Poucos dias antes do Ano Novo chinês, comemorado esta semana, a China libertou Ching Cheong, correspondente do jornal The Strait Times em Cingapura, condenado em 2006 a uma sentença de cinco anos por acusações de espionagem para Taiwan. Cheong passou os últimos dois anos em uma prisão na província de Guangdong. A sentença foi reduzida porque ele confessou estar envolvido em mais atividades de espionagem do que os departamentos de segurança estatal sabiam. ‘É muito gratificante que ele pôde se encontrar com sua família neste feriado [um dos mais importantes do país]’, disse o chefe do Executivo de Hong Kong, Donald Tsang.
Cheong foi detido pela primeira vez em abril de 2005, ficando preso por mais de um ano antes de ser julgado a portas fechadas em uma corte de Pequim. Logo após sua detenção, o Ministério das Relações Exteriores informou que ele havia confessado ser espião. A esposa do repórter, Mary Lau, alega, no entanto, que ele foi detido por tentar obter registros de entrevistas secretas com o ex-chefe do Partido Comunista Zhao Ziyang, deposto após os protestos pró-democracia de 1989 na Praça da Paz Celestial. Ziyang morreu em 2005, em prisão domiciliar.
A condenação de Cheong – que também possui nacionalidade britânica – foi criticada por seus colegas de Hong Kong, por grupos de liberdade de expressão e organizações de defesa de direitos humanos, como mais uma atitude de censura da China. Taiwan é uma ilha auto-regulamentada que a China afirma ser seu território e, desde a guerra civil de 1949, supostamente os dois lados espiam-se mutuamente. Informações de David Lague [The New York Times, 6/2/08].