Autoridades iranianas fecharam cinco sítios de internet acusados de ‘envenenar’ a opinião pública próximo às eleições parlamentares, marcadas para março, noticia Nasser Karen [Associated Press, 14/2/08]. Trata-se de um dos mais recentes atos de censura à mídia depois que o Ministério do Interior desqualificou a candidatura de mais de duas mil pessoas – a maioria delas reformistas. Na semana passada, 280 candidatos foram restituídos pelo Conselho dos Guardiães, órgão fiscalizador constitucional do Irã, sem explicações sobre os motivos da desqualificação e da restituição. Ainda assim, reformistas reclamaram que isto ainda não é suficiente para garantir uma eleição justa. Os conservadores também criticaram a iniciativa, por atrapalhar o processo eleitoral.
No passado, autoridades fechavam ocasionalmente sítios de política e de notícias jornalísticas no país. Esta é a primeira vez, entretanto, que cinco páginas são retiradas do ar ao mesmo tempo, o que reflete a tensão pré-eleição. Os nomes dos sítios banidos não foram divulgados, mas uma empresa de mídia estatal identificou um deles como Nosazi.ir. No início de fevereiro, o Nosazi criticou Hassan Khomeini, neto do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã, por não apoiar a proibição de candidatos pró-democracia nas eleições. O nome do aiatolá é reverenciado em todo o país e facções políticas raramente desafiam publicamente membros da família Khomeini – que, em sua maioria, ficaram longe da política desde sua morte, em 1989.