação corporativa; e se apresentam ao mercado já ostentando nas respectivas carteiras vários clientes.
A Tree, por exemplo, já está atendendo a Construtora Tenda, que atua no segmento de moradias populares; a DBM, consultoria internacional especializada em gestão do capital humano; a Ideal Invest, especializada em soluções de crédito para o mercado educacional (faculdades e estudantes); a Tarpon, companhia de investimentos; e a Ráo, Cavalcanti e Pacheco, escritório de advocacia. Além disso, a agência realiza job para o GVcepe – Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Fundação Getúlio Vargas. Sandra (sandra@tree.inf.br) trabalhou na Folha de S.Paulo por 12 anos, ali passando por Política, Negócios, Primeira Página e Programa de Treinamento, e também na Marie Claire. De 1998 a 2006, atuou na Máquina, onde foi coordenadora, diretora de atendimento, diretora de novos negócios e diretora executiva. Heloiza (heloiza@tree.inf.br), antes da Máquina, onde esteve por oito anos, atuou na Agência Dinheiro Vivo, Editora Símbolo, Folha de S.Paulo, SBT e na revista da Abamec. O escritório da Tree fica na rua Professor Artur Ramos, 241, conj. 64, telefones 11-3031-6908/ 8178.
A SG de Sheila, por seu lado, tem em sua carteira clientes de moda (marcas como Aramis, Aramis Princess, Miss Sirena, Orange County e multimarcas de luxo), de gastronomia (Santi e Lellis Tratoria) e de negócios (Multiplan Engenharia e GR Park), além de cuidar da parte de conteúdo editorial do Centro Universitário Senac. Sheila passou por veículos como Folha de S.Paulo, Valor Econômico, TV Cultura, Veja e Exame e também foi correspondente internacional em Paris e na Alemanha. Na área de comunicação corporativa, atuou por agências como RP1, CDN e Alice Ferraz Comunicação no atendimento de contas como as do Grupo Traffic, Odebrecht, CCR, Câmara Municipal de São Paulo e Mercedes-Benz. O e-mail da agência é contato@sheilagrecco.com e o dela, pessoal, sgrecco@uol.com.br .
Vamos agora dar um passeio pelas novas conquistas anunciadas nessas últimas semanas.
A CDI, de Salvador Silva, é a nova agência de comunicação da HLDC, holding que adquiriu os ativos da marca Zoomp em julho do ano passado. A agência também fará o atendimento institucional da marca Zoomp. No atendimento, Domenica Faccioli (11-3817-7932e domenica@cdicom.com.br ), que já atende a BenQ Mobile juntamente com Annia Lima (11-3817-7919e annia@cdicom.com.br ), com direção de Daniela Filomeno. O atendimento de assuntos relacionados a moda será mantido na Press Pass por Helga Fuchs (helga@presspass.com.br), bem como a produção de moda e produtos, que são trabalhados por uma equipe interna da Zoomp.
Outra agência que está de conta nova é a Holofote, que assumiu a a assessoria de imprensa da Agfa HealthCare, divisão do Grupo Agfa-Gevaert, que atua na área de sistemas e serviços avançados de imagem e gerenciamento de especialidades clínicas. A agência, desse modo, amplia seu atendimento ao grupo, pois já atuava na divisão de Graphics há um ano e meio. No atendimento estarão Pedro Corrêa (pedro@holofote.com) e Cristiane Felix (cristiane@holofote.com), no telefone 11-3044-7791, com supervisão dos diretores Almir Soares e Eduardo Pugnali.
Também a Singular tem novidades. A agência conquistou a conta da Discovery Networks Latin America/US Hispanic (DNLA/USH) no Brasil e cuidará da comunicação corporativa do grupo e dos nove canais disponíveis no País. A equipe será coordenada por Astrid Vasconcellos, gerente de comunicação da Discovery Networks no Brasil, com supervisão de Vânia Gracio (vgracio@singularcomunica.com.br) e Melissa Sayon (msayon@singularcomunica.com.br), e atendimento de Mariana Laviaguerre (mlaviaguerre@singularcomunica.com.br). O telefone é 11-5091-7838.
E vamos em frente porque também a Atitude ampliou seu porfólio de clientes, com a chegada da conta da Telelok, empresa de locação de móveis para escritórios e eventos. Quem atende é Damaris Lago (11-4229-0112; damaris@atitudecom.com.br) e Márcio Martins (11-9877-4037; marcio@atitudecom.com.br).
Outra conta conquistada recentemente foi a da Gelre, empresa especializada em recolocação profissional, pela CL-A Comunicação. No atendimento, Fernanda Demichelli (fernanda.demichelli@cl-a.com), com coordenação de Iracema de Carvalho (iracema.carvalho@cl-a.com).
Temos ainda a Kantharos & Oficina da Comunicação, de Fran Oliveira (11-2275-0833e fran@oficinadacomunicacao.inf.br) e Ana Claudia Proença (11-5581-5761e anaclaudia@kantharos.com.br), que é agora responsável pela assessoria de imprensa da Art Brazil (www.artbrazil.com.br), empresa de comércio eletrônico criada em 2003, especializada em produtos de aventura, lazer e eletrônicos. Outros clientes recentes da agência são o EB-Arq – Espaço Brasileiro de Arquitetura, escritório que atua nos mais diferentes segmentos da arquitetura, inclusive em Angola, na África, onde tem clientes no ramo petrolífero; e a Wise Track, empresa especializada no desenvolvimento de soluções para o gerenciamento de recursos móveis, como rastreamento de cargas e veículos e gestão de entrega.
Quem também somou cliente à carteira, como diz o próprio nome, foi a Soma, que agora tem entre seus clientes a BSP Career, empresa de consultoria de carreira e desenvolvimento organizacional ligada à BSP – Business School São Paulo. Atendimento de Ana Lúcia Berndt (11-3375-9700; analucia@somaagencia.com.br).
E já que estamos em ritmo de trocadilho, vamos de Nova Assessoria de Comunicação que está com conta nova, a da CCE Info, divisão do Grupo CCE com atuação no setor de informática, que desenvolve desktops, notebooks e monitores por meio de parcerias com Intel, Microsoft e MSI. Atendimento de Gabriel Bononi (gabriel.bononi@novac.com.br) e Geisa Balint (geisa.balint@novac.com.br) no 11-3849-3543.
Contaram? Até aqui já passeamos por nada menos que dez agências com novidades. Temos mais 20 pela frente. Se você tiver paciência, acompanhe e veja o quão eclético (e até mesmo exótico) é esse segmento.
A RFC Press assumiu a assessoria da Gatto de Rua, empresa que cria e desenvolve artigos, brindes e roupas voltados para o segmento promocional. O atendimento fica por conta de Caroline Novaes (11-3031-3714; redacao@rfcpress.com.br).
A T&B Comunicação foi contratada pela Milani, empresa que produz, além da groselha Milani, as barras de cereais Fibraxx, os xaropes Naturabella e os Sucos Orgânicos Maraú. Atendimento de Yeda Timerman (yeda@tebcomunicacao.com.br) e Ingrid Bachmann (ingrid@tebcomunicacao.com.br) no 11-3825-6295.
A DFreire, de Débora Freire (debora@dfreire.com.br), assumiu a conta do Instituto de Organização Racional do Trabalho, que ministra treinamento corporativo voltado à qualificação da gestão pública e privada. Atendimento de Polyanna Rocha (11-5505-8922; polyanna@dfreire.com.br).
A Alternativa de Comunicação passou a atender a Consulters, companhia nacional focada em processos de outsourcing de help desk e de sistemas legados, que desenvolve soluções corporativas, integra sistemas, gerencia e terceiriza infra-estrutura física, lógica e operacional para seus clientes. Se você não entendeu nada, é o caso de ligar e perguntar outros detalhes para a Ana Cássia Siqueira, que atende no 11-2272-5752ou ana@alternativadecomunicacao.com.br.
A F-Secure, empresa de origem finlandesa especializada no desenvolvimento de soluções de segurança para o mercado corporativo, usuários domésticos, provedores de serviços e operadoras, e a PowerColor, fabricante norte-americana de placas de vídeo de alta performance, contrataram a Trama, de Leila Gasparindo (11-5539-1509e leila@tramaweb.com.br) para administrar seu relacionamento com a imprensa. A coordenação das contas é de Sérgio Pedroso (sergio@tramaweb.com.br), com atendimento de Luciana Ferraz (luciana@tramaweb.com.br). A agência também ganhou a conta da rede de escolas de idiomas Fisk. A coordenação é de Helen Garcia (helen@tramaweb.com.br), com atendimento de Juliana Caramelo (juliana_caramelo@tramaweb.com.br) e Viviane Santa Cruz (viviane@tramaweb.com.br), pelo 11-5539-1509.
A Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul contratou o Pool para fazer a assessoria da 6ª Bienal do Mercosul, que será realizada de 1/9 a 18/11, em Porto Alegre. A coordenação é de Marcy Junqueira (11-3032-1599e marcy@pooldecomunicacao.com.br). Além da Pool, a Fundação Bienal do Mercosul conta com uma equipe permanente de assessoria que cobre a imprensa local e estadual, com atendimento de Adriana Martorano (51-3228-4074e imprensa@bienalmercosul.art.br).
A Communica Brasil passou a atender a Ei Móvil, empresa de marketing e entretenimento interativo, pertencente ao grupo venezuelano EvenPro, responsável pelo desenvolvimento e administração de produtos interativos para empresas como SBT e Rede Bandeirantes. Atendimento de Paulo Moura, Fernanda Arantes e Marina Mendonça, no 11-3865-3534.
A A1.Brasil, agência de publicidade online, é o mais novo cliente da Assessos. Atendimento de Daniela Ferreira (daniela@assessos.com.br) e Thatiana Racy (thatiana@assessos.com.br), no 11-3095-5655.
A Password Comunicação é a responsável pela assessoria de imprensa da Instituição Avida Pazzanese – Associação dos Voluntários da Fundação Adib Jatene, que ampara crianças e adultos portadores de doenças cardiovasculares. A entidade tem parceria com a ANAC – Associação Nacional de Assistência ao Cardíaco e com a ANTC – Associação Nacional dos Transplantados Cardíacos. O atendimento é de Pedro Azevedo e Tatiana Cardeal, no 11-5034-8757.
A Tamer é a nova agência da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), respondendo pela assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. A coordenação do trabalho é de Luis Sérgio Tamer, com o apoio de Geyse Alencar (geyse@tamer.com.br e 11-3031-2388).
A RAF ganhou a conta do Shopping Light, inaugurado em 1999 e localizado na esquina da rua Xavier de Toledo com o viaduto do Chá. Atendimento de Regina Antonelli (regina@raf.com.br e 11-5573-8916).
A Cia da Comunicação, de Francine Brandão, está atendendo a ONG Projeto Feliz, da escritora Patrícia Secco, que produziu nos últimos dez anos cerca de 130 títulos e distribuiu gratuitamente 30 milhões de obras, graças aos patrocínios obtidos pelas leis de incentivo à cultura. Francine atende no 11-6945-8696e ciadacomunicacao@gmail.com .
A Vervi vai de Maxiauto, que atua há dez anos no mercado de locação de veículos blindados. O atendimento é de Vera Lúcia Rodrigues (11-2578-0422e vervi@grupovervi.com.br).
A Sequência 1, produtora de cinema e de publicidade dirigida pelo cineasta, roteirista e publicitário Reinaldo Pinheiro, é o mais novo cliente da Diretriz Comunicação. Contatos com Érika Masckiewic (11-8244-3238e erika@diretrizcom.com).
Ufa, estamos quase chegando ao fim. Quase.
A Flöter&Schauff, de Daniele Flöter e Ana Beatriz Schauff, tem cinco novos clientes: Apoena Social, consultoria especializada em implantar programas de Responsabilidade Social nas empresas; Talk Stick 22, que oferece cursos de expressão verbal, palestras e consultoria para ensinar a falar com segurança e desenvoltura; SecSign, empresa de segurança da informação e representante da ControlScan no Brasil; Unicert, empresa de serviços na área de certificação digital e na gestão de procedimentos relacionados a infra-estruturas de chaves públicas (PKI / ICP); e ZiggyLance, primeiro portal gratuito de leilões de serviços para contratação dos mais variados free-lancers. Contatos com Priscila Saraiva (11-3085-6583; priscila@flotereschauff.com.br).
Fundado recentemente, o Instituto Nacional de Defesa dos Lojistas (Indel), associação de abrangência nacional e sem fins lucrativos criada com o propósito de defender, orientar e apoiar principalmente lojistas de rua, é o mais novo cliente da Sílaba. Atendimento de Denise Monteiro (11-5073-4954) e Rose de Almeida (4702-4922).
A Vértice conquistou a conta da Golden Plus, empresa que atua no setor de iluminação. Atendimento de Cristina Feres (cristina@verticecomunicacao.com.br) e Carolina Thomaz (carolina@verticecomunicacao.com.br) no 11-5585-7777/ 7778.
Depois de dois anos como assessora de imprensa do Motoboy Festival, feira organizada pela Compacta/AM3, Regiane Tosatti (11-9583-0978e retosatti@uol.com.br) assumiu também a divulgação das outras feiras do grupo que acontecerão em São Paulo: a Label Latinoamerica – Feira e Conferência Internacional de Etiquetas Adesivas, Rótulos e Identificação de Produtos, de 24 a 27/7 no Parque do Anhembi, e o lançamento da Fispizza – Feira Internacional da Indústria, Suprimentos, Tecnologias e Serviços para Pizzarias, que acontecerá de 29/8 a 2/9. Regiane passou anteriormente por Ketchum, GWA e InPress.
A ImageComm desvinculou-se do grupo francês BPI, que integrava desde 2005, e passou a atuar de forma independente no mercado brasileiro de comunicação corporativa. No comando da ImageComm estão Laís Aguiar, que já esteve na comunicação de Correios e Avon, e Gilberto Guimarães, especialista em reestruturações de empresas. A agência fica na av. Brig. Faria Lima, 1.656, 1º (11-3814-0860e www.imagecomm.com.br).
Não é conta, mas sim endereço novo. A Anima Planejamento e Imagem (www.animaweb.com.br), de Vânia Bueno, mudou para a rua Maestro Elias Lobo, 1.020 , conj. 74 (01433-000). O telefone também mudou: 11-3085-1032.
A Original 123, de Maurício Khalil dos Reis (mauriciokhalil@original123.com.br) foi para a rua Wisard, 23 (05434-080). O telefone central permanece o mesmo: 11-3814-2021.
A Pressmind, de Ricardo Coquet, está agora com escritório no Shopping Vitrine Iguatemi (av. Faria Lima, 1.811). O telefone é 11-3816-5422.
É cliente e conta, como deu para perceber, para ninguém botar defeito.
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Democracia no ar, 12/7/07
‘à luz da lamparina
os livros tinham mais letras
(Linaldo Guedes, in Luz del Fuego)
Democracia no ar
O considerado Mário Lúcio Marinho envia a programação da ‘TV Pública’, esse instrumento da democracia que pretende tomar o lugar da Rede Globo nas pesquisas do Ibope. Tem coisas assim:
6h30m MST Rural – apresentação José Rainha e João Pedro Stédile.
7h Quatro Dedos de Prosa – papo-cabeça com o presidente Lula.
8h Moda Brasil – apresentação Marisa Letícia, hoje com episódio sobre bolsas (família, esmola, bandido, etc).
9h Turismo Sexual – com a sexóloga/ministra Marta Suplicy.
(Visite o Blogstraquis e conheça a programação completa)
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No rabo, não!
O considerado leitor Henrique de Jesus Miranda, do Rio de Janeiro, envia notícia que leu na Agência Estado:
Índios ocupam área na BA em ato contra transposição
Salvador – Cerca de 300 integrantes da tribo Tumbalalá invadiram, na madrugada de ontem, a Fazenda Palestina, em Curaçá (BA), na divisa com Pernambuco, às margens do Rio São Francisco. O ato, um protesto contra a transposição do rio, foi realizado no local onde está prevista a construção de duas barragens durante as obras.
Miranda duvida muito que índios estejam abalizados para emitir opinião sobre o assunto, porém Janistraquis, cuja sabedoria é sertaneja, explicou com selvagem sinceridade:
‘Considerado, embora essa tribo Tumbalalá lembre alguma coisa de Carlinhos Brown, posso garantir que os índios sempre sabem quando querem botar no rabo deles.’
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Número perfeito
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de onde se avistam vacas aladas a sobrevoar o Congresso, pois Roldão lia o Correio Braziliense quando encontrou, na edição de 7/7/2007, a matéria intitulada O dia do número perfeito. O Mestre aceitou a provocação:
‘No quadro ‘Os Símbolos’ havia um item estranho: ‘São sete os principais elementos da Terra – éter, água, metais, rocha, matas, terra e fogo’. Onde foi que o jornal encontrou essa estranha lista?!?!?! E a matéria ainda deixou de mencionar os sete dias da semana e as sete notas musicais…’
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Graças, graças!
Com as mãos trêmulas e a gaguejar, Janistraquis leu por aí que Renato Atômico, capitão e artilheiro, foi embora do Flamengo:
‘Foram as minhas orações, considerado; foram as novenas ao Menino Jesus de Praga. Os urubus confirmaram a venda do craque ao Al-Nasser dos Emirados Árabes.’
É justíssimo o contentamento geral aqui no Maravalha; afinal, nos últimos tempos esse Renato deu de infelicitar o Vasco com seus chutes espetaculares. Vai fazer um sucesso danado nos Emirados, de onde voltará riquíssimo e já com a carreira encerrada.
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Linaldo Guedes
Leia no Blogstraquis a íntegra de Luz del Fuego, cujo excerto encima esta coluna. É poema nascido de inspirada lavra do sertão paraibano.
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Chamando o Gabriel
O considerado Miguel Mota, jornalista recém-formado em São Paulo, passeava pelas notícias do esporte no portal UOL quando recebeu o equivalente a uma dura entrada do adversário:
(…) O Brasil quase empatou quatro minutos depois, quando Pato aproveitou lançando e chutou no canto para a defesa do goleiro.
O jovem Mota se lembrou de quando era criança pequena em Marmelópolis, sul das Minas Gerais:
Aprendi que quando alguém estava ‘lançando’, o mesmo estava ‘gumitando’. Mais tarde fiquei sabendo que os verbos ‘lançar’ e ‘gumitar’ são sinônimos de vomitar. Mas algo me diz que esse não foi o caso do atacante Pato, craque da seleção brasileira sub-20…
Janistraquis, assíduo freguês do Houaiss, esclarece que o conhecidíssimo ‘gumitar’ também atende pelos tópicos botar bezerro, botar pelo ladrão, deitar o verbo, destripar o mico, deitar carga ao mar, falar aos peixes e ainda o popular chamar o Gabriel.
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A diferença
E por falar em futebol, Janistraquis ficou acordado até três horas da madrugada, na esperança de ver a Seleção Sub-20 passar pelos espanhóis. Depois do jogo seguido de prorrogação, com a derrota por 4 a 2, teve a impiedade de me acordar com estas palavras vãs:
‘Considerado, se uma equipe reúne incompetência e burrice, o insucesso é inevitável; só não comparo a Sub-20 ao governo do Brasil porque este, além das qualidades citadas, ainda acrescentou a desonestidade que faz toda a diferença.’
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Pé descalço
Meu secretário leu o discurso do governador José Serra na Francal e balançou a cabeça em sinal de reprovação:
‘Não é por nada, considerado, mas Serra discursou para quem fabrica sapato e não para quem tenta calçá-lo.’
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Aqui não dá
Saiu em tudo quanto é jornal, revista, rádio e TV de todo o mundo:
Ministro condenado por corrupção é executado na China
Por alguns instantes, Janistraquis permaneceu calado, depois pensou em voz alta:
‘Não daria certo aqui neste país de m…; iam empurrar a execução com a barriga até que o condenado ganhasse a liberdade por decurso de prazo.’
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Arreganhou geral
O considerado Marcelo Tavela, companheiro aqui do C-se, canta uma bola para a coluna:
Já deu uma olhada na retranca do Pan do site do Estadão (http://www.estadão.com.br/, o qual, aliás, funciona com o til)? Tem um arco-íris junto aos títulos dos jogos.
Com todo respeito, parece ser um reflexo da passeata dos 3,5 milhões na paulista.
Janistraquis também acha, ó Tavela:
‘Considerado, não é normal o espaço que a mídia arreganha à veadagem.’
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Sacanagem!!!!!
O considerado André Fiori, de São Paulo, enviou materinha do portal Terra, transcrita no GospelMais.com.br, na qual era possível ler, sob o título Preso casal suspeito de roubar cabelo:
Policiais da Delegacia de Investigações Gerais de Araraquara prenderam o casal acusado de roubar o cabelo da comerciária evangélica Simone Regina Penteado (leia mais), 19 anos.
Segundo o delegado Jesus de Nazaré Romão, o rapaz já confessou o crime. A mulher, que seria uma garota de programa, nega a autoria do roubo.
Sem saber se ria ou chorava, Fiori anexou comentário:
‘Roubar o cabelo de uma evangélica já é uma sacanagem sem tamanho. Quando ela se chama Simone Penteado então, chega a um grau quase pornográfico de sacanagem…’
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Confiança absoluta
Deu no verdadeiramente indispensável Consultor Jurídico:
O advogado tributarista Ives Gandra Martins, um dos grandes destaques da advocacia, e o desembargador Jorge Uchôa de Mendonça, do Rio de Janeiro, estão entre os nomes mais cotados para assumir o Ministério da Defesa. Segundo apurou a Consultor Jurídico, o presidente Luís Inácio Lula da Silva já conversou com os dois sobre o assunto. A definição do nome deve acontecer em 72 horas.
Perguntado se aceitaria um possível convite, ele (Gandra) não diz que sim. Mas também não nega. ‘É uma pergunta sem consistência. Não sou homem da total confiança de Lula.’
Janistraquis, que sempre admirou a família Martins (Ives é irmão do ex-pianista e hoje maestro João Carlos), meteu a colher:
‘Considerado, claro que o doutor Ives não é um dos homens de confiança de Lula; estes se amontoam mesmo é no noticiário policial, como a nação está careca de saber.’
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Verdade
Frase que circula na internet:
‘A Mentira Tem Perna Curta, Barba Branca e Não Tem Um Dedo.’
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Pau na bola
Perplexo, o colunista leu no jornal Extra, sob o título Taco, bola e improviso:
RIO – ´Que p… é essa?’ Foi a primeira coisa que Joseílton da Silva pensou quando viu Uilson passar pela rua vestido para treinar. Morador de Vila Isabel, o ajudante de pedreiro de 20 anos nunca tinha ouvido falar em beisebol. Mas achou interessante aquela parafernália toda e resolveu pedir uma chance no projeto social de Uilson, no Morro dos Macacos. Começou a treinar em 2003, e hoje faz parte do time Latinos, que disputa o Estadual.
Assim como Joseílton, grande parte dos brasileiros não conhece o beisebol, um dos esportes exóticos que serão disputados no Pan do Rio.
— Hoje, eu não quero mais saber de futebol. Só beisebol — diz o ajudante de pedreiro, que levou os três irmãos para treinar no time.
Janistraquis, que ali perto fazia algumas embaixadas com um caroço de abacate, sorriu:
‘Ora, considerado, não é possível que você não saiba; no Brasil, sempre que um sujeito tenta o futebol e se revela cabeça-de-bagre, logo procura outros esportes; aos 20 anos, Joseílton percebeu que não dava pra coisa e agora, armado de porrete, agride aquela que nunca lhe deu bola…’
(Leia no Blogstraquis a matéria assinada por Alessandra Niskier, que exibe no sobrenome a marca do talento.)
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Nota dez
Janistraquis e o colunista exortam o considerado amigo a visitar o Jornal da ABI Online e ler a entrevista com Léo Batista, esse ícone do jornalismo esportivo ainda em plena atividade aos 75 anos de idade. Ele, que completa seis décadas de trabalho, viveu os melhores momentos das transmissões pelo rádio e depois emprestou o talento às emissoras de TV.
Infelizmente, a entrevista, que foi reproduzida no Observatório da Imprensa, contém algumas falhas, como a menção de Léo Batista à ‘Copa de 60’; o Observatório percebeu o erro e o ‘consertou’ para ‘Copa de 62’. Era, evidentemente, a de 70, ano em que o entrevistado foi trabalhar na TV Globo, emissora nascida em 1965.
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Errei, sim!
‘REDATOR REBOLOU — O leitor Gilberto Durú (é com acento mesmo, ó revisor!), de Boa Vista, Roraima, enviou jóia de A Crítica, de Manaus. Era uma legenda que dizia: ‘Sem freio, o carro-tanque da Petrobras rebolou com 10 mil litros de diesel no terreno do Inpa’. Janistraquis achou a legenda perfeita: ‘Considerado, naqueles lamaçais do Norte, caminhão tem mesmo é que rebolar’. A palavra rebolar significa ‘rolar sobre si mesmo; mover-se em torno de um centro’, mas que fica esquisito caminhão rebolar, isso fica.’ (maio de 1993)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros(dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
RODEIOS
Matérias enfeitadas omitem informações essenciais, 10/7/07
‘A matéria ‘Revista Brasileiros chega às bancas fazendo jornalismo sobre personagens’ (02/07) desafia qualquer bom manual de redação. De tão rebuscado, o texto provocou essas dúvidas em uma leitora: ‘A revista pode ser assinada? Onde pode ser adquirida?’. E essas dúvidas em mim: será gratuita ou vendida? Em qual cidade ficará a redação? Qual a periodicidade?
No segundo parágrafo, a reportagem afirma que as matérias da revista ‘não serão enormes’. No terceiro, porém, vem um dado contraditório: a primeira matéria de capa tem 42.228 toques. Haja papel!
Bonitinho mas incompleto
Em ‘Novo jornal será lançado no Paraná em meio a expectativas e polêmicas’ (03/07), o texto não tira a dúvida de um leitor atento: ‘Faltou dizer onde será a sede do jornal e por onde ele circulará. Pode ser em Londrina, para rivalizar com o JL, pode ser em Curitiba, pode circular por todo o Estado, pode ser uma iniciativa restrita a Cascavel etc. Faltou informação no texto’.
Exercício 1
Observe que uma matéria de 03/07 ficaria muito melhor se começasse sem a primeira frase (oportunamente riscada):
‘Se o que é bom é sempre copiado, o Portal G1 pode ter a convicção de que seu design é sensacional. Pela segunda vez em seis meses, um site copiou a identidade visual do portal de notícias da TV Globo…’.
É o típico nariz-de-cera.
Leitores discordam da redação em relação ao conteúdo. Entendem que não houve cópia, mas apenas layouts semelhantes. No caso do Notícia Digital, de 08/01, citado na reportagem, também acho que fica essa dúvida. No caso do GP1, fico com a interpretação do Comunique-se: é coincidência demais!
Exercício 2
O enunciado é o mesmo do item anterior: verifique se as primeiras frases dessa matéria fariam falta se apagadas.
‘Se está incorreto o ditado que diz ‘político é tudo igual’, parlamentares do Congresso parecem querer comprová-lo quando o assunto é imprensa. Pela terceira vez nas últimas semanas, um senador voltou a criticar a mídia nacional. Desta vez, o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) criticou o ‘furor’ da imprensa em sua carta de renúncia. Antes dele, o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e Papaléo Paes (PSDB-AP) criticaram a cobertura jornalística do Congresso.’
Um leitor teve de navegar por outros sites para matar a curiosidade: ‘E o suplente? Quem é?’. Faltou mesmo informar.
Será?
A matéria ‘TV Globo perde 30% de audiência em um ano’ (04/07) seria surpreendente se os dados não fossem questionáveis. A contestação foi geral na área de comentários. Um leitor chamou o Portal de sensacionalista com um argumento vigoroso: os dados da matéria não sustentam o que informa o título. Vejamos: 30% é a diferença da audiência da Globo registrada durante o mês de junho de 2006 (em plena Copa do Mundo) em comparação com a do mês de junho de 2007. A comparação 30 dias de um ano com 30 dias de outro forma uma amostragem muito pequena para uma conclusão tão contundente.
A informação relevante, se é que os dados são seguros, seria essa: foi de 11% a queda de audiência da Globo no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Fica, de toda forma, a pulga atrás da orelha, pois não é citada a fonte da pesquisa. Seria o Ibope? Não sei, mas deve ser. No rodapé, há a indicação de que a matéria foi baseada em informações da Folha de S.Paulo. Mas o link aponta para a home page da Folha On-Line.
Ninguém da Globo nem da Record foi citado. Eles são o ‘outro lado’ a ser ouvido.
Quando e como?
‘Lança esta semana?’, reagiu um comentário a essa reportagem, de 04/07: ‘G1 lança seção que publica conteúdo de internautas’. Aqui vai um testemunho: no final de maio, ministrei uma aula em que citei a área ‘VC no G1’. Portanto, a novidade tem pelo menos um mês de vida, como afirma o internauta.
Um alerta: a reportagem não usa o termo ‘jornalismo participativo’ (ou ‘jornalismo cidadão’), categoria em que se enquadram canais como ‘VC no G1’, ‘vc repórter’ (do Terra), ‘Yo, Periodista’ (do El País, da Espanha) e outros. Faltou precisão na definição, pois a matéria fala em Web 2.0, o que não está errado, apesar de ser um conceito bem mais abrangente.
Redundância
Uma leitora reclama da redundância no título ‘CNN lança novo site’. Ela tem razão: ninguém lança o que já existe. Sobretudo quando se trata do site da CNN, que até a semana passada mantinha layout semelhante ao de sete anos atrás, quando foi lançado.
Barrigada (parte 3)
Espero encerrar logo a coletânea de notícias que li por aí, mas que o Comunique-se deixou passar. Nesta semana destaco o fim do programa esportivo ‘Por Dentro da Bola’, apresentado por José Luiz Datena na Band, que passou em branco no noticiário do Portal.
Ombudsmando o presidente
Um leitor questionou o Papo da Redação com Boris Casoy. ‘O C-se é favorável à obrigatoriedade do diploma específico para o exercício da profissão. Ponto. Gostaria de saber se o sr. Rodrigo Azevedo [presidente do Comunique-se], que entrevistou o Boris Casoy, é jornalista’.
A resposta vem do próprio Rodrigo Azevedo: ‘Sobre eu ser jornalista, claro que não sou. Nunca sequer exerci a função. Mas isso não me impede de moderar ou ministrar palestras, emitir opinião; se quiser, posso ter meu blog etc’. Também não vejo a contradição apontada pelo leitor, pois as perguntas do chat foram formuladas por internautas e lidas por Rodrigo. Se a moda pega, médico nenhum poderá ser moderador em um seminário sobre oftalmologia, por exemplo.
(Im)parcialidade
Talvez a origem da polêmica do diploma esteja justamente no entendimento de que comunicação só possa ser feita por jornalista. A comunicação é pública; se a informação jornalística é papel só do jornalista diplomado ou não, é aí que mora a discussão. Nunca notei inclinação do Comunique-se favorável à obrigatoriedade do diploma, nem contra ela, nos debates sobre essa questão.
Ombudsmando o ombudsman
O repórter Marcelo Tavela, do Comunique-se, pede que justiça seja feita em relação a uma crítica deste ombudsman na semana passada. Afirmei que o Portal não informou que Band e BandNews começaram a ser exibidas na Directv dos Estados Unidos. Eis a correção feita pelo jornalista: ‘A primeira notícia sobre Band e BandNews Internacional saiu no dia 05/06, quando a informação vazou para o mercado. A segunda nota saiu no dia em que a transmissão começou, 29/06, inclusive retificando alguns dados e dando um pouco da programação’.
PS
Esta coluna foi publicada excepcionalmente na terça-feira (10/07) por conta do feriado de 09/07 no estado de São Paulo. Embora seja jornalista, o ombudsman descansa em (alguns) feriados.
Cassio Politi é jornalista. Trabalha com Internet desde 1997. Esteve em projetos pioneiros em jornalismo na Web, como sites da Zip.Net, e no site UOL News, do Portal UOL. Ministra cursos de extensão sobre Jornalismo On-Line e Videorreportagem desde 2001. Deu aulas em 25 estados brasileiros para mais de 2 mil jornalistas. Em janeiro de 2007, tornou-se o primeiro ombudsman do Comunique-se, empresa na qual também ocupa o cargo de diretor de Cursos e Seminários.’
PARCERIA
Experiência e talento fazem a diferença, 10/7/07
‘Olá, amigos.
Não há como negar que o talento e a experiência, juntos, fazem de qualquer profissional um ser, no mínimo, valorizado, quando não imprescindível. A edição da última segunda-feira do jornal O Globo, do Rio de janeiro, mostra o repórter Jorge Luiz Rodrigues entrando da forma mais tranqüila possível na área reservada exclusivamente aos atletas da Vila do Pan sem ser molestado por ninguém.
A matéria, que precisa ser vista como uma ajuda à organização a poucos dias do início do evento, deixa claro que um bom repórter acha a história. Qualquer um poderia entrar por onde o Jorge entrou. Mas quem sacou isso, e fez, foi ele. Parabéns, portanto, ao brilhante jornalista que tirou da sua longa experiência uma bela história.
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Outra sacada inteligente foi tida pelo Globoesporte.com, que conseguiu uma entrevista com o americano desligado da delegação dos EUA após fazer um comentário preconceituoso sobre o Brasil. O site achou um jornalista que conversou com o ex-dirigente e publicou na íntegra as suas palavras.
A propósito deste episódio, li que alguns veículos de imprensa dos EUA teriam ironizado a repercussão do episódio no Brasil, insinuando que o nosso país seria preconceituoso ao se incomodar em ser comparado ao Congo.
Penso de outra forma. Somos, sim, perceptivos ao notar que a comparação não foi feita pela beleza natural, ou pela etnia semelhante, mas sim por uma característica desagradável, como o calor, acompanhado do desodorizador de ambiente cuidadosamente posto ao lado da mesa de trabalho do senhor em questão. Não acho que tenha havido preconceito nosso, mas sim um sentimento de que, ainda que fôssemos comparados a países como Suíça ou Dinamarca, mas por suas características desfavoráveis, reagiríamos da mesma forma.
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Mais uma vez um técnico da seleção brasileira adota um discurso completamente contrário ao da imprensa. E mais uma vez o técnico ironiza a imprensa quando o time joga bem UMA vez, contra quatro apresentações ruins.
Vamos ver quem está mais certo no fim…
(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’
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