JAPÃO
Mostra celebra Japão visto por olhares do Brasil
‘O Sesc Paulista se veste de Oriente a partir de hoje para virar território japonês nos próximos dois meses. Ali, espalhada em quatro andares do prédio, acontece a exposição-evento ´Tokyogaqui` (trocadilho que significa ´imagem de Tóquio aqui´), que pretende mostrar as múltiplas facetas culturais do Japão de ontem e de hoje vistas por brasileiros.
Se há um forte e assumido destaque para o butô e suas ramificações brasileiras, com uma exposição celebrando os 101 anos do mestre Kazuo Ohno e uma série de espetáculos de dança, o Japão mais pop, com animes e cosplays (fantasias inspiradas em desenhos), também está presente.
O restaurante do 15º andar foi transformado em jardim japonês, oferecendo pratos típicos, enquanto o topo do prédio, onde há uma vista privilegiada de toda a cidade, servirá de palco em abril para a performance da bailarina Elisa Ohtake, neta da artista plástica Tomie -tudo dentro dos festejos do centenário da imigração japonesa.
´Ga´, em japonês, significa imagem. Queremos mostrar aqui como nós que estamos no Brasil vemos o Japão. Somos apresentados ao Japão por várias mediações, marcadas por um interessante diálogo entre a tradição e o pop´, explica Christine Greiner, curadora do evento ao lado de Ricardo Muniz e Hideki Matsuka.
No andar dedicado ao butô, Ohno é lembrado com preciosidades de seu acervo, como figurinos, fotos e filmes. Há ainda uma homenagem a Takao Kusuno, introdutor do butô no país. Um palco no meio da exposição exibirá trabalhos de dança e teatro, começando pelo próprio filho de Kazuo, Yoshito Ohno, que apresenta apenas hoje e amanha o solo ´Kuu´.
TOKYOGAQUI
Quando: abertura hoje; de ter. a dom., das 13h às 21h; até 4/5
Onde: Sesc Paulista (av. Paulista, 119, tel. 0/xx/11/3179-3700)
Quanto: entrada franca
KUU
Quando: hoje e amanhã, às 20h
Onde: Sesc Paulista – 9º andar
Quanto: R$ 5 a R$ 20′
LIVROS
Biografia reflete sobre Vieira de Mello
‘Samantha Power é uma intelectual pública em clara ascensão nos EUA. Professora da John F. Kennedy School of Government na Universidade Harvard, vencedora do Prêmio Pulitzer pelo seu livro anterior, a respeito da incapacidade de sucessivos governos de seu país de impedirem genocídios pelo mundo, ela publicou recentemente uma biografia sobre o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Power, que além de lecionar também colabora regularmente para a revista ´The New Yorker´, era a principal assessora do pré-candidato à Presidência dos EUA Barack Obama até a semana passada, quando foi obrigada a demitir-se após ter chamado a outra aspirante à indicação do Partido Democrata, Hillary Clinton, de ´monstro` numa entrevista.
O incidente, por mais desagradável que seja, não impedirá que ela venha a exercer papel de destaque numa eventual administração Obama a partir de 2009. E, ainda que isso não ocorra, certamente se pode supor que haja afinidades entre as idéias de Power e as do senador por Illinois que espera chegar à Casa Branca.
Mesmos princípios
´Chasing the Flame` (em busca da chama, ed. Penguin, 640 págs., US$ 32,95, cerca de R$ 56 mais frete), biografia de Viera de Mello, deixa transparecer algumas dessas idéias. Embora seja a história do funcionário da ONU que foi morto em 2003 num atentado terrorista em Bagdá, a autora não esconde que compartilha muitos dos princípios que nortearam a vida do personagem de seu trabalho.
Vieira de Mello, que nasceu em 1948 no Rio de Janeiro, filho de um diplomata brasileiro punido pelo regime militar, mas viveu quase toda sua vida a partir dos 17 anos fora do Brasil, encarnou como poucas pessoas os ideais da ONU. Se tivesse sobrevivido à explosão que destruiu a sede da missão da entidade no Iraque, ele talvez tivesse chegado à Secretaria-Geral da organização.
Em 1969, ingressou no Alto Comissariado para Refugiados da ONU. Trabalhou em Bangladesh, Khartum, Sudão, Chipre, Moçambique, Peru, Líbano, Camboja, Bósnia, Ruanda, Kosovo, Timor Leste e, finalmente, Iraque. Ao contrário de quase todos os outros personagens importantes da ONU, passou muito pouco tempo em Nova York ou Genebra. Era um homem de ação, que queria estar presente nos locais em que os fatos ocorriam.
Diálogo e força militar
A grande questão de sua vida e do livro de Power é a seguinte: faz sentido o trabalho que a ONU se propõe a fazer se ele não for sustentado por força militar capaz de garantir que seus desejos sejam cumpridos.
Adianta usar apenas de boa vontade, bons princípios e desejo de dialogar em situações nas quais a maioria dos atores só reconhece a linguagem do poder físico?
Power dá a entender que Vieira de Mello aprendeu, com o tempo, que a ONU precisava passar do conceito de manter a paz para o de impor a paz, ao menos em algumas situações. E, para tanto, necessitava vitalmente do auxílio militar das grandes potências.
O ponto de inflexão para Vieira de Mello, segundo Power, ocorreu durante a crise de Ruanda, em que as forças da ONU foram impotentes para impedir o massacre dos tutsis.
A biografia é, em geral, completamente simpática em relação a Vieira de Mello, embora não deixe de registrar aqui e ali algumas críticas a seu desempenho, por vezes movido por um idealismo quase ingênuo, outras vezes por um pragmatismo que o levava a aceitar o diálogo com líderes e movimentos políticos nos quais dificilmente se poderia confiar.
´Chasing the Flame` relata com engajamento, detalhismo, compaixão e empatia a vida de um brasileiro dedicada à humanidade. É um excelente ponto de partida para uma discussão profunda sobre o papel da ONU no século 21. E um retrato muito bem documentado de alguns dos mais dramáticos episódios da história contemporânea.
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA é livre-docente e doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo e apresentador do programa ´Roda Vida` (TV Cultura).’
Folha de S. Paulo
Selo da Alfaguara estréia com autores dos EUA e da Suécia
‘Três títulos inéditos no Brasil inauguram o selo policial da Alfaguara/Objetiva. Suma Policial começa com a publicação de obras de três grandes nomes do suspense: os americanos Michael Connelly e Stuart Woods, e o sueco Hakan Nesser.
´Echo Park` (R$ 39,90; 368 págs.), do ex-repórter policial Connelly, é seu 12º romance que tem como protagonista o detetive Harry Bosch -neste, ele é assombrado por um fantasma. Em ´Morte em Dark Harbor` (R$ 36,90; 292 págs.), Woods ambienta sua trama em uma pequena cidade portuária. Depois de lançar ´A Rede´, Nesser traz ´A Mulher Marcada` (R$ 35,90; 288 págs.).
Os próximos lançamentos previstos são ´O Ritual da Sombra´, dos franceses Eric Giacometti e Jacques Ravenne; ´Com os Mortos Não se Brinca´, dos catalães Andreu Martín e Jaume Ribera; e ´O Mirante´, de Connelly. Também neste ano chegam às livrarias ´O Último Ritual´, da islandesa Yrsa Sigurdardóttir; ´The Missing´, do americano Chris Mooney; e ´Don´t Look Back´, da norueguesa Karin Fossum.’
CINEMA
Espaço Unibanco renova programação
‘Fechado no início dos anos 90, o cine Majestic parecia condenado ao destino das salas de cinema que se transformaram em estacionamentos, igrejas evangélicas ou shoppings de conveniência. O ponto era bom, a um quarteirão e meio da avenida Paulista, ainda que em um trecho da rua Augusta em processo de deterioração.
Sim, o ponto era bom, concluíram o sociólogo Adhemar Oliveira e sua mulher, a educadora Patrícia Durães, quando viram a fachada coberta de tapumes e espiaram por uma fresta para estimar o tamanho do imóvel. Bom para montar um cinema. Cinco meses de negociações com os proprietários e US$ 1,5 milhão em reformas depois, nascia em outubro de 1993 o Espaço Banco Nacional.
Com três salas de exibição onde antes funcionava apenas uma (com platéia e balcão), era a primeira iniciativa do gênero com patrocinador, na forma de investimento direto, antes que houvesse leis de incentivo fiscal possibilitando deduções de impostos. Trazia para São Paulo a experiência de oito anos do grupo Estação, do qual Oliveira e Durães eram sócios, no Rio.
O casal mudou-se para a cidade com o objetivo de cuidar, durante um ano, da fase estratégica de implantação e depois voltar. Ficou até hoje. Em 1995, foram abertas as duas salas do Anexo, onde antes funcionava o Instituto Goethe. Três anos depois, o grupo de São Paulo (hoje, com a participação de uma terceira sócia, Eliane Monteiro) tornou-se independente do Estação. O Banco Nacional, por sua vez, foi incorporado pelo Unibanco, que manteve o patrocínio.
´Esse modelo permite um grau de experimentação impossível se você estiver sozinho´, afirma Oliveira, 52. Ele não considera que seu negócio seja apenas um cinema, e sim uma ´operação cultural` que é boa também para o patrocinador porque ´agrega valor à imagem sem que o investimento seja muito alto´.
Os princípios desse projeto orientam a programação comemorativa dos 15 anos de funcionamento, que será aberta na próxima terça e se prolongará por todo o ano. De acordo com o que Oliveira chama de ´projeto germinador´, a exibição de filmes que encontram pouco espaço no circuito se completa com atividades paralelas.
´Privilegiamos desde o início o espaço de convivência, mantendo um saguão com café e livraria onde um engenheiro me disse que caberiam mais duas salas´, diz Oliveira. Nesta segunda, o espaço abre sua nova livraria, com o lançamento do livro ´Estranhos Sinais de Saturno´, de Roberto Piva.
Expansão
Oliveira hoje participa da administração de outras 55 salas em São Paulo, Santos (SP), Rio, Porto Alegre, Curitiba, Tubarão (ES), Belo Horizonte, Juiz de Fora (MG) e Fortaleza. Até o fim do ano, planeja abrir mais 14 salas, 11 no Shopping Bourbon Pompéia.
Em dez anos, Oliveira terá multiplicado por seis o tamanho do ´seu` circuito – ele respondia por apenas 12 salas em 1998. Não aposta, entretanto, que seja capaz de manter o mesmo ritmo de expansão.
Embora afirme se preocupar com os efeitos da pirataria sobre o mercado audiovisual, Oliveira acredita que haverá espaço para salas de cinema nas próximas décadas, por causa do ´aspecto humano` e do ´privilégio da convivência´.’
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Espaço recebeu 400 mil em 2007
‘As cinco salas do Espaço Unibanco somam 858 lugares. Em 2007, 400 mil espectadores pagantes passaram por ali, sem contar o público de pré-estréias gratuitas e outros eventos sem cobrança de ingresso. Em anos mais favoráveis, no entanto, esse total beirou os 600 mil, como em 1995 -quando 300 mil espectadores foram ao Espaço para assistir a filmes nacionais, como ´Carlota Joaquina` (que ficou oito meses em cartaz), ´Sábado` e ´Terra Estrangeira´. ´Foi um ano de boom geral, por causa do aquecimento econômico´, lembra Adhemar Oliveira.’
DIVÓRCIO
Paul McCartney deve pagar R$ 86 mi à ex-mulher
‘Paul McCartney terá que pagar um total de 25 milhões de libras (cerca de R$ 86 mi) à sua ex-mulher Heather Mills, segundo o jornal inglês ´Evening Standard´.
A ex-modelo ainda esperaria receber 1,5 milhão de libras (R$ 5,1 mi) por ano para o sustento da filha de quatro anos do casal, até ela completar 18 anos, também segundo o jornal.
Os valores seriam de uma sentença preliminar da Alta Corte britânica enviada às duas partes nesta semana.
A sentença oficial será divulgada na próxima segunda-feira, 17, e porá fim a um dos mais caros divórcios da Inglaterra.’
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