A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) realizou, esta semana, protestos em Paris, Montreal, Nova York e Pequim pelo não cumprimento, a quase um ano para os Jogos Olímpicos de Pequim, das promessas do governo chinês de mais liberdade à imprensa. Segundo a RSF, a China continua a restringir a liberdade de expressão e a prender jornalistas, dissidentes políticos e ativistas. ‘Estamos pedindo que os prisioneiros sejam soltos, que o acesso à rede seja aberto e que rádios não sejam bloqueadas’, afirma Vincent Brossel, diretor da organização na Ásia.
Nesta segunda-feira (6/8), representantes da RSF penduraram cartazes com algemas no lugar dos cinco anéis olímpicos – símbolo da campanha da ONG contra a censura à mídia na China – em frente à sede do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, em Pequim. Jornalistas estrangeiros que cobriam a manifestação, realizada durante a visita do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, foram detidos por policiais à paisana e tiveram seus documentos apreendidos. Após duas horas de detenção, os profissionais foram liberados, sem maiores explicações.
Palavras ao vento
As Olimpíadas de Pequim, que têm início em agosto de 2008, são motivo de orgulho para o país. Na ocasião da seleção da sede, em 2001, líderes chineses prometeram aos membros do COI que os Jogos Olímpicos ampliariam a liberdade de imprensa e que, durante o evento, correspondentes estrangeiros teriam liberdade de apuração.
Segundo a RSF, 50 ciberdissidentes e 32 jornalistas estão presos, hoje, na China. Somente no mês de julho, 12 sítios de internet foram bloqueados. Recentemente, a organização enviou uma carta a Rogge, criticando a recusa das autoridades chinesas em libertar os jornalistas e ciberdissidentes detidos e, assim, melhorar a situação da liberdade de expressão no país. Informações de Christopher Bodeen [AP, 6/8/07].