Os pré-candidatos democratas participaram, no domingo (9/9), do primeiro debate presidencial dedicado ao público hispânico. O evento, transmitido pela emissora Univisión, marcou um momento histórico na política americana e representou o esforço do Partido Democrata em conquistar o grupo minoritário que mais cresce nos EUA – a população votante hispânica aumentou 50% na última década. Os pré-candidatos republicanos recusaram um convite para fórum semelhante esta semana.
O único candidato democrata hispânico, o governador do Novo México Bill Richardson, que tem mãe mexicana, criticou a Univisión por não deixá-lo falar em espanhol durante o debate. Os únicos bilíngües – Richardson e o senador Chris Dodd – foram alertados antes do programa começar que só deveriam falar em inglês, para que os rivais pudessem compreender. O debate funcionou da seguinte maneira: os âncoras Maria Elena Salinas e Jorge Ramos faziam as perguntas em espanhol, e elas eram traduzidas para os candidatos através de fones de ouvido. Para os telespectadores, havia tradução simultânea das respostas para o espanhol.
English, please
Os dois candidatos que têm familiaridade com a língua espanhola tentaram se beneficiar da vantagem. Aos 14 minutos do debate, Richardson questionou, em espanhol, se poderia falar neste idioma – o que lhe foi negado. ‘Estou desapontado que os 43 milhões de latinos neste país não poderão escutar um dos seus falar em espanhol. A Univisión está, na realidade, promovendo um debate apenas em inglês’, reclamou. Já Dodd, quando questionado se promoveria o espanhol como segunda língua dos EUA, respondeu, em espanhol, que tinha orgulho de falar a língua perfeitamente. Informações de Beth Renard [Miami Herald, 9/9/07].