Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Para americanos, fofocas têm espaço em excesso

Nos EUA, 2007 tem sido um ano cheio quando o assunto é fofoca ou escândalo envolvendo celebridades. A morte da coelhinha da Playboy Anna Nicole Smith e a prisão da herdeira patricinha Paris Hilton deram o que falar nos últimos meses. Muitas vezes os famosos e suas confusões ganham mais destaque nos jornais e noticiários na TV do que temas como a guerra no Iraque e a campanha presidencial para as eleições de 2008.


Uma pesquisa realizada pelo instituto Pew Research Center for People & the Press concluiu que 87% dos entrevistados acreditam que os escândalos de celebridades ganham destaque demais na mídia. Apenas 8% das pessoas responderam que a mídia consegue ser equilibrada na cobertura entre fofocas e notícias sérias, enquanto 2% disseram que não há cobertura suficiente de escândalos de celebridades nos jornais, revistas e emissoras de TV.


Culpa da TV


Segundo o Pew, na ocasião da morte de Anna Nicole Smith, 24% de todas as notícias no país foram dedicadas ao assunto; no início de junho, 12% dos americanos afirmaram que a prisão de Paris Hilton havia sido a notícia mais acompanhada da semana. A pesquisa, feita com 1.027 adultos entre 22 e 27/7, revela que os americanos acreditam que os canais de TV a cabo são os maiores culpados pela cobertura voltada às celebridades (34%); 27% dos entrevistados acreditam que são os noticiários televisivos, 15%, sítios de internet e 8%, os jornais.


Na semana da pesquisa, entretanto, as notícias mais acompanhadas pelo público não tiveram relação com os famosos. Vinte e cinco por cento dos entrevistados mostraram interesse na cobertura da guerra no Iraque – ainda que apenas 3% da cobertura total da semana tenha sido dedicada ao tema. A campanha presidencial, que representou 12% da cobertura total, foi escolhida por 12% das pessoas como assunto da semana. Outras notícias citadas foram a invasão de bandidos a uma casa em Connecticut, que resultou na morte de três pessoas de uma mesma família; a política americana no Iraque; a Bolsa de Valores; e a saga do secretário de Justiça Alberto Gonzales, que fez polêmicas declarações ao Congresso sobre a demissão de oito procuradores federais em 2006. Informações de Paul J. Gough [Hollywood Reporter, 2/8/07].