Repórteres sem Fronteiras ficou escandalizado com o incêndio criminoso que destruiu grande parte do Diário de Marília e das rádios Diário FM et Dirceu AM, no dia 8 de setembro de 2005, em Marília (Estado de São Paulo).
‘Trata-se de ato de vandalismo ou de represália contra um jornal que tem fama de ser muito crítico em relação à classe política regional. Em todo caso, esse atentado mostra, uma vez mais, que a imprensa brasileira não goza de total segurança. Apelamos para o Governo do Estado de São Paulo a fim de que esclareça o crime, e para o Governo federal no sentido de garantir a liberdade de imprensa em todo o território brasileiro’, declarou Repórteres sem Fronteiras.
No dia 8 de setembro, por volta das três horas de madrugada, três indivíduos encapuzados e armados entraram na sede da Central Marília Notícias, que abriga o Diário de Marília e as estações de rádio Diário FM e Dirceu AM. De acordo com testemunho de Sérgio Silva de Araújo, vigia do prédio, que se encontrava sozinho no local, uma jovem com cerca de vinte anos dirigiu-se a ele com o pretexto de entregar mensagem para um das estações de rádio. O vigia, então, entreabriu a porta, que foi logo forçada por três indivíduos.
Os bandidos ameaçaram o vigia com armas e exigiram que ele os levasse até o cofre mas, assim que entraram, espalharam gasolina por toda parte e atearam fogo. O incêndio destruiu 80 % do prédio.
José Ursílio de Souza, chefe de redação do Diário de Marília, levantou a hipótese de represália contra o jornal que, segundo ele, ‘tinha acabado de adotar linha editorial muito crítica com relação aos políticos da região’. O diário continua disponível na internet.