Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Imprensa em risco na briga entre Hamas e Fatah

A separação dos territórios palestinos, resultado da ocupação da Faixa de Gaza pelo Hamas, em junho, prejudicou a diversidade de opiniões na mídia que atua na região, alerta a organização Repórteres Sem Fronteiras [27/7/07]. As emissoras de rádio e TV afiliadas ao Fatah ou que apóiam o partido deixaram de operar em Gaza, enquanto os jornalistas pró-Hamas passaram a receber ameaças na Cisjordânia, hoje controlada pela Autoridade Palestina. ‘Jornalistas palestinos estão com medo de se tornar alvos de militantes do Hamas ou do Fatah. Pedimos ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e ao ex-primeiro-ministro Ismael Haniyeh, que coloquem um fim às ameaças e à intimidação à mídia’, afirma a RSF.


Não são apenas os repórteres locais os prejudicados; os correspondentes internacionais também sofrem com a insegurança. ‘Na falta de garantias de segurança das autoridades palestinas, o risco de seqüestros é iminente. Não houve tentativa, por exemplo, de prender os responsáveis pelo rapto do jornalista da BBC Alan Johnston, que ficou 114 dias em cativeiro, embora todos saibam quem são seus seqüestradores’, acusa a organização.


Divisão


As únicas emissoras em funcionamento na Faixa de Gaza desde a tomada do poder pelo Hamas são a al-Aqsa TV e a Sawt al-Aqusa, de propriedade da facção; a Sawt al-Qur´an Al-Kareem, estação de rádio administrada pelo Ministério de Assuntos Religiosos, sob o controle do Hamas; a Sawt al-Qods, que apóia a Jihad islâmica; e a rádio Alwan, emissora pró-Hamas.


As empresas de mídia estatal, controladas pela Autoridade Palestina, mudaram-se para a Cisjordânia, enquanto pelo menos nove companhias privadas pró-Fatah tiveram que parar de operar na Faixa de Gaza. Issa Youssef Abou Al Izz, presidente da TV Afak, pró-Hamas, recebeu ameaças por telefone no dia 24/7, após divulgar um relatório que culpava partidários do Fatah pelos recentes tumultos na Universidade al-Najah, em Nablus, na Cisjordânia. No mesmo dia, a afiliada da emissora com sede em Nablus foi invadida por homens armados, que forçaram todos os repórteres a deixar o local e destruíram grande parte dos equipamentos.