Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O silêncio e a boca no trombone

Eu nunca tinha ouvido falar de Plinio Corrêa de Oliveira. E muitos de meus colegas da faculdade, tampouco.


Por isso, quando li na Folha de S.Paulo a notícia do centenário de seu nascimento, no dia 13 de dezembro, levei uma surpresa. Mas cooomo um homem com uma biografia dessas, catedrático de história, jornalista, escritor, ex-constituinte, exemplo de honestidade na vida pública, católico fervoroso, grande lutador pela família, pela propriedade e pelo Brasil cristão, pode estar na minha faculdade relegado a esse silêncio?


Eu não me segurei, e liguei para o meu professor de História.


– Por que o Sr. nunca falou dele sequer uma palavra? Por que esse silêncio, justo no momento em o Brasil de hoje, como o Sr. mesmo tantas vezes disse, precisa mais do que nunca de bons exemplos?


Meu professor ficou meio sem jeito, tentou desconversar e respondeu:


– Você ainda é muito novo, não entende dessas coisas de TFP, mas um outro dia, com mais calma, eu explico para você.


Pergunta que não cala


A tirada de corpo dele aguçou minha curiosidade e minha interrogação. Pois, como muitos de meus colegas, eu sou independente, tento pensar por mim mesmo, sou dono do meu nariz, e, enquanto não chegar essa conversa com meu professor, vou colocar a boca no trombone!


Escrevi no Google: Plinio Corrêa de Oliveira, e saiu no primeiro lugar um site enorme, supercompleto, com milhares de artigos dele para a Folha de S.Paulo, com dezenas de livros, até com vídeos de entrevistas, tudo de livre acesso.


Pelo que pude ver, Dr. Plínio, além de defender sempre a família, a juventude, a propriedade e o Brasil cristão, polemizou muito com a chamada ‘esquerda católica’, que, como ele disse num de seus artigos, tentou transformar o Brasil numa imensa e desditosa Cuba…


Ele foi um homem polêmico, na contra-corrente, ‘politicamente incorreto’, no bom sentido, e suspeito que por isso é tão silenciado.


Eu quero que Dr. Plinio seja conhecido não só pelos meus colegas da faculdade, mas por todos os jovens do Brasil. Por isso, eu vou colocar a boca no trombone, e vou continuar a perguntar por que na minha Faculdade se fala pouco ou nada dele.


Quem tiver uma explicação, eu gostaria de ouvir.

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Estudante, Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro