Os jornais americanos têm apresentado desempenho comercial pior do que o previsto no início do ano, revela pesquisa sobre a indústria jornalística divulgada na semana passada pela agência de classificação de risco Fitch Ratings. ‘O panorama do setor continua negativo’, informaram, em declaração, Michael Simonton e James Rizzo, analistas da Fitch.
A agência acredita que a atual situação pode desestimular as transações financiadas a longo prazo, como a compra do grupo de mídia Tribune Company – consideradas arriscadas para acionistas. Em agosto deste ano, o grupo foi vendido por US$ 8,2 bilhões para o magnata do setor imobiliário Sam Zell. Em abril, Zell fez uma oferta estruturada com base no plano de propriedade de ações de empregados, que pagará grande parte da operação; o empresário, por sua parte, injetou US$ 315 milhões para garantir a compra de 40% da companhia.
Queda com receita publicitária
O balanço comercial divulgado pelos grupos de mídia em julho, segundo análise da Fitch, é ‘motivo óbvio de preocupação’. Dentre as empresas citadas, estão o USA Today, onde a queda no número de páginas publicitárias foi de 17% em comparação com o ano passado; a Tribune Company, cujos anúncios de vagas para emprego caíram 19% e imobiliários, 24%; a Dow Jones, em que o volume total de anúncios caiu 20%; e a McClatchy, em que anúncios imobiliários apontaram queda de 26% e os automobilísticos, de 20%.
A diminuição de anúncios imobiliários acontece, em grande parte, em jornais de mercados da Califórnia e Flórida. Os dois estados sofrem por causa da ‘bolha imobiliária’, com a valorização irracional do preço dos imóveis. Mesmo assim, na avaliação da agência, as quedas não são cíclicas – o que significa que a maior parte dos declínios será permanente. Informações de Mark Fitzgerald [Editor & Publisher, 29/8/07].