Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Editores protestam contra novos pacotes

Editores de jornais americanos enviaram cartas de protesto à Associated Press, noticia Joe Strupp [Editor & Publisher, 29/1/08]. O principal motivo para as reclamações é a mudança na estrutura dos pacotes de notícias da agência, que passarão a valer a partir de 2009. Segundo a AP, a nova estrutura tornará o serviço mais flexível; na opinião dos editores, entretanto, a mudança aumentará os valores e, em tempo de vacas magras na indústria jornalística, deve ser revista.

Atualmente, são oferecidos pacotes com base no volume de notícias (grande, médio ou pequeno). A partir de 2009, a agência oferecerá planos de notícias nacionais, estaduais ou internacionais, com opções para adicionar outros serviços ou comprar matérias individualmente. ‘Estamos dando aos membros a possibilidade de escolher o que querem pagar e o que querem receber’, explica Thomas Brettingen, vice-presidente da AP.

No dia 17/1, a editora-executiva da agência, Kathleen Carroll, e Brettingen reuniram-se com um grupo de editores em Ohio para discutir a nova estrutura de taxas. Mas, Tom Curley, presidente da AP, já deixou claro que não há planos para mudar a escala de taxas mais uma vez. ‘As taxas da AP foram estabelecidas pelo conselho após uma cuidadosa reestruturação’, afirma. ‘Cerca de 80% dos membros perceberão corte nos custos, 10% permanecerão com os mesmos valores e 10% notarão um aumento’, calcula.

Desacordo

A carta mais recente, do dia 2/1, foi enviada por um grupo de oito editores de grandes jornais. ‘Os editores teriam apreciado se tivessem sido consultados, no tradicional espírito de parceria que a AP mantém com seus jornais-membros, para avaliar se a cobertura internacional era mais importante que a mudança nas taxas’, assinaram os editores Martin Baron, do Boston Globe; Karin Winner, do Union-Tribune; David Shribman, do Pittsburg Post-Gazette; Bill Marimow, do Philadelphia Inquirer; Nancy Barnes, do Star-Tribune; Susan Goldberg, do Plain Deater; Ken Brusic, do Orange County Register; e Harry Whitin, do Telegram&Gazette. ‘Como editores de jornais americanos, todos estamos passando por tempos difíceis. Estamos cortando custos, diminuindo o tamanho de nossas publicações e reduzindo equipes. Estamos fazendo o possível, mas, ano após ano, estamos sendo confrontados pelas altas taxas dos serviços da AP. As taxas do serviço básico ficaram estáveis em 2007. Mas as de serviços extras continuam a aumentar’. A agência não modifica a estrutura de pacotes de notícias desde 1985, quando começou a cobrar dos jornais com base em suas tiragens, em vez de levar em conta a população de suas áreas de atuação. Este ano, os valores também permanecerão os mesmos.