Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas agredidos por segurança do Hamas

Forças de segurança do Hamas, armadas com rifles e cassetetes, combateram manifestantes pró-Fatah na Faixa de Gaza na sexta-feira (7/9), no mais recente confronto desde que o Hamas tomou o poder na região, em junho. Desta vez, pelo menos sete jornalistas palestinos foram agredidos e cinco, presos.

Recentemente, a facção política colocou em prática uma lei de 1995 que proíbe a divulgação de informações que venham a ‘prejudicar a unidade nacional, incitar crimes, ódio ou dissidência religiosa’. Na semana passada, depois que seguidores do Fatah passaram a promover sessões de oração nas ruas, o Hamas anunciou a proibição de orações públicas.

Abusos

Os jornalistas palestinos agredidos cobriam os confrontos dos manifestantes com as forças de segurança. Dois membros da equipe da Associated Press e um fotojornalista também foram brevemente detidos pelo Hamas.

No campo de refugiados Jebaliya, ao norte de Gaza, um agente de segurança avisou aos repórteres, passando o dedo pela garganta: ‘se qualquer imagem for parar na TV, vocês sabem o que vai acontecer’. Outro agente tentou arrancar a câmera de um fotógrafo. ‘Eu me identifiquei como jornalista, mostrei minha credencial de jornalista e disse a ele, ‘se você quiser levar a fita, leve, eu não ligo’, mas eles continuaram a me bater e levaram a câmera’, contou o cinegrafista palestino Muhammad Abu Sido.

Casos isolados

Taher Nunu, porta-voz do governo do Hamas encarregado de coordenar a cobertura da mídia, afirmou que os relatos de abuso policial contra jornalistas ‘foram casos isolados e não serão repetidos’.

Da Cisjordânia, onde implantou seu governo depois da expulsão de Gaza, o presidente palestino Mahmoud Abbas, do Fatah, pediu calma. Na cidade de Ramala, cerca de 750 seguidores do Fatah se uniram a Abbas para orar em solidariedade aos membros do partido em Gaza. Informações de Sarah el Deeb [AP, 7/9/07].