MÍDIA & POLÍTICA
C.S.I. Brasília, 17/09/07
‘Não vejo outra alternativa para o nosso país.
Quem acompanha o seriado sabe: eles sempre conseguem as provas. Aprentemente a pessoa se matou em casa num domingo. Só de olhar a cena do crime eles já comecam a ficar com a pulga atrás da orelha e, aos poucos, descobrem e comprovam, que o camarada foi assassinado por um político do Maine que passou por Las Vegas para praticar esportes: jogar poker. Mas alugou um carro com um jovem que teria apresentado uma dançarina para ele no cassino e essa moça o teria convencido de que certo tipo de droga é legal. Ao se encontrarem com a vítima, que servia bebidas num bar próximo ao hotel, decidiram fazer um programa perigoso.
Bem; não queira entender. Por mais surrealista que a trama possa parecer, no final todas as peças irão se encaixar e tudo será comprovado e, o mais importante: o político do Maine será preso e condenado.
Mas o que será que acontece com o nosso senado, com o nosso congresso, nossa câmera de deputados? Em 1963, o então senador Arnom de Mello, pai de Fernando, praticamente encarou um duelo com Silvestre Péricles. Um saca daqui, o outro dalí, foi tiro pra cá, pra lá e quem veio a falecer foi o senador José Kairala que nada a tinha a ver com história.
Ambos foram presos e depois, claro, absolvidos.
Por certo por ausência de provas.
Mesmo problema dos mensaleiros. Serão todos absolvidos por ausência de provas. Ninguém irá encontrar um recibo onde se lê: ‘Recebi do publicitário/lobista, a quantia de 1 milhão de reais referente a um suborno para que eu aprove alguns porjetos que irão beneficiar as empresas A, B, C e D.’
E na falta desse documento, todas as demais evidências serão refutadas.
Renan também escapou, por ora.
ÔPA! Agora bateu uma dúvida. Será que daria mesmo certo trazer a turma do C.S.I. para Brasília? Eu começo a desconfiar que não. É óbvio que não. Para a turma de Brasília, prova não significa nada. De um jeito ou de outro, mesmo diante das mais espetaculares comprovadas palhaçadas e testemunhos, a turminha se reúne e, em nome do partido, para o bem do partido e pelo futuro deles mesmos, decide que nada existiu.
É. C.S.I. Brasília seria um fracasso total de público. Tudo se prova mas ninguém vai preso ou chega a ser condenado.
E no mundo as pessoas reclamariam dizendo: isso não existe. Esses roteirista enlouqueceram. Lost faz muito mais sentido que as histórias de Brasília.’
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